Pela primeira vez, sonar será instalado em jet skis para proteger surfistas na etapa de alto risco, diz diretor de eventos da WSL. Matt Wilkinson veste lycra amarela até o Rio
- Não temo os tubarões ali. Pelo menos, nunca tivemos problemas até agora. A WSL (Liga Mundial de Surfe) continua trabalhando desde o incidente com o Mick, e as medidas que eles acharem cabíveis acredito que tanto nós quanto vocês saberão na mesma hora - afirmou Mineirinho.
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Adriano de Souza é carregado após título em
Margaret River, na Austrália, no ano passado ]
(Foto: WSL/Kirstin scholtz)
- Nós contratamos dois diferentes consultores para tratar da questão do risco de ataques. Um na Cidade do Cabo, na África do Sul, que tem nos enviado uma análise completa sobre a segurança em Jeffreys Bay, com relatórios e recomendações... E um engenheiro para Margaret River. Teremos nos jet skis uma tecnologia de sonar para detectar possíveis ameaças de tubarões. Cada um dos surfistas terá um jet ski à sua disposição, monitorando tudo e com um sistema de rádio para comunicação. Se houver algum perigo, vamos reagir imediatamente. É a primeira vez que vamos usar este sistema em Margaret River, uma etapa que colocamos na categoria de alto risco. Mas também temos o mesmo plano e estratégia para J-Bay - explicou Stapelberg. ]
Margaret River é o palco da terceira etapa do
Circuito Mundial de Surfe em 2016
(Foto: Reprodução/Twitter)
WILKO É Nº 1 ATÉ O RIO DE JANEIRO
Wilko passou a ganhar baterias e a manter a regularidade até o alto do pódio, sem se deixar abalar pela pressão de ser o atual líder do ranking. Pelo contrário, a lycra lhe fez bem. As vitórias consistentes na Gold Coast e em Bells Beach o deixaram na liderança isolada do ranking mundial, com 20.000 pontos. Ele assegurou a ponta não só em Margaret River, como até a quarta etapa, no Rio de Janeiro, de 10 a 21 de maio.
- Eu não queria encerrar a minha carreira e fiquei pensando no que poderia fazer para melhorar. Tenho trabalhado em uma série de coisas. Se você conseguir melhorar 10% em 10 diferentes partes, você será um surfista 100% melhor. Quero deixar rolar. Eu amo "West Oz" (Oeste da Austrália) - contou Wilkinson, que começou o ano sendo campeão do QS 6.000 de Newcastle, na Austrália.
Líder isolado do ranking, Matt Wilkinson ga
nhou duas únicas etapas do ano: Gold
Coast e Bells Beach (Foto: WSL/Ed Sloane)
O australiano só perdeu uma bateria esse ano, para Wiggolly Dantas, na quarta fase em Bells Beach. Por pouco, não caiu de novo para o paulista de Ubatuba nas quartas de final. Se salvou com uma onda no estourar do cronômetro (7.43) para vencer por 13,26 a 12,00 pontos. Em seguida, se recuperou e dominou os seus confrontos, deixando os rivais em combinação. Foi assim com o potiguar Italo Ferreira, na semifinal, e na decisão contra o sul-africano Jordy Smith. Matt passou anos como coadjuvante de uma equipe que tem nomes como Mick Fanning e Gabriel Medina e admite que duvidou de si mesmo, mas, este ano, resolveu virar protagonista.
- Eu sempre tentei ganhar em todos os lugares, mas nunca aconteceu. Este ano parece que estou conseguindo pegar os troféus que sempre quis, então, estou muito feliz por ter vencido aqui em Bells. Eu venho para esse evento há tanto tempo, sempre quis ganhar e finalmente tive a minha chance - contou Wilko, depois de faturar o segundo título consecutivo na temporada.
Adriano de Souza Mineiro campeão Margaret
surfe (Foto: Divulgação/WSL)
Uma das ameaças aos tops da elite em Margaret River será o wildcard australiano Jacob Wilcox, vencedor da triagem para o evento principal. O local entrou na bateria de Mineirinho e do havaiano Keanu Asing na estreia da terceira etapa do Tour.
Outro perigo será o local Jack Robinson, convidado da organização. O surfista de 18 anos foi um dos destaques da temporada de inverno em Teahupoo, no Taiti, e Pipeline, no Havaí, sendo indicado pelos comissários da Liga Mundial de Surfe (WSL). Ele foi escalado para enfrentar o potiguar Italo Ferreira e o americano Kanoa Igarashi.
- Me sinto muito privilegiado por ter sido escolhido. Mal posso esperar para ver o show começar e estou com ótimas expectativas, considerando os outros locais disponíveis para a disputa este ano - afirmou Jack Robinson.
Mais uma vez, o palco principal será em Main Break, onde Mineirinho sagrou-se campeão, na temporada passada. Em um dia de ondas pesadas, o paulista do Guarujá teve uma vitória contundente sobre o havaiano John John Florence, por 17.53 a 16.87. O pico alternativo, no entanto, foi um espetáculo à parte. A onda perigosa e tubular de The Box, que quebra sobre uma rasa laje de pedras, fez os surfistas irem do sonho em tubos perfeitos ao pesadelo em vacas dolorosas. Situação que poderá ser vista novamente neste ano. A novidade serão as direitas de North Point, outra opção para os organizadores do evento.
- São dois picos bem diferentes e que podem se alternar a qualquer momento. The Box é uma onda muito difícil e lembro que, antigamente, eu deixava de treinar em Main Break para me aprimorar lá. Nos últimos anos tivemos altas ondas e espero me entender com elas novamente neste ano - contou Adriano de Souza.
Mineirinho dominou as ondas de The Box (foto) e Main Break em Margaret (Foto: Divulgação/WSL)
- Foi um evento difícil no ano passado, pois passei pelas duas repescagens, peguei o Kelly nas quartas em uma bateria dificílima, peguei o Taj depois e na final o John John. Derrotei alguns dos melhores do mundo ali. Foi um dos pontos altos junto com Pipeline - disse.
Com dois desfalques, o Brazilian Storm terá oito representantes na terceira etapa da perna australiana. A disputa será marcada pelo retorno de Alejo Muniz. O argentino de Mar Del Plata, criado nas ondas de Bombinhas, litoral catarinense, retorna após um longo período fora de combate. Ele sofreu uma lesão no ligamento colateral do joelho esquerdo na etapa francesa e se submeteu a uma cirurgia em outubro do ano passado.
Jadson André, por sua vez, machucou o tornozelo em Bells e anunciou estar fora do campeonato em Margaret. Ainda em recuperação de uma lesão no fêmur esquerdo e em um músculo da virilha,
Filipe Toledo é outra ausência e só volta na etapa do Rio de Janeiro, em maio.
O aussie Jack Freestone sofreu uma lesão na perna na Gold e continua sem competir. Outras baixas são os australianos Owen Wright, por conta de uma concussão na cabeça nos treinos para o Pipeline Masters, em dezembro, e Bede Durbidge, com um lesão no quadril em uma vaca também no North Shore de Oahu. Mick Fanning é outro desfalque. Após um ano traumático, em que escapou ileso de um ataque de tubarão na final em Jeffreys Bay, precisou lidar com a morte do irmão durante o Pipeline Masters e ainda terminou o seu casamento, o tricampeão mundial só volta a competir em J-Bay, de 6 a 17 de julho. Os substitutos são Adam Melling, Stuart Kennedy, Sebastian Zietz, Dusty Payne, Jay Davies e Leonardo Fioravanti, atual líder do QS.
BATERIAS DA 1ª FASE EM MARGARET RIVER
2: Julian Wilson (AUS), Kai Otton (AUS), Adam Melling (AUS)
3: Matt Wilkinson (AUS), Stuart Kennedy (AUS), Dusty Payne (HAV)
4: Italo Ferreira (BRA), Kanoa Igarashi (EUA), Jack Robinson (AUS)
5: Gabriel Medina (BRA), Davey Cathels (AUS) e Leonardo Fioravanti (ITA)
6: Adriano de Souza (BRA), Keanu Asing (HAV) e Jacob Wilcox (AUS)
7: Jordy Smith (AFS), Michel Bourez (TAH), Alejo Muniz (BRA)
8: Nat Young (EUA), Caio Ibelli (BRA), Matt Banting (AUS)
9: Joel Parkinson (AUS), Conner Coffin (EUA), Ryan Callinan (AUS)
10: Kelly Slater (EUA), Kolohe Andino (EUA), Miguel Pupo (BRA)
11: John John Florence (HAV), Adrian Buchan (AUS), Sebastian Zietz (HAV)
12: Wiggolly Dantas (BRA), Josh Kerr (AUS), Jay Davies (AUS)
CONFIRA O TOP 10 APOS BELLS BEACH
2: Conner Coffin (EUA) - 9.200
3: Jordy Smith (AFS) - 8.500
3: Kolohe Andino (EUA) - 8.500
5: Mick Fanning (AUS) - 8.250
5: Italo Ferreira (BRA) - 8.250
5: Stuart Kennedy (AUS) - 8.250
8: Caio Ibelli (BRA) - 8.000
9: Filipe Toledo (BRA) - 7.000
10: Adriano de Souza (BRA) - 6.950
10: Nat Young (EUA) - 6.950
10: Joel Parkinson (AUS) - 6.950
10: John John Florence (AUS) - 6.950
10: Wiggolly Dantas (BRA) - 6.950
10: Adrian Buchan (AUS) - 6.950
10: Michel Bourez (TAH) - 6.950
OUTROS BRASILEIROS NO RANKING
23: Jadson André (BRA) - 2.250
23: Miguel Pupo (BRA) - 2.250
33: Alex Ribeiro (BRA) - 1.000
33: Alejo Muniz (BRA) - 1.000
BRASILEIROS EM BELLS BEACH
5º - Wiggolly Dantas - Ubatuba (SP)
9º - Caio Ibelli - São Paulo, radicado no Guarujá
13º - Miguel Pupo - Itanhaem (SP)
13º - Adriano de Souza - Guarujá (SP)
13º - Gabriel Medina - São Sebastião (SP)
25º - Alex Ribeiro - Praia Grande (SP)
25º - Jadson André - Vila de Ponta Negra, Natal (RN)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/04/mineirinho-tenta-bi-em-margaret-river-e-wsl-testa-protecao-contra-tubaroes.html
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