TÊNIS
Ex-número 1 consegue amenizar suspensão de 24 para 15 meses. Russa foi pega no doping em janeiro por substância que entrou em lista negra da Wada no início do ano
Flagrada em exame antidoping em janeiro pela substância proibida meldonium, Maria Sharapova foi até a última instância para tentar reverter a suspensão de dois anos imposta pela Federação Internacional de Tênis (ITF).
Depois de uma longa espera, ela conseguiu uma boa amenização da pena. A
ex-número 1 do mundo teve o gancho reduzido de 24 para 15 meses,
anunciou nesta terça-feira a Corte Arbitral do Esporte (CAS). O Painel
da entidade optou pela redução por não ver "culpa significante" no
doping da tenista. Com isso, a russa pode voltar a competir a partir de
26 de abril de 2017. O veredito chegou a ser adiado duas vezes, o que
inclusive deixou a tenista fora da Olimpíada do Rio, em agosto.
- O Painel concluiu que a Sra. Sharapova cometeu uma violação às regras antidoping e, apesar da “ausência de culpa significante”, ela teve um grau de culpa, para a qual uma sanção de 15 meses é apropriada. O Painel gostaria de salientar que o caso que foi analisado e a pena que foi atribuída referem-se somente ao grau de culpa que pode ser imputado a um jogador por falhar em se certificar que a substância contida em um produto que utilizava durante longo tempo manteve-se em conformidade com as regras antidoping - explicou o CAS em comunicado (confira a íntegra abaixo).
Em comunicado divulgado minutos depois do anúncio do CAS, Sharapova comemorou a redução da suspensão.
- Eu passei de um dos dias mais difíceis da minha carreira em março passado, quando soube da minha suspensão, para agora, um dos mais felizes, quando descubro que posso retornar ao tênis em abril. De diversas maneiras, eu sinto que algo que amo me foi tirado e é muito bom ter de volta. O tênis é a minha paixão e senti falta. Estou contando os dias até poder voltar à quadra - comemorou Sharapova (veja o comunicado da tenista na íntegra abaixo).
No
dia 7 de março, Sharapova convocou uma coletiva de imprensa onde
anunciou que havia caído no exame antidoping por
meldonium durante o Aberto da Austrália. A ITF explicou o caso em
comunicado
oficial, afirmando que a russa foi pega em amostra coletada
no dia 26 de janeiro, dentro da competição. A tenista foi notificada no
dia 2 de março e admitiu o uso da substância. Em frente a jornalistas, a
ex-número 1 contou que tomava Mildronate, medicamento que continha a
substância para tratar uma deficiência de magnésio e evitar a diabetes.
Ela também não sabia que o meldonium passou a ser uma substância
proibida a partir deste ano, informação difundida pela Agência Mundial
Antidoping (Wada) desde setembro de 2015.
Sharapova ficou sob suspensão provisória desde o dia 12 de março. Em junho, a ITF anunciou a punição de dois anos. Em uma postagem nas redes sociais, a russa prontamente rebateu a decisão, contrária ao período que ficaria longe das quadras. Ela entrou com um recurso junto ao CAS na tentativa de reduzir a pena.
Em abril, a Wada deu a possibilidade de anistiar a pena de alguns dos atletas punidos pelo uso do meldonium, devido à impossibilidade de determinar por quanto tempo a substância ficaria no corpo humano após a interrupção do uso. O meldonium entrou na lista de substâncias proibidas no dia 1º de janeiro de 2016, e atletas que testaram positivo antes de 1º de março poderiam ser anistiados. No entanto, Sharapova admitiu que continuou a fazer uso do meldonium após a virada do ano.
Em 2015, a Wada incluiu o meldonium na lista de observação para determinar os efeitos na performance e o quantitativo de atletas que faziam uso. Com a característica de aumentar a contração muscular do coração, ele entrou na lista de substâncias proibidas em 2016 como um "modulador metabólico", devido “ao uso de atletas para aumentar a performance”, segundo a Wada. De forma geral, o meldonium é usado para tratar doenças como isquemia, que decorre da falta de circulação de sangue no corpo.
A
Corte Arbitral do Esporte (CAS) emitiu sua decisão sobre o caso entre
Maria Sharapova e a Federação Internacional de Tênis (ITF). O Painel do
CAS encarregado da questão reduziu o período de suspensão em nove meses,
de dois anos para 15 meses, começando em 26 de janeiro de 2016.
Em 1º de janeiro de 2016, uma atualização da lista de substâncias proibidas foi divulgada pela Agência Mundial Antidoping (WADA) e o Meldonium foi incluído pela primeira vez. Em março de 2016, Sra. Sharapova foi informada pela ITF que uma amostra dela de 26 de janeiro de 2016, durante o Aberto da Austrália, testou positivo para a presença de Meldonium. Sra. Sharapova renunciou seu direito de ter a contraprova e anunciou publicamente que tinha cometido uma violação à regra antidoping inadvertidamente como resultado de ter ingerido pílulas de Mildronate prescritas por um doutor durante muitos anos, e que ela e sua equipe falharam em perceber que o Meldonium, conhecido no mercado como Mildronate, agora fazia parte da Lista Proibida.
Em junho de 2016, o Tribunal Independente apontado pela ITF para ouvir a jogadora descobriu que a Sra. Sharapova se comprometeu com a violação da regra antidoping, desqualificou seus resultados no Aberto da Austrália de 2016, e impôs um período de inelegibilidade de dois anos para a jogadora. Em 9 de junho, Sra. Sharapova entrou com um apelo no CAS contra a decisão do Tribunal, argumentando que ela não tomou Mildronate para melhorar seu desempenho e que seu período de inelegibilidade deveria ser reduzido com base em “ausência de culpa significante”. A ITF solicitou que o Painel rejeitasse o apelo da jogadora de “ausência de culpa significante” e não alterasse a decisão do Tribunal.
O julgamento foi conduzido por um painel de árbitros do CAS: Prof. Luigi Fumagalli, Itália (Presidente), Mr Jeffrey G. Benz, EUA, e Mr David W. Rivkin, EUA. O painel realizou uma audiência com as partes em Nova York nos dias 7 e 8 de setembro de 2016.
O Painel concluiu que Sra. Sharapova cometeu uma violação às regras antidoping e, apesar da “ausência de culpa significante”, ela teve um grau de culpa, para a qual uma sanção de 15 meses é apropriada. O Painel gostaria de salientar que o caso que foi analisado, e a pena que foi atribuída referem-se somente ao grau de culpa que pode ser imputado a um jogador por falhar em se certificar que a substância contida em um produto que utilizava durante longo tempo manteve-se em conformidade com as regras antidoping.
COMUNICADO DE SHARAPOVA
Eu
passei de um dos dias mais difíceis da minha carreira em março passado,
quando soube da minha suspensão, para agora, um dos mais felizes,
quando descubro que posso retornar ao tênis em abril.
De diversas maneiras, eu sinto que algo que amo me foi tirado e é muito bom ter de volta. O tênis é a minha paixão e senti falta. Estou contando os dias até poder voltar à quadra.
Eu aprendi muito com isso e espero que a ITF também. O CAS concluiu que "o Painel determinou que não concorda com várias das conclusões do Tribunal (da ITF)..." Eu chamei a responsabilidade desde o começo por não saber que o medicamento livre de prescrição que eu tomava nos últimos dez anos não era mais permitido. Mas também aprendi o quão melhor outras federações foram em notificar seus atletas sobre a mudança de regra, especialmente no Leste Europeu, onde o Mildronate é usado comumente por milhões de pessoas.
Agora que o processo acabou, espero que a ITF e outras relevantes autoridades antidoping do tênis vão estudar o que essas outras federações fizeram, para que nenhum outro tenista passe pelo que passei.
E para os meus fãs, eu agradeço vocês demais por viverem e respirarem vários desses meses difíceis juntos. Durante esse tempo, eu aprendi o verdadeiro significado de um fã e sou muito afortunada por ter tido o seu suporte.
Vou voltar em breve e mal posso esperar!
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2016/10/cas-reduz-pena-e-sharapova-pode-voltar-jogar-no-fim-de-abril-de-2017.html
- O Painel concluiu que a Sra. Sharapova cometeu uma violação às regras antidoping e, apesar da “ausência de culpa significante”, ela teve um grau de culpa, para a qual uma sanção de 15 meses é apropriada. O Painel gostaria de salientar que o caso que foi analisado e a pena que foi atribuída referem-se somente ao grau de culpa que pode ser imputado a um jogador por falhar em se certificar que a substância contida em um produto que utilizava durante longo tempo manteve-se em conformidade com as regras antidoping - explicou o CAS em comunicado (confira a íntegra abaixo).
Sharapova posta foto pensativa no dia anterior
ao anúncio do CAS (Foto: Reprodução / Twitter)
- Eu passei de um dos dias mais difíceis da minha carreira em março passado, quando soube da minha suspensão, para agora, um dos mais felizes, quando descubro que posso retornar ao tênis em abril. De diversas maneiras, eu sinto que algo que amo me foi tirado e é muito bom ter de volta. O tênis é a minha paixão e senti falta. Estou contando os dias até poder voltar à quadra - comemorou Sharapova (veja o comunicado da tenista na íntegra abaixo).
Sharapova assumiu que tomou meldonium neste ano ao anunciar doping (Foto: Getty Images)
Sharapova ficou sob suspensão provisória desde o dia 12 de março. Em junho, a ITF anunciou a punição de dois anos. Em uma postagem nas redes sociais, a russa prontamente rebateu a decisão, contrária ao período que ficaria longe das quadras. Ela entrou com um recurso junto ao CAS na tentativa de reduzir a pena.
Em abril, a Wada deu a possibilidade de anistiar a pena de alguns dos atletas punidos pelo uso do meldonium, devido à impossibilidade de determinar por quanto tempo a substância ficaria no corpo humano após a interrupção do uso. O meldonium entrou na lista de substâncias proibidas no dia 1º de janeiro de 2016, e atletas que testaram positivo antes de 1º de março poderiam ser anistiados. No entanto, Sharapova admitiu que continuou a fazer uso do meldonium após a virada do ano.
Em 2015, a Wada incluiu o meldonium na lista de observação para determinar os efeitos na performance e o quantitativo de atletas que faziam uso. Com a característica de aumentar a contração muscular do coração, ele entrou na lista de substâncias proibidas em 2016 como um "modulador metabólico", devido “ao uso de atletas para aumentar a performance”, segundo a Wada. De forma geral, o meldonium é usado para tratar doenças como isquemia, que decorre da falta de circulação de sangue no corpo.
Sharapova acabou disputando apenas o Aberto
da Austrália em 2016 (Foto: EFE)
COMUNICADO DO CAS
Em 1º de janeiro de 2016, uma atualização da lista de substâncias proibidas foi divulgada pela Agência Mundial Antidoping (WADA) e o Meldonium foi incluído pela primeira vez. Em março de 2016, Sra. Sharapova foi informada pela ITF que uma amostra dela de 26 de janeiro de 2016, durante o Aberto da Austrália, testou positivo para a presença de Meldonium. Sra. Sharapova renunciou seu direito de ter a contraprova e anunciou publicamente que tinha cometido uma violação à regra antidoping inadvertidamente como resultado de ter ingerido pílulas de Mildronate prescritas por um doutor durante muitos anos, e que ela e sua equipe falharam em perceber que o Meldonium, conhecido no mercado como Mildronate, agora fazia parte da Lista Proibida.
Em junho de 2016, o Tribunal Independente apontado pela ITF para ouvir a jogadora descobriu que a Sra. Sharapova se comprometeu com a violação da regra antidoping, desqualificou seus resultados no Aberto da Austrália de 2016, e impôs um período de inelegibilidade de dois anos para a jogadora. Em 9 de junho, Sra. Sharapova entrou com um apelo no CAS contra a decisão do Tribunal, argumentando que ela não tomou Mildronate para melhorar seu desempenho e que seu período de inelegibilidade deveria ser reduzido com base em “ausência de culpa significante”. A ITF solicitou que o Painel rejeitasse o apelo da jogadora de “ausência de culpa significante” e não alterasse a decisão do Tribunal.
O julgamento foi conduzido por um painel de árbitros do CAS: Prof. Luigi Fumagalli, Itália (Presidente), Mr Jeffrey G. Benz, EUA, e Mr David W. Rivkin, EUA. O painel realizou uma audiência com as partes em Nova York nos dias 7 e 8 de setembro de 2016.
O Painel concluiu que Sra. Sharapova cometeu uma violação às regras antidoping e, apesar da “ausência de culpa significante”, ela teve um grau de culpa, para a qual uma sanção de 15 meses é apropriada. O Painel gostaria de salientar que o caso que foi analisado, e a pena que foi atribuída referem-se somente ao grau de culpa que pode ser imputado a um jogador por falhar em se certificar que a substância contida em um produto que utilizava durante longo tempo manteve-se em conformidade com as regras antidoping.
COMUNICADO DE SHARAPOVA
De diversas maneiras, eu sinto que algo que amo me foi tirado e é muito bom ter de volta. O tênis é a minha paixão e senti falta. Estou contando os dias até poder voltar à quadra.
Eu aprendi muito com isso e espero que a ITF também. O CAS concluiu que "o Painel determinou que não concorda com várias das conclusões do Tribunal (da ITF)..." Eu chamei a responsabilidade desde o começo por não saber que o medicamento livre de prescrição que eu tomava nos últimos dez anos não era mais permitido. Mas também aprendi o quão melhor outras federações foram em notificar seus atletas sobre a mudança de regra, especialmente no Leste Europeu, onde o Mildronate é usado comumente por milhões de pessoas.
Agora que o processo acabou, espero que a ITF e outras relevantes autoridades antidoping do tênis vão estudar o que essas outras federações fizeram, para que nenhum outro tenista passe pelo que passei.
E para os meus fãs, eu agradeço vocês demais por viverem e respirarem vários desses meses difíceis juntos. Durante esse tempo, eu aprendi o verdadeiro significado de um fã e sou muito afortunada por ter tido o seu suporte.
Vou voltar em breve e mal posso esperar!
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2016/10/cas-reduz-pena-e-sharapova-pode-voltar-jogar-no-fim-de-abril-de-2017.html
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