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http://jornalggn.com.br/noticia/lindbergh-se-pt-assumir-senado-pec-do-teto-e-reforma-da-previdencia-serao-barradas
Senador diz que reforma da previdência anunciada por Temer é "criminosa". "Temer, que se aposentou com 55, teria que começar a trabalhar com 6 anos para se aposentar"
Jornal GGN - O senador Lindbergh Farias negou qualquer possibilidade de a bancada petista apoiar a votação da PEC do Teto dos Gastos na próxima semana, caso Jorge Viana assuma a presidência do Senado no lugar de Renan Calheiros. O Supremo Tribunal Federal decide na tarde desta quarta (7) se Renan deve ou não ser afastado por ser réu em processo por peculato.
Jornais da grande mídia têm noticiado que Viana está sob forte pressão e cogita renunciar ao cargo de presidente, entregando o bastão para o segundo vice-presidente do Senado, Romero Jucá, situação que agradaria Michel Temer.
Viana desmentiu essa informação, mas não sinalizou se deve proceder à votação da PEC do Teto - que o PT chama de PEC da Maldade, porque congelará os investimentos em saúde e educação por 20 anos - agenda para o dia 13 de dezembro.
Segundo Lindbergh, a ideia é que, se Viana for presidente da Casa, os senadores possam pressionar para frear não só a PEC, mas também impedir a votação da reforma da previdência, que Temer espera que ocorra em janeiro.
Na visão do senador, "na reforma da previdência, as propostas são criminosas. Pessoa terão que trabalhar 49 anos para ter receber salário integral. Temer, que se aposentou aos 55, teria de começar a trabalhar com seis anos para se aposentar. O que se pretende com isso [a proposta] é não ter aposentadoria", disse.
Ele ainda destacou que, no nordeste, a expectativa de vida é menor em relação às demais regiões do País, e estabelecer 65 anos como idade mínima para ter direito a aposentadoria é desumano.
Além disso, é uma afronta ao trabalhador que políticos e militares não tenham tido seus benefícios alterados, ao passo em que mulheres e profissionais do magistério tiveram o acesso à Previdência dificultados. "É um aperto todo em cima de quem está mais pobre."
Lindbergh alegou que o presidente do PT, Rui Falcão, e os movimentos sociais que contestam a PEC do Teto chegaram a um consenso sobre a hipótese de barrar a tramitação caso Jorge Viana se torne presidente do Senado. "Eu tenho confiança em Jorge Viana, que ele vai olhar para a base dele, que construiu o partido."
O senador ainda disse que são equivocados os argumentos de que a PEC do Teto é uma medida que deve ser aprovada o quanto antes, pois ela foi elaborada para valer a partir de 2018. "O orçamento do ano que vem já está pronto. Não tem porque essa correria. Dá para discutir direito."
Ao lado de Lindbergh, a senadora Fatima Bezerra (PT) disse que a possibilidade de o Supremo ter acertado com o governo Temer um "acordão" para manter Renan na presidência do Senado será a "desmoralização do STF".
FIM DO GOVERNO TEMER
Lindbergh ainda comentou a foto de Aécio Neves e Sergio Moro, demonstrando intimidado de ambos durante um evento da revista IstoÉ, que circula nas redes sociais nesta quartas (7), levandado comentários sobre a parcialidade e partidarismo do juiz da Lava Jato.
"A fotografia é vergonhosa, do Moro conversando, às gargalhadas, com Aécio. Dá para entender a seletividade", disparou Lindbergh.
Para ele, o PSDB está vendo a crise institucional aguda piorar com esse episódio envolvendo Renan Calheiros e o ministro Marco Aurélio Mello, que foi desautorizado na mídia pelo colega Gilmar Mendes. Soma-se a isso a pressão do mercado e de setores da mídia sobre Temer, para que o ajuste fiscal saia do papel.
"O PSDB sabe que a situação está tão deteriorada que acho que o plano dele é levar Temer até 2018. Mas acho que eles sentiram que o governo vai desmilinguir. Tenho falando em convulsão social no próximo ano", comentou.
Para ele, a delação da Odebrecht cairá matando sobre o governo Temer, e ainda tem o fator Eduardo Cunha. "As perguntas de Cunha para Temer [no processo em que o ex-deputado é acusado pela Lava Jato de desviar recursos da Petrobras], na minha visão, é um roteiro de delação premiada."
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