quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

“Tamos juntos”, disse Renan a Temer na posse. E agora? Por Kiko Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/tamos-juntos-disse-renan-a-temer-na-posse-e-agora-por-kiko-nogueira/



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"Tamos juntos"
“Tamos juntos”


Em agosto, quando Michel Temer tomou posse, Renan Calheiros anunciou o novo chefe de maneira triunfal.
“Declaro aberta a sessão solene do Congresso Nacional destinada a receber o compromisso constitucional e dar posse ao senhor Michel Temer no cargo de presidente da Republica”, disse.
Feito o juramento constitucional, Renan apertou as mãos de Michel de maneira efusiva e mandou ver: “Tamos juntos”.
O golpe naufragou, Michel fracassou em velocidade de cruzeiro, seis ministros caíram em seis meses — e agora Renan virou réu no STF por peculato, acusado de pagar com recursos ilícitos pensão, entre 2004 e 2006, a uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso.
“Chama a atenção de movimentação de quantia nada desprezível em espécie. É certo que não é proibido pagar em dinheiro, contudo a alegada opção não pode ser sumariamente desprezada”, disse o relator, o ministro Edson Fachin.
A decisão não obriga Renan a se afastar da presidência do Senado. Moralmente, porém, ele está liquidado. A Casa passa a ser presidida por alguém que responde a uma ação penal no Supremo.
O que vai sobrar do PMDB? Em nota, o partido avisou que respeita a decisão e “entende que o resultado de hoje mostra que o processo está apenas começando. Assim como para qualquer pessoa, cabe agora o direito à ampla defesa”.
Temer olha para Renan e lembra-se das palavras dirigidas a ele na posse.
Entende-se agora o nervosismo de Renan nestes últimos dias. Ao lado de Sérgio Moro, na sessão temática sobre o abuso de autoridade na quinta, declarou que “a Lava Jato é sagrada”, num gesto de claro desespero.
Para fazer-lhe justiça, teve um grande momento no final, talvez o melhor do ano. “Antes de encerrar, eu queria dizer apenas que não houve aqui agressão ao relator da matéria na Câmara dos Deputado, ao Onyx Lorenzetti”, falou, referindo-se ao deputado relator do pacote anticorrupção na Câmara.
“Parece nome de chuveiro, mas não é nome de chuveiro”.
E saiu para o abraço.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA DECISÃO DO STF PARA RENAN?


FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/quais-as-consequencias-da-decisao-do-stf-para-renan/



Diferentemente do que ocorreu com Eduardo Cunha, ele deve continuar à frente do Senado


Da BBC:
Renan agora vai responder a uma ação penal. Serão abertos novos prazos para que acusação e defesa se manifestem. Depois disso, porém, não há data para o ministro relator do caso, Edson Fachin, proferir sua decisão e levar novamente o caso ao plenário do STF – isso depende apenas de sua vontade e da presidente da Corte, Carmén Lúcia.
Diferentemente do que ocorreu com Eduardo Cunha, que dois meses depois de virar réu no STF foi afastado da presidência da Câmara e do seu mandato de deputado, Calheiros deve continuar à frente do Senado.
No caso de Cunha, a corte entendeu que ele usava seu cargo para atrapalhar investigações contra si, por exemplo intervindo no funcionamento do Conselho de Ética da Câmara.
No caso de Renan, não há acusações concretas nesse sentido, embora o senador esteja patrocinando um projeto de lei sobre abuso de autoridades, visto como tentativa de cercear a Lava Jato.
Há outra ação em andamento no STF que poderia derrubar Renan do comando do Senado. No entanto, é muito improvável que ela seja julgada antes do término do seu mandato como presidente da Casa, no início de fevereiro.
Essa ação, movida pela Rede (partido de Marina Silva), sustenta que uma autoridade que está na linha sucessória da Presidência da República não pode ser réu no STF.
Embora a maioria do Supremo já tenha se manifestado a favor dessa tese, o julgamento foi interrompido no início de novembro porque o ministro Dias Toffoli pediu vista do processo.
A interrupção gerou alívio para o governo Michel Temer, já que o afastamento de Renan poderia tumultuar o funcionamento do Senado e atrapalhar a aprovação de propostas de interesse do Planalto.
Dessa forma, a decisão desta quinta não tem qualquer consequência direta imediata para Renan, mas, do ponto de vista da imagem pública, gera constrangimento e pode enfraquecê-lo politicamente.
(…)