Rubro-Negro pode solicitar para a próxima temporada o retorno do camisa 6 atleticano, que está emprestado. Vontade dele é ficar em Belo Horizonte
Junior Cesar
aproveitou uma das paredes do apartamento que possui na Barra da
Tijuca, no Rio, para montar um painel com fotos da carreira. No espaço,
imagens contam um pouco da trajetória do lateral-esquerdo. As passagens
por Fluminense, Botafogo, Flamengo, São Paulo e Atlético-MG estão
registradas em preto e branco. E foi com as cores do Galo que ele voltou
a enxergar o futebol colorido. Há sete meses em Belo Horizonte, foi
destaque do time no Brasileirão e ajudou a equipe a conquistar a vaga na
Libertadores da América de 2013 com o vice-campeonato nacional.
O camisa 6 está no clube mineiro por empréstimo até o fim do ano que vem. Junior é jogador do Flamengo e, por contrato, o Rubro-Negro pode pedir o retorno dele no início da próxima temporada. Não é o que o jogador deseja. Feliz no Galo, está otimista com a disputa da competição continental e com o tratamento que recebe em Minas.
- Fiquei triste de não ter alcançado os objetivos com o Flamengo. O Atlético foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num momento de dificuldade.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Junior Cesar quis deixar claro que
não pediu para sair do Flamengo, em maio deste ano. Segundo ele, a
decisão de abrir negociação foi do clube carioca. Para o jogador, a
saída de Vanderlei Luxemburgo foi prejudicial ao clube. No Atlético, o
lateral reencontrou Ronaldinho Gaúcho, que se desligou do Rubro-Negro
via ação judicial e também foi jogar em BH. Lá, ambos recuperaram a
alegria de estar em campo e conseguiram conquistar a massa atleticana.
- É outro Ronaldo (risos). Já estava um pouco desgastado no Flamengo. Para render, tem que ter alegria. Ele conseguiu recuperar isso.
Abaixo, o internauta confere a íntegra da entrevista:
O que dizer do belo Brasileiro feito pelo Galo?
Um ano maravilhoso, um ano dentro daquilo que o Atlético programou, que era voltar à Libertadores da América. E conseguimos disputando um Campeonato Brasileiro dificílimo, sempre brigando pela conquista do título. Foi uma briga entre Atlético, Grêmio e Fluminense. Foi um ano muito produtivo para o Atlético, e a gente espera que em 2013 a gente possa ir além.
Pessoalmente foi muito bom também, certo?
Foi muito bom. Pelo início de ano conturbado aqui no Flamengo, mas Deus sabe fazer as coisas no momento certo, na hora certa. Por mais que o ser humano pense uma coisa, não entenda, mas no fim a gente entende. Gostei bastante. Quando começou 2012 as coisas não estavam caminhando bem no Flamengo, os resultados não aconteciam. Até porque a gente sabe que no futebol existe uma palavra-chave que é vitória. Quando tem vitória, tudo está normal. Não conseguimos alcançar o objetivo na Libertadores, e logo depois ficamos fora das finais do Carioca, mas tive a oportunidade de ir para o Atlético. E quero deixar claro que eu não pedi para ir para o Atlético. O Flamengo que abriu as portas para uma negociação e dentro disso, num momento desse, você tem que ficar calado, tem que ficar esperando o momento certo de falar. Estou muito feliz no Atlético. Terminei o ano bem, alcançando um objetivo, deixando toda a diretoria do Atlético feliz dentro daquilo que esperavam.
Você disse que o Flamengo abriu as portas para você sair. Você não queria sair ou sentiu que era a hora mesmo de tentar algo novo?
Eu não pensava em sair, isso já era uma discussão minha com meu empresário. Não pensava em deixar o Flamengo porque eu tinha alguma coisa para fazer pelo Flamengo. Tanto que saio na rua hoje e as pessoas me perguntam se eu vou voltar. Isso me deixa muito feliz porque esses sete meses no Atlético foram muito bons. Hoje eu saio, torcedores do Flamengo me param na rua, perguntam como está minha situação, o contrato com o Flamengo. Deixei alguma coisas positivas, mas gostaria de ter feito mais. Quando você joga num clube grande, espera alcançar coisas importantes. Era meu objetivo no Flamengo. Mas são coisas do futebol. Tem que ter paciência e seguir a vida.
Você entrou nesse assunto sobre a sua situação contratual, o
Flamengo tem a opção de trazer você de volta, mas o que você quer?
Voltar para fazer o que não conseguiu ou seguir no Galo e jogar a
Libertadores?
Eu tenho contrato de empréstimo com o Atlético, tenho que me apresentar no Atlético de qualquer maneira. Estou muito feliz, muito contente no Atlético, foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num momento de dificuldade. As coisas foram muito positivas, o Atlético não fazia boa campanha no Brasileiro há algum tempo, há muito tempo não almejava uma Libertadores, que nós alcançamos. O presidente (Alexandre) Kalil sempre me abraçou, sempre tratou comigo olho no olho. O Cuca me deu total apoio. Tenho total confinaça nele e ele em mim. Minha situação no Atlético é muito boa, maravilhosa, por tudo que construímos. Não posso falar se vou voltar para o Flamengo ou não porque é assunto para a diretoria e meu procurador.
O que sentiu de diferente no Galo? É organização, a estrutura, o profissionalismo?
Costumo dizer que a cada ano você aprende uma coisa no futebol. Futebol é muito simples, não pode inventar. É até uma coisa que Ronaldo e eu brincamos lá. Quando você tem felicidade, alegria para trabalhar, as coisas acontecem naturalmente. Consegui dentro de sete meses a felicidade de jogar futebol. Fiquei triste de não ter alcançado os objetivos no Flamengo, que era a Libertadores. Batalhamos para entrar, mas ela não foi alcançada e vimos o primeiro semestre ir embora. Espero que o ano que vem possa ser um ano de conquistas no Atlético.
Conseguiu sentir um pouco dessa alegria no tempo que passou no Flamengo?
Consegui porque quando cheguei (início do Brasileirão 2011) nós conseguimos a vaga na Libertadores no Brasileiro. Alcançamos o objetivo colocado pelo Vanderlei (Luxemburgo). Quando cheguei, havia uma lacuna na lateral esquerda. Naquele primeiro ano as coisas foram positivas com o Vanderlei, um cara centrado, de projeto, organizado. E me dei muito bem, cheguei muito bem no Flamengo. Colocamos o Flamengo na Libertadores, mas esse ano era um ano difícil, num ano de política no clube às vezes o futebol fica um pouquinho de lado. Futebol é resultado, o início de 2012 não foi positivo, os resultados não apareceram.
O Atlético fez uma campanha espetacular no Brasileiro, ficou só atrás do campeão. Em que lugar esse Atlético pode chegar?
Hoje temos uma base muito boa. Para o início de uma competição, tem que ter uma base. O Corinthians está vivendo esse momento porque manteve uma base sólida para disputar o Mundial. O Atlético acabou o Brasileiro bem, com jogadores importantes, experientes, que vão disputar uma competição que exige experiência, as coisas estão no caminho. Tenho certeza que o Atlético vai se reforçar, a Libertadores é muito difícil, são muitos clubes de qualidade. Espero mais uma vez disputar a Libertadores. Disputei com Fluminense, Flamengo, São Paulo, e tenho outra oportunidade. Quem sabe agora chega a chance de buscar esse título que já bateu na minha porta (foi vice em 2008 com o Flu)? A gente espera fazer um plantel. Clube não ganha só com time, mas com grupo. Esperamos fazer um grupo forte. Esse foi o exemplo do Fluminense esse ano, brigamos o tempo todo com o Fluminense, que tem um grupo que dispensa comentários, mas eles foram além daquilo que nós esperávamos, foi anormal.
Você sente pegada de campeão nesse time?
Sinto porque brigamos até o fim do Brasileiro. Eu sinto por isso. Pelo treinador (Cuca) que temos, pela diretoria, jogadores, plantel. Claro que a dificuldade vai ser maior porque vamos jogar contra times experientes dentro dessa competição. A gente espera formar um grupo de qualidade, força, para que a gente entre para brigar, ganhar, e não só para participar.
Você disse que recuperou a alegria de jogar quando chegou ao Atlético. O Ronaldinho já disse isso em algumas entrevistas também. Você conviveu com ele no Flamengo e o reencontrou no Galo. É outro Ronaldinho?
Está todo mundo no bolo. A gente sabe que Libertadores é muito difícil. Todos os clubes que vão participar são difíceis de enfrentar, quando joga aqui a rivalidade é grande. O Atlético vai se preparar bem, nossa torcida está carente de um título. Brigamos esse ano todo no Brasileiro, mas não aconteceu. Nota: além do Galo, Corinthians, atual campeão, Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, Grêmio e São Paulo, que vão jogar a pré-Libertadores, estão classificados.
A torcida fez a diferença para o Galo no Brasileiro?
O bom lá é que o torcedor sempre nos apoiou no Independência, tanto que não perdemos nenhum jogo em casa. A vaga na Libertadores era tudo que eles queriam, são muito apaixonados, querem um título de expressão. A gente espera se preparar bem para presenteá-los.
Você falou que a torcida do Flamengo te aborda quando você está no Rio, que pede a sua volta. Como é ouvir isso?
Estou passando as férias no Rio, muitos torcedores do Flamengo me pedem para voltar. Muitos dizem que abandonei o Flamengo. Eu explico que não pedi para sair. Não pedi para sair, o Flamengo abriu a oportunidade de negociação. Em momento algum pedi para sair. Quando houve isso, o Zinho se apresentou, teve uma conversa comigo. Ele estava chegando, fui transparente com ele. A Patricia e outros dirigentes abriram a negociação. Mas fico feliz pelos torcedores que querem a minha volta.
Duas perguntas sobre Vanderlei Luxemburgo: se ele estivesse no clube, você não teria saído? Fez mal para o Flamengo a saída do Vanderlei?
Acho que sim. Temos que ir por resultado. Quando ele me convidou, o projeto era a Libertadores da América. O Flamengo conquistou. Nós tínhamos os jogos contra o Potosí pela pré-Libertadores e passamos para a fase de grupos. Como o treinador que foi campeão carioca invicto (2011) e classifica um clube da massa do Flamengo para a Libertadores é mandado embora? Claro que tem as outras coisas, mas na minha opinião, se ele continuasse, acredito que as coisas iam caminhar de forma mais tranquila, conhecia o clube, estava à frente, experiente para a Libertadores. Mas foi decidido dessa forma e acredito que o Flamengo está nessa situação de hoje por isso. Eu acredito que não teria saído, pois o Vanderlei me convidou para jogar no Flamengo. E quase saí do Flamengo e fui para o Grêmio, atual clube dele. É um cara profissional, gosto dele. O Flamengo perdeu um excelente profissional para aquele momento de Libertadores. Gosto muito dele profissionalmente, sempre venceu, agradeço pela oportunidade de ter jogado no Flamengo.
Mas você sentia clima para ele continuar?
Acredito que sim, pois muitos jogadores gostavam dele, era um cara sério, botava o time dele para jogar, dentro das convicções dele. Isso no futebol é importante ter um comandante de pulso.
Ainda pensa em Seleção, Junior?
Seleção é momento no clube, espero viver isso ano que vem no Atlético. Meu sonho é, sim, a Seleção. Claro que quero um dia jogar na Seleção, por mais que existam jogadores na minha frente.
Pelo que fez no campeonato, esperava ter sido chamado pelo menos para o Superclássico das Américas?
Nessa última foram chamados mais jogadores de Atlético e Fluminense. Mas não me frustrei. Tudo acontece na hora que tem que acontecer. Procuro estar focado. Nesses sete meses fiz isso. Quem sabe eu possa ter uma chance num ano importante para o Atlético?
Você não está no clube, mas tem contrato. O que deseja para o Flamengo, que está nesse processo de mudança de diretoria?
Desejo paz, saúde, sucesso, alegria, mas que ano que vem o Atlético possa estar alcançando títulos. Não tenho mágoa do Flamengo. Tenho que agradecer por ter sido mais um atleta a vestir essa camisa histórica, esse manto sagrado. Estou vivendo nova fase, num clube que me trata com carinho e lealdade. Desejo muita felicidade para o Flamengo.
Para encerrarmos, qual o seu recado para a massa?
Quero agradecer porque sempre me apoiaram, em todos os jogos. Que possam curtir o Natal e Ano Novo tranquilos, com muita paz, alegria. Dia 7 de janeiro vamos nos reapresentar para dar as alegrias que os torcedores esperam há muito tempo. Vamos batalhar muito ano que vem para alcançar isso.
O camisa 6 está no clube mineiro por empréstimo até o fim do ano que vem. Junior é jogador do Flamengo e, por contrato, o Rubro-Negro pode pedir o retorno dele no início da próxima temporada. Não é o que o jogador deseja. Feliz no Galo, está otimista com a disputa da competição continental e com o tratamento que recebe em Minas.
- Fiquei triste de não ter alcançado os objetivos com o Flamengo. O Atlético foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num momento de dificuldade.
Junior Cesar tem registros da carreira na parede de casa (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
- É outro Ronaldo (risos). Já estava um pouco desgastado no Flamengo. Para render, tem que ter alegria. Ele conseguiu recuperar isso.
Abaixo, o internauta confere a íntegra da entrevista:
O que dizer do belo Brasileiro feito pelo Galo?
Um ano maravilhoso, um ano dentro daquilo que o Atlético programou, que era voltar à Libertadores da América. E conseguimos disputando um Campeonato Brasileiro dificílimo, sempre brigando pela conquista do título. Foi uma briga entre Atlético, Grêmio e Fluminense. Foi um ano muito produtivo para o Atlético, e a gente espera que em 2013 a gente possa ir além.
Pessoalmente foi muito bom também, certo?
Foi muito bom. Pelo início de ano conturbado aqui no Flamengo, mas Deus sabe fazer as coisas no momento certo, na hora certa. Por mais que o ser humano pense uma coisa, não entenda, mas no fim a gente entende. Gostei bastante. Quando começou 2012 as coisas não estavam caminhando bem no Flamengo, os resultados não aconteciam. Até porque a gente sabe que no futebol existe uma palavra-chave que é vitória. Quando tem vitória, tudo está normal. Não conseguimos alcançar o objetivo na Libertadores, e logo depois ficamos fora das finais do Carioca, mas tive a oportunidade de ir para o Atlético. E quero deixar claro que eu não pedi para ir para o Atlético. O Flamengo que abriu as portas para uma negociação e dentro disso, num momento desse, você tem que ficar calado, tem que ficar esperando o momento certo de falar. Estou muito feliz no Atlético. Terminei o ano bem, alcançando um objetivo, deixando toda a diretoria do Atlético feliz dentro daquilo que esperavam.
Você disse que o Flamengo abriu as portas para você sair. Você não queria sair ou sentiu que era a hora mesmo de tentar algo novo?
Eu não pensava em sair, isso já era uma discussão minha com meu empresário. Não pensava em deixar o Flamengo porque eu tinha alguma coisa para fazer pelo Flamengo. Tanto que saio na rua hoje e as pessoas me perguntam se eu vou voltar. Isso me deixa muito feliz porque esses sete meses no Atlético foram muito bons. Hoje eu saio, torcedores do Flamengo me param na rua, perguntam como está minha situação, o contrato com o Flamengo. Deixei alguma coisas positivas, mas gostaria de ter feito mais. Quando você joga num clube grande, espera alcançar coisas importantes. Era meu objetivo no Flamengo. Mas são coisas do futebol. Tem que ter paciência e seguir a vida.
Numa das fotos da parede, com os amigos R49 e Jô (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Eu tenho contrato de empréstimo com o Atlético, tenho que me apresentar no Atlético de qualquer maneira. Estou muito feliz, muito contente no Atlético, foi um clube que abriu as portas para o meu trabalho num momento de dificuldade. As coisas foram muito positivas, o Atlético não fazia boa campanha no Brasileiro há algum tempo, há muito tempo não almejava uma Libertadores, que nós alcançamos. O presidente (Alexandre) Kalil sempre me abraçou, sempre tratou comigo olho no olho. O Cuca me deu total apoio. Tenho total confinaça nele e ele em mim. Minha situação no Atlético é muito boa, maravilhosa, por tudo que construímos. Não posso falar se vou voltar para o Flamengo ou não porque é assunto para a diretoria e meu procurador.
O que sentiu de diferente no Galo? É organização, a estrutura, o profissionalismo?
Costumo dizer que a cada ano você aprende uma coisa no futebol. Futebol é muito simples, não pode inventar. É até uma coisa que Ronaldo e eu brincamos lá. Quando você tem felicidade, alegria para trabalhar, as coisas acontecem naturalmente. Consegui dentro de sete meses a felicidade de jogar futebol. Fiquei triste de não ter alcançado os objetivos no Flamengo, que era a Libertadores. Batalhamos para entrar, mas ela não foi alcançada e vimos o primeiro semestre ir embora. Espero que o ano que vem possa ser um ano de conquistas no Atlético.
Conseguiu sentir um pouco dessa alegria no tempo que passou no Flamengo?
Consegui porque quando cheguei (início do Brasileirão 2011) nós conseguimos a vaga na Libertadores no Brasileiro. Alcançamos o objetivo colocado pelo Vanderlei (Luxemburgo). Quando cheguei, havia uma lacuna na lateral esquerda. Naquele primeiro ano as coisas foram positivas com o Vanderlei, um cara centrado, de projeto, organizado. E me dei muito bem, cheguei muito bem no Flamengo. Colocamos o Flamengo na Libertadores, mas esse ano era um ano difícil, num ano de política no clube às vezes o futebol fica um pouquinho de lado. Futebol é resultado, o início de 2012 não foi positivo, os resultados não apareceram.
O Atlético fez uma campanha espetacular no Brasileiro, ficou só atrás do campeão. Em que lugar esse Atlético pode chegar?
Hoje temos uma base muito boa. Para o início de uma competição, tem que ter uma base. O Corinthians está vivendo esse momento porque manteve uma base sólida para disputar o Mundial. O Atlético acabou o Brasileiro bem, com jogadores importantes, experientes, que vão disputar uma competição que exige experiência, as coisas estão no caminho. Tenho certeza que o Atlético vai se reforçar, a Libertadores é muito difícil, são muitos clubes de qualidade. Espero mais uma vez disputar a Libertadores. Disputei com Fluminense, Flamengo, São Paulo, e tenho outra oportunidade. Quem sabe agora chega a chance de buscar esse título que já bateu na minha porta (foi vice em 2008 com o Flu)? A gente espera fazer um plantel. Clube não ganha só com time, mas com grupo. Esperamos fazer um grupo forte. Esse foi o exemplo do Fluminense esse ano, brigamos o tempo todo com o Fluminense, que tem um grupo que dispensa comentários, mas eles foram além daquilo que nós esperávamos, foi anormal.
Você sente pegada de campeão nesse time?
Sinto porque brigamos até o fim do Brasileiro. Eu sinto por isso. Pelo treinador (Cuca) que temos, pela diretoria, jogadores, plantel. Claro que a dificuldade vai ser maior porque vamos jogar contra times experientes dentro dessa competição. A gente espera formar um grupo de qualidade, força, para que a gente entre para brigar, ganhar, e não só para participar.
Você disse que recuperou a alegria de jogar quando chegou ao Atlético. O Ronaldinho já disse isso em algumas entrevistas também. Você conviveu com ele no Flamengo e o reencontrou no Galo. É outro Ronaldinho?
Junior Cesar está com 30 anos de idade
(Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
É o(Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Está todo mundo no bolo. A gente sabe que Libertadores é muito difícil. Todos os clubes que vão participar são difíceis de enfrentar, quando joga aqui a rivalidade é grande. O Atlético vai se preparar bem, nossa torcida está carente de um título. Brigamos esse ano todo no Brasileiro, mas não aconteceu. Nota: além do Galo, Corinthians, atual campeão, Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, Grêmio e São Paulo, que vão jogar a pré-Libertadores, estão classificados.
A torcida fez a diferença para o Galo no Brasileiro?
O bom lá é que o torcedor sempre nos apoiou no Independência, tanto que não perdemos nenhum jogo em casa. A vaga na Libertadores era tudo que eles queriam, são muito apaixonados, querem um título de expressão. A gente espera se preparar bem para presenteá-los.
Você falou que a torcida do Flamengo te aborda quando você está no Rio, que pede a sua volta. Como é ouvir isso?
Estou passando as férias no Rio, muitos torcedores do Flamengo me pedem para voltar. Muitos dizem que abandonei o Flamengo. Eu explico que não pedi para sair. Não pedi para sair, o Flamengo abriu a oportunidade de negociação. Em momento algum pedi para sair. Quando houve isso, o Zinho se apresentou, teve uma conversa comigo. Ele estava chegando, fui transparente com ele. A Patricia e outros dirigentes abriram a negociação. Mas fico feliz pelos torcedores que querem a minha volta.
Duas perguntas sobre Vanderlei Luxemburgo: se ele estivesse no clube, você não teria saído? Fez mal para o Flamengo a saída do Vanderlei?
Acho que sim. Temos que ir por resultado. Quando ele me convidou, o projeto era a Libertadores da América. O Flamengo conquistou. Nós tínhamos os jogos contra o Potosí pela pré-Libertadores e passamos para a fase de grupos. Como o treinador que foi campeão carioca invicto (2011) e classifica um clube da massa do Flamengo para a Libertadores é mandado embora? Claro que tem as outras coisas, mas na minha opinião, se ele continuasse, acredito que as coisas iam caminhar de forma mais tranquila, conhecia o clube, estava à frente, experiente para a Libertadores. Mas foi decidido dessa forma e acredito que o Flamengo está nessa situação de hoje por isso. Eu acredito que não teria saído, pois o Vanderlei me convidou para jogar no Flamengo. E quase saí do Flamengo e fui para o Grêmio, atual clube dele. É um cara profissional, gosto dele. O Flamengo perdeu um excelente profissional para aquele momento de Libertadores. Gosto muito dele profissionalmente, sempre venceu, agradeço pela oportunidade de ter jogado no Flamengo.
Mas você sentia clima para ele continuar?
Acredito que sim, pois muitos jogadores gostavam dele, era um cara sério, botava o time dele para jogar, dentro das convicções dele. Isso no futebol é importante ter um comandante de pulso.
Ainda pensa em Seleção, Junior?
Seleção é momento no clube, espero viver isso ano que vem no Atlético. Meu sonho é, sim, a Seleção. Claro que quero um dia jogar na Seleção, por mais que existam jogadores na minha frente.
Pelo que fez no campeonato, esperava ter sido chamado pelo menos para o Superclássico das Américas?
Nessa última foram chamados mais jogadores de Atlético e Fluminense. Mas não me frustrei. Tudo acontece na hora que tem que acontecer. Procuro estar focado. Nesses sete meses fiz isso. Quem sabe eu possa ter uma chance num ano importante para o Atlético?
Nos tempos de Fla, junto a Ronaldinho: início de ano complicado (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com)
Desejo paz, saúde, sucesso, alegria, mas que ano que vem o Atlético possa estar alcançando títulos. Não tenho mágoa do Flamengo. Tenho que agradecer por ter sido mais um atleta a vestir essa camisa histórica, esse manto sagrado. Estou vivendo nova fase, num clube que me trata com carinho e lealdade. Desejo muita felicidade para o Flamengo.
Para encerrarmos, qual o seu recado para a massa?
Quero agradecer porque sempre me apoiaram, em todos os jogos. Que possam curtir o Natal e Ano Novo tranquilos, com muita paz, alegria. Dia 7 de janeiro vamos nos reapresentar para dar as alegrias que os torcedores esperam há muito tempo. Vamos batalhar muito ano que vem para alcançar isso.
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