MUNDIAL DE SURFE
Medina pode igualar Andy Irons se for tricampeão em etapa decisiva na corrida pelo título. Briga pelo topo é acirrada, e retrospecto favorece 10 surfistas do Brazilian Storm
O Brasil escreveu capítulos memoráveis de sua história na França. Foram sete vitórias e cinco vices em um dos mais poderosos beach breaks do mundo. Em 1991, Fábio Gouveia foi o primeiro a conquistar uma vitória no exterior, em Biarritz. Teco Padaratz venceu em 1994 a final épica contra um jovem Kelly Slater, de 22 anos e só um título mundial, em Hossegor. Ricardo Tatuí levou a seguinte, em Biarritz, Victor Ribas foi o melhor em Lacanau, 1995, e Neco Padaratz ergueu a taça em 2002 ao superar Andy Irons. Foram nove anos de jejum até Gabriel Medina dar um cartão de visitas com recorde na estreia entre os tops. Aos 17, em 2011, tornou-se o mais jovem campeão de uma etapa do Circuito dos Sonhos em Hossegor. O fenômeno de Maresias já havia vencido ali o King of Groms de 2009, aos 15, com duas notas 10 na final contra Caio Ibelli, em um evento recheado de promessas da nova geração. Medina ainda foi vice na elite em 2013 e voltou ao topo em 2015, após bater um robótico Bede Durbigde.
- O sucesso dos brasileiros na França é por causa da onda. É um beach break, parecido com o Brasil. Eu gosto de Hossegor, gosto da França. É um dos lugares mais divertidos de surfar no Tour, e a gente se sente bem. Apesar do frio, é um pouco parecido com o Brasil - disse Medina.
Gabriel Medina acerta belo aéreo nos segundos
finais da decisão da etapa de Hossegor, na
França. Fenômeno de Maresias já venceu
diversas vezes nas ondas francesas: 2009,
2011 e 2015 (Foto: Divulgação / WSL)
O retrospecto e a semelhança com o Brasil trazem a esperança de bons resultados para os 10 representantes do Brazilian Storm na nona de 11 etapas do Circuito Mundial (CT). A janela de Hossegor fica aberta entre os dias 4 e 15 de outubro. O Brasil esteve presente em quatro das últimas cinco decisões na França, com Medina (2011, 2013 e 2015) e Jadson André (2014).
Depois da etapa francesa, restam apenas duas paradas no Tour: Peniche, em Portugal, de 18 a 29 de outubro, e o Pipeline Masters, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.
CORRIDA PELO TÍTULO
John John Florence e Jadson André no pódio
da etapa francesa em 2014. Havaiano é o
único que depende apenas de si mesmo
para se manter na liderança do ranking
mundial (Foto: ASP / Kirstin)
O PICO
Onda forte em Hossegor oferece espaço para
tubos, manobras de borda e aéreos
(Foto: Divulgação/WSL)
SEMELHANÇA COM O BRASIL
Visão aérea de Hossegor, na França, palco da nona de 11 etapas do Tour (Foto: WSL / Poullenot)
As
ondas em Hossegor quebram em um beach break, sobre um fundo de areia,
como na maioria das praias do Brasil - é possível encontrar point breaks
(fundo de pedra) e reef breaks (fundo de recifes de corais) no país,
porém, são ondas menos seguras e exigem experiência. A semelhança faz
com que os surfistas do Brazilian Storm se sintam em casa no Velho
Mundo. Foram sete títulos na França, o mesmo número de conquistas em
terras tupiniquins pela elite do surfe mundial. Nesta semana, 10
brasileiros têm a chance de manter o bom retrospecto no local. Gabriel
Medina poderá igualar a marca do havaiano Andy Irons, tricampeão do
evento (2003, 2004 e 2005), se defender o seu título.RECORDES
Tricampeão nas ondas de Hossegor, com três
títulos, Mick Fanning é o recordista de
vitórias (Foto: AFP)
IRMÃOS EM UMA FINAL
Em 2004, Andy Irons fez ao lado de Bruce a
primeira e única final entre irmãos na elite
do surfe (Foto: Billabong)
FALTA DE ONDAS FOI PBSTÁCULO
Kelly Slater em pôr do sol em Hossegor. Em
1992 e 1998, etapa francesa sofreu com falta
de ondas (Foto: ASP Divulgação)
Info Troféus Surfe (Foto: Infoesporte)
Desde 1983, quando a França entrou para o
calendário do surfe mundial, só ficou fora da elite no atípico ano de
2001, quando o ataque de 11 de setembro reduziu o circuito a cinco
etapas. Os principais balneários às margens do Atlântico do país,
Hossegor, Lacanau e Biarritz, receberam 55 eventos do Circuito Mundial
(CT) até 2012, incluindo os móveis de 1999 e 2000, quando as fases
finais migraram para Mundaka, na Espanha. Nos quatro primeiros anos,
Lacanau foi palco de uma disputa por ano, e Hossegor e Biarritz foram
incluídas em 1987. A França teve por uma década uma grande importância
nas decisões do título, já que sediava três disputas anuais (1987 a
1996). A perna foi diminuída com a chegada de Espanha e Portugal, em
1997, e, a partir de 2002, as águas francesas passaram a sediar uma única
disputa por temporada em Hossegor.MAIORES CAMPEÕES NA EUROPA
Medina Airlines: Estreia na França, em 2011, teve vitória e recorde para Gabriel (Foto: agência AP)
A
etapa francesa marca a abertura da perna europeia em 2016. Ao longo dos
anos, o Circuito Mundial passou pelo Velho Mundo em países como França,
Portugal, Reino Unido e Espanha. A Austrália tem o recorde de vitórias,
com 38. O Brasil aparece em quarto, com 10, somando os títulos na
França de Fabinho (1991), Teco (1994), Tatuí (1994), Ribas (1995), Neco
(2002) e Medina (2011 e 2015) aos de Adriano de Souza em Mundaka (2009),
na Espanha, e Peniche, em Portugal (2011), e de Filipe Toledo, no ano
passado, nas ondas portuguesas.CONQUISTAS DO BRASIL NA FRANÇA
1991 - Fábio Gouveia - Biarritz
1994 - Teco Padaratz - Hossegor
1994 - Ricardo Tatuí - Biarritz
1995 - Victor Ribas - Lacanau
2002 - Neco Padaratz - Hossegor
2011 - Gabriel Medina - Hossegor
2015 - Gabriel Medina - Hossegor
Vices:
1994 - Jojó de Olivença - Saint Leu (derrota para o havaiano Sunny Garcia)
1996 - Jojó de Olivença - Biarritz (derrota para o americano Kelly Slater)
2000 - Armando Daltro - Lacanau (derrota para o americano Rob Machado)
2013 - Gabriel Medina - Hossegor (derrota para o australiano Mick Fanning)
2014 - Jadson André - Hossegor (derrota para o havaiano John John Florence)
Etapa da França é importante na corrida pelo
título mundial em 2016; Medina está na briga
(Foto: WSL/OPoullenot/Aquashot)
CONFIRA AS BATERIAS DA 1ª FASE
2: Kelly Slater (EUA) x Kanoa Igarashi (EUA) x Keanu Asing (HAV)
3: Jordy Smith (AFS) x Jadson André (BRA) x Kai Otton (AUS)
4: Matt Wilkinson (AUS) x Miguel Pupo (BRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
5: Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV) x Ryan Callinan (AUS)
6: John John Florence (HAV) x Conner Coffin (EUA) x wildcard
7: Adrian Buchan (AUS) x Stuart Kennedy (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
8: Italo Ferreira (BRA) x Wiggolly Dantas (BRA) x Alex Ribeiro (BRA)
9: Julian Wilson (AUS) x Caio Ibelli (BRA) x Alejo Muniz (BRA)
10: Kolohe Andino (EUA) x Sebastian Zietz (HAV) x Jack Freestone (AUS)
11: Filipe Toledo (BRA) x Josh Kerr (AUS) x Davey Cathels (AUS)
12: Adriano de Souza (BRA) x Michel Bourez (TAH) x Adam Melling (AUS)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/10/raio-x-7-titulos-recorde-e-semelhanca-com-brasil-sao-trunfo-no-mar-da-franca.html
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