Favorita do grupo, seleção de Arshavin é eliminada por causa do desempate no confronto direto com gregos, apesar do saldo maior de gols
E para provar essa "volta no tempo", o resultado deste sábado, que classificou os helênicos, também foi o mais comum no histórico título da Eurocopa de 2004, quando, nas quartas, semis e final, o time da Terra de Platão superou por um gol de diferença França, República Tcheca e Portugal, respectivamente. Será que o raio pode, sim, cair por duas vezes no mesmo lugar?
saiba mais
Líder da chave antes da rodada, a equipe de Arshavin precisava de
apenas um empate para avançar, mas acabou eliminada, com os mesmos
quatro pontos dos gregos, pois o primeiro critério de desempate é o
confronto direto - no saldo de gols, foi até melhor, com dois contra
zero do adversário. O primeiro colocado do grupo A, com seis pontos, foi
a República Tcheca, vitoriosa diante da anfitriã Polônia também por 1 a
0.Na próxima fase, a Grécia, que ficou em segundo lugar no Grupo A com quatro pontos, encara o primeiro colocado do "grupo da morte", que conta com Portugal, Dinamarca, Holanda e Alemanha, cuja definição acontece neste domingo. Já os tchecos, líderes, enfrentam o segundo colocado dessa mesma chave.
Capitão Karagounis comemora demais o gol da vitória grega (Foto: Agência EFE)
O lance levantou não só a torcida grega, mas também os poloneses, que, mesmo com a sua equipe jogando a quilômetros de Varsóvia, na Breslávia, marcaram presença no estádio e gritaram "Polska, Polska, Polska". Vaias por parte dos russos, mas nada de confusão.
Aos dez, a Rússia chegou pela primeira vez com perigo. Jogador do CSKA Moscou, o meia-atacante Dzagoev fez boa jogada pela direita e cruzou à meia altura. Craque e capitão do time, o camisa 10 Arshavin, quase na pequena área, chutou dividido com a zaga grega e Sifakis, que barrou o antigo titular Chalkias, defendeu em dois tempos
.
A jogada despertou os "donos da casa", que, depois do susto no início, quase marcaram após uma jogada de ponta-esquerda de Zhirkov. Companheiro de Roberto Carlos no Anzhi, o lateral foi ao fundo e cruzou para trás. Atenta, a defesa helência cortou para escanteio. Instantes depois, Kerzhakov tirou tinta da trave com um chute da entrada da área
Na sequência, o time do técnico holandês Dick Advocaat passou a dominar completamente as ações. Do outro lado, embora precisando da vitória para seguir vivo na competição, os gregos não abdicavam da velha retranca (sem a bola, todo o time se entrincheirava no campo de defesa). E com esse esquema que garantiu o título da Euro 2004 diante de Portugal, os helênicos exploravam esporádicos contra-ataques e jogadas aéreas.
Salpingidis observa Malafeev salvar a Rússia no início da partida (Foto: Agência Reuters)
Quando a partida caminhava para um primeiro tempo sem gols e com a Rússia merecendo melhor sorte, o "ferolho" grego acabou dando certo. Nos acréscimos, após cobrança de lateral pela direita, a zaga russa vacilou, e a bola sobrou para o capitão Karagounis. Vilão na primeira rodada ao perder um pênalti diante da Polônia, o meia do Panathinaikos penetrou na área e arrematou forte sem chances para Malafeev.
Karagounis se benze desesperadamente após cartão que o suspende
Na volta para o intervalo, Advocaat fez o que quase todos na imprensa russa pediam desde o começo do torneio: tirar Kerzhakov do time. Inoperante outra vez na etapa inicial, o atacante do Zenit deu lugar a Pavlyuchenko.
Do lado da Grécia, nenhuma alteração. E muito menos no estilo de jogo. Se em desvantagem o time do técnico português Fernando Santos já esperava o adversário, com o 1 a 0 a favor então...
Confira a classificação e a relação completa de jogos desta Eurocopa
E, para colaborar, os russos, que embora se classificassem com a derrota enquanto o 0 a 0 entre tchecos e poloneses persistisse no outro jogo da chave, demonstravam nervosismo. Melhor para o experiente trio de ataque grego formado por Gekas, Salpingidis e Samaras, que segurava a bola no ataque e fazia o tempo correr.
Aos 15, entretanto, o árbitro sueco Jonas Eriksson deu uma mãozinha aos russos. Karagounis fez bela jogada individual e foi derrubado por Ignashevich. O juiz, entretanto, disse que o veterano se jogou e ainda lhe advertiu com o cartão amarelo, que o tira da próxima partida. Revoltado, o camisa 10, que havia reclamado bastante da arbitragem na estreia diante da Polônia, até se benzeu, desesperadamente, durante a reclamação. Momentos depois, foi sacado de campo pelo técnico que preferiu evitar uma expulsão.
Desespero russo no fim
O lance não diminuiu o ímpeto grego. Aos 25, Tzavlellas, em cobrança de falta, carimbou o travessão. Na sequência, mostrando o total nervosismo russo, Dzagoev recebeu amarelo por falta que poderia até lhe render um vermelho.
Aos 35, ao ver que a República Tcheca marcara diante da Polônia, eliminando assim a Rússia, Advocaat sacou o volante Glushakov e colocou o atacante Pogrebnyak. Logo depois, botou outro homem mais ofensivo, Izmailov, no lugar do lateral Anyukov.
As substituições, entretanto, não surtiram o efeito desejado, e a Rússia, apesar do bom começo na Euro, quando goleou os tchecos por 4 a 1, ficou desesperada no fim para não sair da competição de maneira precoce. Na base do abafa, tentou o gol de empate que a classificaria, mas esbarrou de novo no ferrolho adversário. Com o apito final, os gregos entraram em êxtase pela manutenção do sonho de repetir 2004.
Jogadores da Grécia comemoram a classificação heroica às quartas de final (Foto: Agência Reuters)
Sifakis; Maniatis, Tzavellas, Papadopoulos e Torossidis; Papastathopoulos, Karagounis (Makos), Katsouranis e Samaras; Salpingidis (Ninis) e Gekas (Holebas). | Malafeev; Anyukov (Izmailov), Ignasevich, Zhirkov e Berezutski; Shirokov, Denisov, Dzagoev e Glushakov (Pogrebnyak); Arshavin e Kerzhakov (Pavlyuchenko). |
Técnico: Fernando Santos. | Técnico: Dick Advocaat. |
Gols: Karagounis, aos 47 minutos do primeiro tempo. | |
Cartões amarelos: Karagounis (GRE); Anyukov, Zhirkov, Dzagoev (RUS). | |
Estádio: Nacional, em Varsóvia (Polônia). Data: 16/06/2012. Árbitro: Jonas Eriksson (SUE). Auxiliares: Stefan Wittberg (SUE) e Mathias Klasenius (SUE) . |
Nenhum comentário:
Postar um comentário