Futuro vice de futebol, caso Bandeira seja reeleito, diz que Flamengo vai contratar pelo menos seis jogadores com status de titular e aprova trocas com outros times
A
atuação pífia do Flamengo na derrota por 3 a 0 para o Atlético-PR pela
penúltima rodada do Campeonato Brasileiro foi uma gota graúda, mas caiu
num copo que já havia transbordado. É nessa linha a análise feita por
Flávio Godinho, atual vice-presidente de planejamento e futuro vice de
futebol para 2016, caso Eduardo Bandeira de Mello seja reeleito nas
eleições presidenciais do próximo dia 7 na Gávea.
O dirigente, que está à frente dos projetos para o ano que vem, diz que já havia identificado jogadores com "pouca relação com as tradições do Flamengo" e falta de "vergonha na cara", por isso a performance em Curitiba não chegou a ser surpresa para ele. Por conta desse diagnóstico, Godinho, usando palavras duras, garantiu que haverá grande reformulação no elenco.
- Assim como o torcedor, a minha reação é a seguinte: tem que passar o rodo. Então eu poderia dizer o seguinte: se você considerar o time titular do Flamengo, não estou nem dizendo o de domingo, porque estava muito desfalcado, mas em relação ao time titular posso te garantir que vamos ter pelo menos seis novos jogadores para o ano que vem - disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Godinho
recebeu a reportagem num restaurante na Zona Sul do Rio de Janeiro e só
evitou falar em nomes, como o de Muricy Ramalho, técnico que está
apalavrado com o clube e que assinará contrato se Bandeira vencer; e os
de Juan (Internacional), Willian Arão (Botafogo) e Rodinei (Ponte
Preta), que estão bem perto de serem anunciados como reforços. Mas ele
adiantou que a diretoria estuda adotar mais nesta próxima janela de
transferências um estilo que ficou famoso por meio de um ex-presidente
do Fluminense.
- Eu até antevejo que a gente vá voltar a ter aquelas situações de troca-troca do antigo Francisco Horta. Não me surpreenderia a volta desse troca-troca com outros clubes.
O dirigente fez críticas ao planejamento para 2015 e à estrutura atual do Ninho do Urubu e deu detalhes sobre o projeto de total integração entre as categorias de base e o profissional. Godinho ainda falou sobre a intenção de criar uma comissão técnica permanente. Por fim, explicou como será o trabalho feito pela Exos, empresa americana especializada em performance de atletas e que está fechando contrato com o Rubro-Negro. A seguir, veja a entrevista completa.
Impressões da atuação do Flamengo em Curitiba:
Assim como o torcedor, a minha reação é a seguinte: tem que passar o rodo. Então eu poderia te dizer o seguinte: se você considerar o time titular do Flamengo, não estou nem dizendo o de domingo, porque estava muito desfalcado, mas em relação ao time titular posso te garantir que vamos ter pelo menos seis novos jogadores para o ano que vem. E o pior é que acho que, de certa forma, esses jogadores que foram a campo e que não vinham tendo oportunidades recentemente, eles estão jogando essa oportunidade fora. É o topo, o auge da carreira do jogador sonhar e conseguir jogar no Flamengo. Depois do Flamengo talvez só a seleção brasileira. Depois que é dada a oportunidade a esses jogadores e eles não demonstram comprometimento, garra, que é o mínimo que a gente exige deles num regime de profissionalismo... A diretoria se esforça para manter salários em dia e cumprir seus compromissos. O mínimo que se espera é que honre a camisa e sue o litro certo a cada jogo do Flamengo.
Atuação do time contra Atlético-PR pode mudar o planejamento, fazer com que a diretoria se desfaça de ainda mais jogadores?
Não, por incrível que pareça, e que o que me deixa triste e desapontado é que a atuação só confirma o nosso diagnóstico que já foi feito anteriormente. Ou seja, não muda uma vírgula no planejamento. Já tinha identificado que a gente tem jogador com pouca relação com as tradições do Flamengo, vergonha na cara, raça, espírito de liderança, que a gente tinha com Rondinelli, Fabio Luciano... Você vê que, pela quantidade de jogos que o time conseguiu virar, é um time apático. E, na maioria das vezes, composto por jogadores coadjuvantes.
E esse erro na concepção do elenco vem desde a época do Vanderlei Luxemburgo. Quando o time escapou do rebaixamento no fim do Campeonato Brasileiro passado, você poderia ter reforçado o elenco, e o técnico na oportunidade acreditava que, com aqueles jogadores e poucas contratações, conseguiria dar uma maior identidade ao elenco, o que não aconteceu.
Contratações erradas e planejamento para 2016:
Aconteceram algumas contratações que não foram as mais acertadas no curso da temporada, que nem sempre é a forma certa de você contratar um jogador. A gente quer fazer totalmente diferente para 2016. Quer começar janeiro com o time formado para que você aproveite os quatro primeiros meses da temporada, com Liga Sul-Minas-Rio e Campeonato Carioca para, eventualmente, se reforçar em uma ou duas posições no máximo. Começar com comissão técnica e elenco estruturados com raio-X feito e iniciar o trabalho certo.
Quando se fala em seis nomes para contratar, são seis titulares?
Você fez a pergunta para a pessoa errada. Tem que ser feita para o próximo técnico. Para as posições que são consideradas as mais carentes do elenco, você tem que contratar alguém para ser titular. É inegável que precisamos de uma espinha dorsal. Então, não foge de ter que contratar um zagueiro de primeira categoria, que venha para resolver o problema da defesa. Não tem cabimento ter uma defesa que leve tanto gol de bola aérea, que seja tão mal posicionada. Se você tem um ataque qualificado, é preciso um meio-campo que faça a bola fluir e chegar ao ataque. Então, a gente não vai escapar de ter que buscar um meia para o ano que vem. Quando você faz um planejamento, as peças de reposição e as contratações demoram. O mercado é dinâmico. O Flamengo, como parte do planejamento, está com olho de Lince e farejando o mercado.
Jogador titular nível Everton Ribeiro, por exemplo? Nome foi especulado no Fla.
Resposta bem objetiva: o Flamengo tem obrigação de procurar jogador desse naipe. E tem que tentar viabilizar uma equação financeira para que um jogador desse possa voltar (está no Al-Ahli, dos Emirados Árabes). Entre querer e poder tem uma distância muito grande, mas não tenha a menor dúvida que, quando a gente tenta reforço, tenta da melhor combinação possível. Mas seria irresponsabilidade da minha parte garantir que uma tentativa dessas vai ser exitosa. Muitas vezes se tenta e não se consegue. Eu posso dizer o seguinte: na nossa agenda tem jogador interessante, tem jogador do nível do Everton Ribeiro. Mas não posso dizer que vamos trazer seis Evertons Ribeiros.
Trazer um meia inviabiliza o esforço para renovar com Alan Patrick?
De jeito nenhum. Para se ter um elenco vencedor, é preciso ter um bom elenco. O que te impede de jogar por hipótese com Alan Patrick e outro meia?
Quantidade de saídas e contratações:
Prefiro responder de forma diferente. Vamos contratar no mínimo seis jogadores, com três já em fase adiantada de negociação. Mas não vamos anunciar nada antes de eleição nem em relação à comissão técnica por uma questão de respeito e ética ao processo que está acontecendo. Da mesma forma digo que temos três jogadores em negociação avançada para que deixem o clube.
Duas categorias de contratação:
Há duas categorias de contratação. Você tem aquela que é uma posição carente, que não é novidade nenhuma para ninguém quais são as nossas carências. Preciso de um zagueiro, então tenho que buscar um zagueiro para resolver o problema da defesa do Flamengo. Mas tendo dito isso, você às vezes traz os reforços para aquelas posições consideradas primordiais, mas surgem determinadas oportunidades de negócio em que você pode substituir um bom jogador por um que seja melhor ou que venha complementar o elenco de forma mais produtiva. E pode surgir uma oportunidade de negócio inesperada, e não podemos esquecer o seguinte: com a crise que está se atravessando, muita gente está com pouco recurso para investir em jogadores. Às vezes, para se trazer um jogador de fora, é preciso saber que o dólar está a R$ 4. Até mesmo aqui na América Latina o cheque é sempre mais alto.
Trocas com outros clubes:
Eu até antevejo que a gente vá voltar a ter aquelas situações de troca-troca do antigo Francisco Horta. Não me surpreenderia a volta desse troca-troca com outros clubes.
Marcelo Cirino seria moeda de troca?
Temos duas formas de ver essa questão. Um: pode ser uma troca. Dois: pode ser uma negociação, mas, contrariamente a tudo que vocês estão falando, se tem muita gente interessada é porque ele tem valor. Se ele foi apontado como a principal contratação do futebol brasileiro no início do ano e se esse ano não teve uma boa performance, será que o Marcelo Cirino, novo do jeito que é e na mão de uma nova comissão técnica, não deva permanecer no elenco?
Quem não gostaria de ter um ataque: Cirino, Guerrero e Sheik? Qual é o time que tem esse tipo de ataque? Será que estou fazendo o certo ao envolver o Cirino num troca-troca por uma reação imediatista? Isso vai ter de ser conversado com a nova comissão técnica e fazer parte do planejamento.
Entrevista com treinadores para 2016:
A diferença desse ano para os anos passados é que o Flamengo está tendo a chance de planejar e não começar o ano atropelado. Depois de muito tempo, o Flamengo teve a chance de entrevistar treinadores. O Flamengo conversou com quatro treinadores para discutir o que ele quer efetivamente para o futebol e qual o esquema tático ideal. O Flamengo é um time que joga pra frente.
Base integrada ao profissional:
Outra coisa que é fundamental no nosso planejamento é que a divisão de base deve estar integrada ao futebol profissional. O esquema tático, da escolinha à base, tem que ser o mesmo do time profissional. Você precisa contar com um profissional que seja disciplinador, a gente tem que virar uma página em que não somente a boa administração financeira impere. Agora, nós temos que exigir muita responsabilidade e comprometimento do novo elenco para o ano que se inicia. Ou seja, é a era do futebol no próximo triênio. Ao escolher uma comissão técnica, você precisa de uma comissão que abrace esse projeto. Que queira um projeto de longo prazo.
Padronização do esquema tático e Barcelona como exemplo:
Hoje nós temos dois modelos a seguir dentro do futebol mundial. Quando falo para seguir, a gente tem que fazer uma ressalva muito grande e fundamental. Os dois times de maior destaque na Europa são o Barcelona e o Bayern. Por uma coincidência o Guardiola teve participação fundamental nos dois. A gente sente que há uma inversão de fatores. A turma da Europa, seja Bayern ou Barcelona, está trabalhando mais com a bola, e a gente está trabalhando mais o físico. A diferença é que os outros técnicos estão conseguindo, por conta de disciplina tática, recomposição, treinamento e etc., extrair mais dos jogadores deles do que a gente consegue dos nossos. Taticamente a gente está atrasado.
Então você não tenha a menor dúvida que na hora que se mira em torno de um modelo, você não pode fugir de um Barcelona, de um Bayern, de um Guardiola, de um Sampaoli. Hoje em dia o próprio Brasil, quando muito, é uma terceira força na América do Sul.
Ex-jogadores identificados com o Flamengo:
Outra coisa que é fundamental é você contar com ex-jogadores do Flamengo, não só como os treinadores das escolinhas e da base, como já temos vários lá, porque na hora em que você vai formar um jovem, tem que passar as tradições que são claras para qualquer rubro-negro. E um sujeito que já jogou lá e entende qual é a cobrança e sabe que você pode viver do do céu ao inferno é o melhor interlocutor. Você às vezes, quando importa um cara de fora, ele vai para o Rio, Cidade Maravilhosa, bajulado pela imprensa, sendo assediado e numa idade em que a testosterona vai no céu, é difícil administrar isso. Já o jogador que é feito na escolinha do Flamengo já tem os anticorpos muitas vezes necessários para enfrentar esse desafio.
Venda de jogadores da base para China e EUA:
Hoje em dia as pessoas têm que se dar conta de que tanto o mercado chinês quanto o americano vão ser grandes forças compradoras de até jogadores de divisão de base. É uma pena que atualmente no Brasil os clubes não podem nem escolher quais jogadores eles querem vender. Os clubes são reféns, porque já na base tem empresário com 30% de um jogador e você acaba tendo que vender o jogador que efetivamente não quer. Então, o sonho de consumo de qualquer um que trabalhe a longo prazo é que você revele jogadores de base que possam atuar como titulares do seu time e que também tenha uma leva que possa negociar. Isso ajuda a oxigenar o sistema, e porque a estrutura é profissional. É imperdoável você não prestar esse tipo de atenção.
Técnico "coordenador":
O exemplo tem que vir de cima. Por isso é tão importante que o treinador do futebol profissional seja um coordenador. É evidente que ele não vai ficar interferindo no dia a dia do que a turma da base faz. Mas que eles tenham reunião e fiquem inteirados e que a comunicação comece a fluir é de fundamental importância.
Treinador apalavrado, sem citar Muricy Ramalho:
O Flamengo tem um treinador apalavrado para a próxima temporada.
Novo técnico já participa do planejamento?
Nada será feito sem o aval desse treinador. Isso posso garantir. Ninguém é inconsequente de colocar os carros na frente dos bois. Senão você encontra a situação que todo mundo quer evitar: aparecer um treinador e falar "esse jogador não fui eu que pedi". A palavra dele é primordial na análise da turma que tem ser contratada.
A garantia maior é o projeto, por isso falei que é tão importante identificar um profissional que abrace esse projeto. Está na cara que uma das razões para o baixo aproveitamento do time foi justamente essa troca incessante de treinador. Não há treinador que consiga estabelecer raiz, esquema tático e etc.. Então tem que ter uma disciplina de que está se fazendo a coisa certa. É evidente que o futebol vive de resultados, mas até isso pautou a nossa escolha. A gente está conseguindo uma comissão técnica que não apenas está comprando o nosso projeto de longo prazo e que se encontra numa fase da carreira e vê isso como um grande desafio, mas que também está acostumada a ganhar e tem no DNA a vitória. Estamos tentando combinar todas as variáveis possíveis. A gente acha que o certo sempre prevalece, mesmo que demore.
Esse treinador nem precisou de garantias de paciência. Estamos abraçados num projeto em comum. A garantia é que vamos implementar um projeto abraçados em quatro mãos. Mais importante do que qualquer garantia financeira.
Estilo ofensivo do Flamengo:
O Flamengo é um time que sabidamente joga pra frente. Não adianta você querer incluir um esquema tático que vai simplesmente privilegiar bola aérea e vai contra as origens do Flamengo. Por isso você tem que saber qual esquema que você julga adequado, a forma de trabalhar, as raízes rubro-negras, mas inegavelmente a gente tem que adotar o que tem de bom por aí.
Comissão técnica permanente:
Temos na divisão de base vários treinadores que passaram lá. Mas há o seguinte: temos que complementar a nossa comissão técnica. Seja em auxiliar técnico ou outros profissionais que vão trabalhar nessa comissão, temos que dar preferência a profissionais que sejam identificados com as raízes rubro-negras. Ele vai melhorar e facilitar a relação com aqueles que estão lá dentro.
Vamos dar um exemplo: tem um profissional brasileiro que hoje está no Bayer Leverkusen e que nós estamos namorando para trazer (Daniel Jouvin, ex-Flamengo), porque estamos numa fase final de discussão com a Exos. A Exos acabou de fazer um diagnóstico de tudo que a gente precisa melhorar no CT. O que é isso? É fisiologia, nutrição, é reduzir o tempo do jogador no departamento médico, alimentação, ver se a metodologia do treinamento está adequada. Então, estamos para fechar um contrato com a Exos para a segunda etapa do trabalho conosco. É trabalho de propriedade do Flamengo.
Por que a gente tem que ter raiz rubro-negra? Porque a comissão técnica do Flamengo tem que ser do Flamengo, um ativo do Flamengo. Tem que ser permanente. Posso trazer o Guardiola com assistente técnico e eventualmente com um preparador físico. Ponto. Se o treinador tiver que deixar o clube, a estrutura vai ficar. É trabalho de longo prazo, por isso você estar identificado com o que há de mais moderno, mas sem abrir mão das raízes rubro-negras, passa a ser fundamental para a implementação do trabalho.
Ederson. Qual a avaliação?
Ederson já jogou em todas as posições do meio. É polivalente, tem qualidade técnica muito grande, e a contusão que teve não tem absolutamente nada a ver com as outras contusões. Todo mundo confia que 2016 vai ser a temporada dele, em que ele vai poder fazer uma boa pré-temporada. Se isso se confirmar, se o Ederson estiver em condição de jogo como se espera, vai ser de grande utilidade, seja no meio ou na ponta. Ele tem qualidade, cabeceia bem e faz gols, como já demonstrou.
Quando você vai compondo um elenco, já pensou que bom contar com Alan Patrick, Cirino, Guerrero, Sheik e um Ederson em forma? Sem ovos ninguém faz omeletes. Você tem que dar material humano, mas o treinador precisa espremer a laranja e fazer o suco.
Críticas à estrutura atual do Ninho do Urubu:
Nosso tempo de treinamento em termos de infraestrutura, a parte de campo é ótima, mas não tem o menor cabimento, com todo respeito, você ficar operando com container. Em aparelhamento e estrutura, ainda deixa muito a desejar. Não adianta tapar sol com peneira. Se o CT não tivesse de ser melhorado, não seria prioridade de governo. Por isso a participação de um treinador experiente, que queira pegar o peão na unha e comprar esse projeto, se faz muito importante. É como você mudar para uma nova casa enquanto ela ainda não está pronta, ainda em construção. Às vezes é um saco você se mudar e ter um pessoal colocando peso. O Flamengo pode ser visto como um copo meio cheio e meio vazio. Essa é a realidade.
Seis profissionais saindo da comissão técnica rumo à China:
O Flamengo já está em busca, já estamos selecionando. Esperamos melhorar a qualidade desse plantel de profissionais. Sempre bom envolver a comissão técnica toda nesse tipo de discussão. Não se pode terceirizar essas funções com consultoria. A participação da Exos é efetivamente para estabelecer novas metodologias de treinamento, preparo, fisiologia, recuperação de jogador contundido. Não tem a ver com os profissionais pretendidos. Quando visamos trazer profissionais de fora é porque eles já têm conhecimento desse método. Já vão pegar a bicicleta e sair andando.
Negociação com a Exos:
É contrato para o ano que vem. É um escopo de prestação de trabalho. Você fecha o contrato por estágios e não necessariamente por prazos. Não tenha a menor dúvida que, para o ano de 2016, a gente tem três prioridades fundamentais. Número 1: ter um time vencedor, que efetivamente vá disputar títulos. Número 2: divisão de base, divisão de base e divisão de base. Número 3: poder oferecer para os profissionais que trabalham lá um CT digno. É fazer todo o esforço para finalizar o módulo profissional até dezembro. Não tem graça comparar com outros CTs e ver que o Flamengo está muito atrás de outros clubes.
Melhorias da Exos:
Espera poder no mínimo equiparar a performance à dos times que foram melhores neste ano. Se você pegar a média de recuperação de lesionados de outro times, no mínimo a gente tem a obrigação de equiparar ou suplantar. Por isso estamos contratando o que há de melhor no mundo.
Como vai funcionar a Exos no dia a dia?
Você não percebeu os profissionais que estavam lá nos 10 primeiros dias de diagnóstico. E a questão da forma de atuação e número de profissionais e tempo que ficarão dedicados com exclusividade ao CT estão sendo discutidas no momento. A ideia é fazer um mix com a turma que está com a da Exos. É preciso interação.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2015/12/godinho-ve-equipe-apatica-e-decreta-para-2016-tem-que-passar-o-rodo.html
O dirigente, que está à frente dos projetos para o ano que vem, diz que já havia identificado jogadores com "pouca relação com as tradições do Flamengo" e falta de "vergonha na cara", por isso a performance em Curitiba não chegou a ser surpresa para ele. Por conta desse diagnóstico, Godinho, usando palavras duras, garantiu que haverá grande reformulação no elenco.
- Assim como o torcedor, a minha reação é a seguinte: tem que passar o rodo. Então eu poderia dizer o seguinte: se você considerar o time titular do Flamengo, não estou nem dizendo o de domingo, porque estava muito desfalcado, mas em relação ao time titular posso te garantir que vamos ter pelo menos seis novos jogadores para o ano que vem - disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Flávio Godinho será o vice de futebol do
Flamengo em 2016 caso Bandeira seja
reeleito (Foto: Fred Gomes)
- Eu até antevejo que a gente vá voltar a ter aquelas situações de troca-troca do antigo Francisco Horta. Não me surpreenderia a volta desse troca-troca com outros clubes.
O dirigente fez críticas ao planejamento para 2015 e à estrutura atual do Ninho do Urubu e deu detalhes sobre o projeto de total integração entre as categorias de base e o profissional. Godinho ainda falou sobre a intenção de criar uma comissão técnica permanente. Por fim, explicou como será o trabalho feito pela Exos, empresa americana especializada em performance de atletas e que está fechando contrato com o Rubro-Negro. A seguir, veja a entrevista completa.
Impressões da atuação do Flamengo em Curitiba:
Assim como o torcedor, a minha reação é a seguinte: tem que passar o rodo. Então eu poderia te dizer o seguinte: se você considerar o time titular do Flamengo, não estou nem dizendo o de domingo, porque estava muito desfalcado, mas em relação ao time titular posso te garantir que vamos ter pelo menos seis novos jogadores para o ano que vem. E o pior é que acho que, de certa forma, esses jogadores que foram a campo e que não vinham tendo oportunidades recentemente, eles estão jogando essa oportunidade fora. É o topo, o auge da carreira do jogador sonhar e conseguir jogar no Flamengo. Depois do Flamengo talvez só a seleção brasileira. Depois que é dada a oportunidade a esses jogadores e eles não demonstram comprometimento, garra, que é o mínimo que a gente exige deles num regime de profissionalismo... A diretoria se esforça para manter salários em dia e cumprir seus compromissos. O mínimo que se espera é que honre a camisa e sue o litro certo a cada jogo do Flamengo.
Atuação do time contra Atlético-PR pode mudar o planejamento, fazer com que a diretoria se desfaça de ainda mais jogadores?
Não, por incrível que pareça, e que o que me deixa triste e desapontado é que a atuação só confirma o nosso diagnóstico que já foi feito anteriormente. Ou seja, não muda uma vírgula no planejamento. Já tinha identificado que a gente tem jogador com pouca relação com as tradições do Flamengo, vergonha na cara, raça, espírito de liderança, que a gente tinha com Rondinelli, Fabio Luciano... Você vê que, pela quantidade de jogos que o time conseguiu virar, é um time apático. E, na maioria das vezes, composto por jogadores coadjuvantes.
E esse erro na concepção do elenco vem desde a época do Vanderlei Luxemburgo. Quando o time escapou do rebaixamento no fim do Campeonato Brasileiro passado, você poderia ter reforçado o elenco, e o técnico na oportunidade acreditava que, com aqueles jogadores e poucas contratações, conseguiria dar uma maior identidade ao elenco, o que não aconteceu.
Contratações erradas e planejamento para 2016:
Aconteceram algumas contratações que não foram as mais acertadas no curso da temporada, que nem sempre é a forma certa de você contratar um jogador. A gente quer fazer totalmente diferente para 2016. Quer começar janeiro com o time formado para que você aproveite os quatro primeiros meses da temporada, com Liga Sul-Minas-Rio e Campeonato Carioca para, eventualmente, se reforçar em uma ou duas posições no máximo. Começar com comissão técnica e elenco estruturados com raio-X feito e iniciar o trabalho certo.
Quando se fala em seis nomes para contratar, são seis titulares?
Você fez a pergunta para a pessoa errada. Tem que ser feita para o próximo técnico. Para as posições que são consideradas as mais carentes do elenco, você tem que contratar alguém para ser titular. É inegável que precisamos de uma espinha dorsal. Então, não foge de ter que contratar um zagueiro de primeira categoria, que venha para resolver o problema da defesa. Não tem cabimento ter uma defesa que leve tanto gol de bola aérea, que seja tão mal posicionada. Se você tem um ataque qualificado, é preciso um meio-campo que faça a bola fluir e chegar ao ataque. Então, a gente não vai escapar de ter que buscar um meia para o ano que vem. Quando você faz um planejamento, as peças de reposição e as contratações demoram. O mercado é dinâmico. O Flamengo, como parte do planejamento, está com olho de Lince e farejando o mercado.
Jogador titular nível Everton Ribeiro, por exemplo? Nome foi especulado no Fla.
Resposta bem objetiva: o Flamengo tem obrigação de procurar jogador desse naipe. E tem que tentar viabilizar uma equação financeira para que um jogador desse possa voltar (está no Al-Ahli, dos Emirados Árabes). Entre querer e poder tem uma distância muito grande, mas não tenha a menor dúvida que, quando a gente tenta reforço, tenta da melhor combinação possível. Mas seria irresponsabilidade da minha parte garantir que uma tentativa dessas vai ser exitosa. Muitas vezes se tenta e não se consegue. Eu posso dizer o seguinte: na nossa agenda tem jogador interessante, tem jogador do nível do Everton Ribeiro. Mas não posso dizer que vamos trazer seis Evertons Ribeiros.
Trazer um meia inviabiliza o esforço para renovar com Alan Patrick?
De jeito nenhum. Para se ter um elenco vencedor, é preciso ter um bom elenco. O que te impede de jogar por hipótese com Alan Patrick e outro meia?
Quantidade de saídas e contratações:
Prefiro responder de forma diferente. Vamos contratar no mínimo seis jogadores, com três já em fase adiantada de negociação. Mas não vamos anunciar nada antes de eleição nem em relação à comissão técnica por uma questão de respeito e ética ao processo que está acontecendo. Da mesma forma digo que temos três jogadores em negociação avançada para que deixem o clube.
Atlético-PR comemora em cima do Flamengo
(Foto: VAGNER ROSARIO/FUTURA
PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
Duas categorias de contratação:
Há duas categorias de contratação. Você tem aquela que é uma posição carente, que não é novidade nenhuma para ninguém quais são as nossas carências. Preciso de um zagueiro, então tenho que buscar um zagueiro para resolver o problema da defesa do Flamengo. Mas tendo dito isso, você às vezes traz os reforços para aquelas posições consideradas primordiais, mas surgem determinadas oportunidades de negócio em que você pode substituir um bom jogador por um que seja melhor ou que venha complementar o elenco de forma mais produtiva. E pode surgir uma oportunidade de negócio inesperada, e não podemos esquecer o seguinte: com a crise que está se atravessando, muita gente está com pouco recurso para investir em jogadores. Às vezes, para se trazer um jogador de fora, é preciso saber que o dólar está a R$ 4. Até mesmo aqui na América Latina o cheque é sempre mais alto.
Trocas com outros clubes:
Eu até antevejo que a gente vá voltar a ter aquelas situações de troca-troca do antigo Francisco Horta. Não me surpreenderia a volta desse troca-troca com outros clubes.
Marcelo Cirino seria moeda de troca?
Temos duas formas de ver essa questão. Um: pode ser uma troca. Dois: pode ser uma negociação, mas, contrariamente a tudo que vocês estão falando, se tem muita gente interessada é porque ele tem valor. Se ele foi apontado como a principal contratação do futebol brasileiro no início do ano e se esse ano não teve uma boa performance, será que o Marcelo Cirino, novo do jeito que é e na mão de uma nova comissão técnica, não deva permanecer no elenco?
Quem não gostaria de ter um ataque: Cirino, Guerrero e Sheik? Qual é o time que tem esse tipo de ataque? Será que estou fazendo o certo ao envolver o Cirino num troca-troca por uma reação imediatista? Isso vai ter de ser conversado com a nova comissão técnica e fazer parte do planejamento.
Entrevista com treinadores para 2016:
A diferença desse ano para os anos passados é que o Flamengo está tendo a chance de planejar e não começar o ano atropelado. Depois de muito tempo, o Flamengo teve a chance de entrevistar treinadores. O Flamengo conversou com quatro treinadores para discutir o que ele quer efetivamente para o futebol e qual o esquema tático ideal. O Flamengo é um time que joga pra frente.
Base integrada ao profissional:
Outra coisa que é fundamental no nosso planejamento é que a divisão de base deve estar integrada ao futebol profissional. O esquema tático, da escolinha à base, tem que ser o mesmo do time profissional. Você precisa contar com um profissional que seja disciplinador, a gente tem que virar uma página em que não somente a boa administração financeira impere. Agora, nós temos que exigir muita responsabilidade e comprometimento do novo elenco para o ano que se inicia. Ou seja, é a era do futebol no próximo triênio. Ao escolher uma comissão técnica, você precisa de uma comissão que abrace esse projeto. Que queira um projeto de longo prazo.
Padronização do esquema tático e Barcelona como exemplo:
Hoje nós temos dois modelos a seguir dentro do futebol mundial. Quando falo para seguir, a gente tem que fazer uma ressalva muito grande e fundamental. Os dois times de maior destaque na Europa são o Barcelona e o Bayern. Por uma coincidência o Guardiola teve participação fundamental nos dois. A gente sente que há uma inversão de fatores. A turma da Europa, seja Bayern ou Barcelona, está trabalhando mais com a bola, e a gente está trabalhando mais o físico. A diferença é que os outros técnicos estão conseguindo, por conta de disciplina tática, recomposição, treinamento e etc., extrair mais dos jogadores deles do que a gente consegue dos nossos. Taticamente a gente está atrasado.
Então você não tenha a menor dúvida que na hora que se mira em torno de um modelo, você não pode fugir de um Barcelona, de um Bayern, de um Guardiola, de um Sampaoli. Hoje em dia o próprio Brasil, quando muito, é uma terceira força na América do Sul.
Ex-jogadores identificados com o Flamengo:
Outra coisa que é fundamental é você contar com ex-jogadores do Flamengo, não só como os treinadores das escolinhas e da base, como já temos vários lá, porque na hora em que você vai formar um jovem, tem que passar as tradições que são claras para qualquer rubro-negro. E um sujeito que já jogou lá e entende qual é a cobrança e sabe que você pode viver do do céu ao inferno é o melhor interlocutor. Você às vezes, quando importa um cara de fora, ele vai para o Rio, Cidade Maravilhosa, bajulado pela imprensa, sendo assediado e numa idade em que a testosterona vai no céu, é difícil administrar isso. Já o jogador que é feito na escolinha do Flamengo já tem os anticorpos muitas vezes necessários para enfrentar esse desafio.
Venda de jogadores da base para China e EUA:
Hoje em dia as pessoas têm que se dar conta de que tanto o mercado chinês quanto o americano vão ser grandes forças compradoras de até jogadores de divisão de base. É uma pena que atualmente no Brasil os clubes não podem nem escolher quais jogadores eles querem vender. Os clubes são reféns, porque já na base tem empresário com 30% de um jogador e você acaba tendo que vender o jogador que efetivamente não quer. Então, o sonho de consumo de qualquer um que trabalhe a longo prazo é que você revele jogadores de base que possam atuar como titulares do seu time e que também tenha uma leva que possa negociar. Isso ajuda a oxigenar o sistema, e porque a estrutura é profissional. É imperdoável você não prestar esse tipo de atenção.
Técnico "coordenador":
O exemplo tem que vir de cima. Por isso é tão importante que o treinador do futebol profissional seja um coordenador. É evidente que ele não vai ficar interferindo no dia a dia do que a turma da base faz. Mas que eles tenham reunião e fiquem inteirados e que a comunicação comece a fluir é de fundamental importância.
Treinador apalavrado, sem citar Muricy Ramalho:
O Flamengo tem um treinador apalavrado para a próxima temporada.
Novo técnico já participa do planejamento?
Nada será feito sem o aval desse treinador. Isso posso garantir. Ninguém é inconsequente de colocar os carros na frente dos bois. Senão você encontra a situação que todo mundo quer evitar: aparecer um treinador e falar "esse jogador não fui eu que pedi". A palavra dele é primordial na análise da turma que tem ser contratada.
Flávio Godinho durante entrevista ao GloboEsporte.com (Foto: Ivan Raupp)
Garantia de tempo ao novo treinador?A garantia maior é o projeto, por isso falei que é tão importante identificar um profissional que abrace esse projeto. Está na cara que uma das razões para o baixo aproveitamento do time foi justamente essa troca incessante de treinador. Não há treinador que consiga estabelecer raiz, esquema tático e etc.. Então tem que ter uma disciplina de que está se fazendo a coisa certa. É evidente que o futebol vive de resultados, mas até isso pautou a nossa escolha. A gente está conseguindo uma comissão técnica que não apenas está comprando o nosso projeto de longo prazo e que se encontra numa fase da carreira e vê isso como um grande desafio, mas que também está acostumada a ganhar e tem no DNA a vitória. Estamos tentando combinar todas as variáveis possíveis. A gente acha que o certo sempre prevalece, mesmo que demore.
Esse treinador nem precisou de garantias de paciência. Estamos abraçados num projeto em comum. A garantia é que vamos implementar um projeto abraçados em quatro mãos. Mais importante do que qualquer garantia financeira.
Estilo ofensivo do Flamengo:
O Flamengo é um time que sabidamente joga pra frente. Não adianta você querer incluir um esquema tático que vai simplesmente privilegiar bola aérea e vai contra as origens do Flamengo. Por isso você tem que saber qual esquema que você julga adequado, a forma de trabalhar, as raízes rubro-negras, mas inegavelmente a gente tem que adotar o que tem de bom por aí.
Comissão técnica permanente:
Temos na divisão de base vários treinadores que passaram lá. Mas há o seguinte: temos que complementar a nossa comissão técnica. Seja em auxiliar técnico ou outros profissionais que vão trabalhar nessa comissão, temos que dar preferência a profissionais que sejam identificados com as raízes rubro-negras. Ele vai melhorar e facilitar a relação com aqueles que estão lá dentro.
Vamos dar um exemplo: tem um profissional brasileiro que hoje está no Bayer Leverkusen e que nós estamos namorando para trazer (Daniel Jouvin, ex-Flamengo), porque estamos numa fase final de discussão com a Exos. A Exos acabou de fazer um diagnóstico de tudo que a gente precisa melhorar no CT. O que é isso? É fisiologia, nutrição, é reduzir o tempo do jogador no departamento médico, alimentação, ver se a metodologia do treinamento está adequada. Então, estamos para fechar um contrato com a Exos para a segunda etapa do trabalho conosco. É trabalho de propriedade do Flamengo.
Por que a gente tem que ter raiz rubro-negra? Porque a comissão técnica do Flamengo tem que ser do Flamengo, um ativo do Flamengo. Tem que ser permanente. Posso trazer o Guardiola com assistente técnico e eventualmente com um preparador físico. Ponto. Se o treinador tiver que deixar o clube, a estrutura vai ficar. É trabalho de longo prazo, por isso você estar identificado com o que há de mais moderno, mas sem abrir mão das raízes rubro-negras, passa a ser fundamental para a implementação do trabalho.
Ederson. Qual a avaliação?
Ederson já jogou em todas as posições do meio. É polivalente, tem qualidade técnica muito grande, e a contusão que teve não tem absolutamente nada a ver com as outras contusões. Todo mundo confia que 2016 vai ser a temporada dele, em que ele vai poder fazer uma boa pré-temporada. Se isso se confirmar, se o Ederson estiver em condição de jogo como se espera, vai ser de grande utilidade, seja no meio ou na ponta. Ele tem qualidade, cabeceia bem e faz gols, como já demonstrou.
Quando você vai compondo um elenco, já pensou que bom contar com Alan Patrick, Cirino, Guerrero, Sheik e um Ederson em forma? Sem ovos ninguém faz omeletes. Você tem que dar material humano, mas o treinador precisa espremer a laranja e fazer o suco.
Críticas à estrutura atual do Ninho do Urubu:
Nosso tempo de treinamento em termos de infraestrutura, a parte de campo é ótima, mas não tem o menor cabimento, com todo respeito, você ficar operando com container. Em aparelhamento e estrutura, ainda deixa muito a desejar. Não adianta tapar sol com peneira. Se o CT não tivesse de ser melhorado, não seria prioridade de governo. Por isso a participação de um treinador experiente, que queira pegar o peão na unha e comprar esse projeto, se faz muito importante. É como você mudar para uma nova casa enquanto ela ainda não está pronta, ainda em construção. Às vezes é um saco você se mudar e ter um pessoal colocando peso. O Flamengo pode ser visto como um copo meio cheio e meio vazio. Essa é a realidade.
Seis profissionais saindo da comissão técnica rumo à China:
O Flamengo já está em busca, já estamos selecionando. Esperamos melhorar a qualidade desse plantel de profissionais. Sempre bom envolver a comissão técnica toda nesse tipo de discussão. Não se pode terceirizar essas funções com consultoria. A participação da Exos é efetivamente para estabelecer novas metodologias de treinamento, preparo, fisiologia, recuperação de jogador contundido. Não tem a ver com os profissionais pretendidos. Quando visamos trazer profissionais de fora é porque eles já têm conhecimento desse método. Já vão pegar a bicicleta e sair andando.
Negociação com a Exos:
É contrato para o ano que vem. É um escopo de prestação de trabalho. Você fecha o contrato por estágios e não necessariamente por prazos. Não tenha a menor dúvida que, para o ano de 2016, a gente tem três prioridades fundamentais. Número 1: ter um time vencedor, que efetivamente vá disputar títulos. Número 2: divisão de base, divisão de base e divisão de base. Número 3: poder oferecer para os profissionais que trabalham lá um CT digno. É fazer todo o esforço para finalizar o módulo profissional até dezembro. Não tem graça comparar com outros CTs e ver que o Flamengo está muito atrás de outros clubes.
Melhorias da Exos:
Espera poder no mínimo equiparar a performance à dos times que foram melhores neste ano. Se você pegar a média de recuperação de lesionados de outro times, no mínimo a gente tem a obrigação de equiparar ou suplantar. Por isso estamos contratando o que há de melhor no mundo.
Como vai funcionar a Exos no dia a dia?
Você não percebeu os profissionais que estavam lá nos 10 primeiros dias de diagnóstico. E a questão da forma de atuação e número de profissionais e tempo que ficarão dedicados com exclusividade ao CT estão sendo discutidas no momento. A ideia é fazer um mix com a turma que está com a da Exos. É preciso interação.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2015/12/godinho-ve-equipe-apatica-e-decreta-para-2016-tem-que-passar-o-rodo.html
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