Nos Jogos Olímpicos de Londres, fenômeno
americano se despede das piscinas com mais seis medalhas. Brasileiros
também sobem ao pódio
Por GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
Quem viu, viu. Quem não viu, terá de torcer para que surja um novo
fenômeno das piscinas. Em 2012, o mundo se despediu do maior nome do
esporte olímpico: Michael Phelps.
No palco onde se sente mais confortável, os Jogos Olímpicos, a estrela
americana encerrou sua impressionante carreira, com 22 medalhas. Também
em Londres, o nadador brasileiro Cesar Cielo viu o bicampeonato dos 50m livre escapar, enquanto Thiago Pereira,
enfim, livrou-se da trave e foi prata nos 400m medley. Jovem astro dos
saltos ornamentais, o inglês Tom Daley deixou a desejar competindo em
casa. Após ficar em quarto na plataforma sincronizada, encerrou a
competição com um bronze na prova individual. Nas maratonas aquáticas da
Inglaterra, Poliana Okimoto abandonou a prova com hipotermia, mas Ana
Marcela Cunha foi campeã da Copa do Mundo.
Relembre a seguir alguns destaques da temporada 2012 dos esportes aquáticos!
Michael Phelps recebe em Londres o troféu de maior atleta olímpico da história (Foto: Reuters)
Phelps joga flores para sua mãe na despedida
(Foto: Christophe Simon/AFP)
O ano de 2012 foi o último em que o mundo viu o fenômeno Michael Phelps
dar suas braçadas históricas. Aos 27 anos, o nadador americano escolheu
os Jogos de Londres para encerrar em alto nível
a carreira mais vitoriosa da história dos esportes olímpicos. Com mais
quatro ouros e duas pratas, se despediu das piscinas somando 22 pódios
conquistados nas últimas quatro edições das Olimpíadas, sendo 18 ouros. O
astro, porém, segue divulgando o esporte pelo mundo. Em outubro, o destino escolhido foi o Rio de Janeiro.
A estreia de Phelps nos Jogos Olímpicos foi em Sydney 2000, com um
quinto lugar nos 200m borboleta. Quatro anos mais tarde, aos 19, começou
a mostrar o que era capaz de fazer. Foram seis ouros e dois bronzes em
Atenas 2004. Em Pequim 2008, entretanto, que assombrou o mundo ao
superar os sete ouros da lenda Mark Spitz em Munique 1972. Ele subiu ao
lugar mais alto do pódio na China oito vezes.
Thiago Pereira sobe pela primeira vez no pódio
olímpico (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
Nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, Thiago Pereira sentiu a
frustração de ficar "no quase". Em Atenas 2004, terminou em quinto nos
400m medley. Quatro anos mais tarde, em Pequim, foi o quarto nos 200m
medley. Mas a trave, enfim, saiu da frente do nadador brasileiro em Londres, no dia 28 de julho.
Na final dos 400m medley, partiu do quinto lugar na parcial do peito,
assumiu o segundo e não deixou que ninguém roubasse a sua medalha de
prata. Com o tempo de 4m08s86, chegou atrás apenas de Lochte (4m05s18),
deixando o bronze para o japonês Kosuke Hagino (4m08s94). O temido
Michael Phelps sequer subiu ao pódio.
No primeiro dia de competições da natação nos Jogos de Londres, a chinesa Shiwen Ye de 16 anos roubou a cena
ao bater o recorde mundial e sagrar-se campeã olímpica dos 400m medley.
A adolescente levou 4m28s43 para completar a prova, superando o astro
americano Ryan Lochte em 17 centésimos na comparação da cronometragem
dos últimos 50m. Depois, ainda venceu os 200m medley, com direito a
recorde olímpico. O feito da adolescente foi tão impressionante que logo
as rivais levantaram suspeita de doping. Nenhuma infração, no entanto,
foi confirmada.
Cesar Cielo emocionado após o bronze em
Londres (Foto: Jonne Roriz / Agência Estado)
Subir ao pódio dos Jogos Olímpicos é um sonho para qualquer atleta.
Mas, às vezes, até mesmo uma medalha pode ter um gostinho amargo.
Acostumado com seu lugar cativo no alto do pódio dos 50m livre, Cesar Cielo não conseguiu esconder a decepção de “trocar” o ouro pelo bronze em Londres.
Ao terminar a prova, o olhar do brasileiro era de desolação. Depois de
quatro anos de domínio absoluto, foi difícil olhar para o placar e ver
que a coroa lhe tinha sido tirada.
Em Londres, Cielo tentava o bicampeonato, feito que o colocaria no
pequeno grupo formado por Alexander Popov e Gary Hall Jr. O francês
Florent Manaudou, porém, surpreendeu ao vencer a prova, com o tempo de
21s34. O americano Cullen Jones ficou com a prata (21s54), seguido pelo
brasileiro (21s59).
Tom Daley decepciona ingleses nas Olimpíadas
em casa (Foto: Agência Reuters)
Tom Daley ilustrou outdoors, decoração de lojas, panfletos de
competição, faixas, camisas... Não existiam dúvidas. O jovem fenômeno
dos saltos ornamentais era o queridinho dos ingleses para os Jogos
Olímpicos disputados em casa. Mas toda a expectativa depositada no
atleta foi por água abaixo. Na plataforma de 10m sincronizada, um erro
do parceiro Peter Waterfield custou qualquer chance de pódio. A dupla terminou em quarto lugar.
Em resposta à performance ruim, internautas ingleses ofenderam o
saltador nas redes sociais. O atleta contestou as críticas e se envolveu
em uma das polêmicas dos Jogos de Londres. Mas a compensação veio com a
medalha de bronze na prova individual.
“Sinceramente, eu nadei para defender o título. Queria ganhar os 50m
livre mais um ano. Não foi a noite que imaginei para mim, mas tenho a
medalha no bolso. Agora, bola para frente, é mais uma medalha
importante. Já são nove, contando os Mundiais. Não posso em momento
algum reclamar da minha carreira, é mais um ano no pódio (...). Peço
desculpas, não foi suficiente. Era o que eu tinha (...). Lógico que eu
gostaria que fosse de outra cor, mas ficar chorando sobre isso seria
perda de tempo e coisa de mau perdedor. É mais uma medalha olímpica que
vou colocar na minha carreira e começar a pensar mais para frente.
Agora, está muito recente. Quem sabe nos próximos anos vai ser uma
medalha que vai fazer parte de muito orgulho da minha carreira.”, disse Cielo, um dia depois de ver o bicampeonato olímpico dos 50m livre escapar.
Poliana Okimoto era uma das favoritas ao ouro na prova de maratona
aquática dos Jogos de Londres. Uma crise de hipotermia, no entanto,
tirou a atleta da disputa. A brasileira lutou o quanto pôde, mas desistiu da missão
quando entrou na quinta volta das seis previstas. Ao sair do lago, teve
um desmaio e foi levada de cadeira de rodas para o centro médico da
instalação. Aquecida e com oxigênio, logo teve sua pressão estabilizada.
Outro destaque da maratona brasileira, Ana Marcela Cunha não conseguiu
vaga para disputar os Jogos de Londres. A baiana, no entanto, venceu o
Circuito da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas.
Dueto
do nado sincronizado do Brasil, formado por Lara e Nayara, encantou os
mexicanos com uma criativa coreografia em homenagem aos seriados
'Chaves' e 'Chapolin', em novembro (Foto: Divulgação MVP Sports)
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