Ex-volante é dono do Nova Odessa Atlético Clube e também trabalha no
ramo imobiliário. Mundial da França é a principal frustração da carreira
Flávio Conceição lamenta não ter disputado a Copa de 1998 (Foto: Guto Marchiori/Globoesporte.com)
O que poderia faltar para um currículo com passagens por Palmeiras, Real Madrid, Deportivo La Coruña, Borussia Dortmund e Seleção? Diante de tantas potências, fica difícil imaginar, mas o ex-volante Flávio Conceição, hoje dono de um clube federado no interior de São Paulo, tem a resposta na ponta da língua: uma Copa do Mundo. Ter ficado fora do Mundial de 1998 é a principal frustração da carreira. Titular durante o ciclo de preparação, como no título da Copa América de 1997, foi cortado às vésperas da divulgação da lista final devido a uma torção no joelho, mas, até hoje, não engole a justificativa do departamento médico da CBF e mostra mágoa com a maneira como a situação foi conduzida. Quatorze anos depois, a ferida continua aberta.
- Fui titular da Seleção praticamente por dois anos antes de ficar fora da Copa. Eu tive a torção no joelho, acho que foi o direito, se não me engano. O falecido médico Lídio de Toledo me ligou e perguntou como eu estava. Eu disse: "Se eu não jogar no sábado, você pode me cortar". Esse papo ocorreu numa segunda-feira. Na quinta-feira, ele me liga novamente e me dá a notícia: "Olha, você está cortado. Vamos chamar outro para o seu lugar, pois não podemos esperar mais" - relata o ex-volante.
A versão final - e oficial - sobre a ausência de Flávio Conceição é que ele não iria se recuperar a tempo da contusão para ficar à disposição do técnico Zagallo (veja vídeo acima com declarações do jogador na época do corte). Para o ex-volante, ele pode até ter sido vítima de um boicote envolvendo fornecedoras de material esportivo. Sem realmente saber o motivo, Conceição lamenta não ter realizado o sonho de criança, talvez o único porém de uma trajetória de títulos por onde passou.
Conceição posa ao lado do quadro em que ele está com a Seleção (Foto: Guto Marchiori / Globoesporte.com)
Apesar de estar fora do futebol, Flávio Conceição não foge da raia quando o assunto é a atual Seleção. O ex-volante é claro sobre o que pensa do atual time, dirigido desde 2010 por Mano Menezes e que será comandado por Luiz Felipe Scolari a partir de fevereiro, no amistoso contra a Inglaterra.
- Pra falar a verdade, não gostava do trabalho do Mano. Não via o Mano como treinador da Seleção. É uma Seleção triste. Não sei se isso é a época.Quando eu fui, tinha Ronaldo, Romário, Zinho... era uma Seleção alegre. Sempre estava brincando, se divertindo. Hoje você vê o Neymar se sacrificando pra voltar e marcar. Parece uma seleção europeia dos tempos em que eu jogava. Hoje você vê o futebol que a gente jogava antes com a Espanha.
Aposentadoria e nova área de atuação
Sete anos. Esse é o tempo em que Flávio Conceição está oficialmente aposentado. Aos 38 anos, o ex-volante teve grandes momentos na carreira, mas a aposentadoria veio precoce, aos 32, devido a lesões que o incomodavam bastante. Bem-sucedido com as camisas de Palmeiras, La Coruña e Real Madrid, Conceição se dedica atualmente à função de empresário. Morando na cidade de Americana, ele alterna seu tempo cuidando do Nova Odessa Atlético Clube, comprado por ele em 2009, e também de empreendimentos imobiliários.
Ex-jogador é dono de um clube e trabalha com o ramo imobiliário (Foto: Guto Marchiori / Globoesporte.com)
Entre uma reunião e outra, ele aproveita para manter a forma atuando em partidas de futebol com amigos. Resultado disso foi o braço esquerdo fraturado. Em um momento descontraído, o ex-volante revela que atua mais avançado nas peladas. E não decepciona.
- Jogo no fim de semana com os amigos. Tem que ficar em atividade para o corpo não aumentar. O pessoal respeita. Conheço todo mundo lá. O braço mesmo foi um acidente. Não foi porque o cara entrou de maneira maldosa. Na brincadeira, eu jogo lá na frente. Sou um centroavante nato - garante.
Passaporte para Europa
Flávio Conceição foi revelado pelo Rio Branco-SP, em 1992, e um ano depois já integrava o elenco do Palmeiras. Por meio do time do coração, chegaria à Europa. Em quase três anos no Verdão, o volante ganhou espaço sob o comando do técnico Vanderlei Luxemburgo, principalmente após a ida de Mazinho ao Celta de Vigo, da Espanha. E conquistou títulos: campeão do Torneio Rio-SP de 1993, bicampeão paulista (1994 e 1996) e bicampeão brasileiro (1993 e 1994).
- A Olimpíada de 96 foi meu passaporte para a Europa. Não ganhamos a medalha de ouro, mas para mim foi o bilhete para o futebol europeu. Foi um absurdo a gente não ter ganho aquela semifinal. Estava tudo tranquilo e, de uma hora para a outra, a Nigéria tirou a chance de disputar o ouro da nossa mão. Até hoje me pergunto: "Como perdemos um jogo que estava ganho?".
Conceição mostra algumas das conquistas que teve como volante (Foto: Guto Marchiori/Globoesporte.com)
Conceição mostra braço faturado durante futebol entre amigos (Foto: Guto Marchiori /Globoesporte.com)
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2 comentários:
Se nossa seleção tivesse um jogador como este,os jogos seriam outros,o cara foi o melhor em sua posição .
Se nossa seleção tivesse um jogador como este,os jogos seriam outros,o cara foi o melhor em sua posição .
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