Treinador considera Fernandinha a levantadora que mais se assemelha à campeã olímpica, admite favoritismo dos EUA, mas coloca Brasil no páreo
O técnico Zé Roberto revela que até 2010 tentou convencer Fofão a retornar à seleção (Foto: Divulgação/CBV)
A ausência da melhor levantadora das Olimpíadas de Pequim não chegou a tirar o sono do treinador nos últimos quatro anos, quando Fabíola e Dani Lins tiveram bons momentos e se revezaram como titulares, mas o semblante mais fechado e preocupado do que de costume talvez justifiquem a escolha de Zé Roberto por Fernandinha.
- A Fabíola não foi titular durante todos esses quatro anos. A Dani Lins jogou em 2009 e parte da temporada de 2010, e a briga entre elas sempre foi muito acirrada. Isso faz parte, é o contexto do momento. A Fernandinha é uma levantadora com características diferenciadas em termos de mão, de personalidade e que eu já queria ter convocado antes. Ela teve um problema na coluna e ficou com receio de atender a convocação na época. É quem tem mais experiência, pois jogou cinco anos fora do país e anteriormente atuou por vários clubes brasileiros também. Enfim, é uma levantadora mais à moda antiga, que joga com mais velocidade e que mais se assemelha ao estilo da Fofão.
Certo ou errado, a única certeza de Zé Roberto é que o momento do corte é sempre o pior na vida de um treinador. Mesmo quando a decisão seja apenas por critério técnico, como foi o caso da atacante Mari, campeã olímpica em 2008.
Zé Roberto surpreendeu ao convocar Fernandinha
para Londres-2016 (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
para Londres-2016 (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Com a lista das doze jogadoras definida, a maior preocupação do treinador agora é com as principais adversárias do Brasil na caminhada rumo ao bicampeonato olímpico. Além das favoritas norte-americanas, Zé Roberto destaca também Rússia e Itália, pela tradição, Sérvia e China, sempre rivais chatos, além das surpreendentes turcas, medalhistas de bronze no último Grand Prix sob o comando do brasileiro Marco Aurélio Motta.
- Nos dois últimos anos a gente viu uma supremacia dos Estados Unidos, que só deixou de ganhar a Copa do Mundo porque perdeu uma partida que ninguém esperava para o Japão e ficou em segundo. Vejo as norte-americanas como favoritas, nem tão distantes assim dos rivais, e outras seleções, inclusive a brasileira, correndo por fora em busca de uma medalha - prevê o treinador.
A gente quer voltar para o Brasil com uma medalha. Mas a pressão é muito grande e a caminhada não é fácil"
Zé Roberto
- Estou tão focado em Londres que não quero pensar nisso agora. A gente vive de resultados. Não adianta falar nada agora, vamos esperar. No Brasil, ser segundo e último é a mesma coisa. A gente quer voltar para o Brasil com uma medalha. Mas a pressão é muito grande e a caminhada não é fácil – afirmou Zé Roberto.
Independentemente de sua permanência no comando da seleção feminina, o treinador aposta na geração que vai representar o Brasil em 2016 no Rio de Janeiro.
- É uma geração com jogadoras interessantes. A Natália, por exemplo, é uma ponteira passadora acima da média e a Gabi uma atleta que está sendo preparada. Não é alta, mas tem uma boa impulsão e tecnicamente é ótima. Estou muito entusiasmado com ela e acho que ela teria brigado para ir a Londres se faltasse mais um ano até as Olimpíadas.
Natália é apontada por Zé Roberto como um dos destaques da nova geração (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
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