sexta-feira, 2 de outubro de 2015

"Psicólogo" Bruninho pede postura diferente do Brasil contra a Venezuela


Capitão critica relaxamento da seleção contra o Chile e pede mudança de posturadiante da adversária venezuelana nesta sexta-feira, às 18h15 (horário de Brasília)



Por
Direto de Maceió, AL


Bruninho pode estar longe de ser considerado um veterano, mas também faz tempo que deixou de ser uma das promessas da seleção brasileira de vôlei. Aos 29 anos, o levantador campeão do mundo em 2010 e dono de duas medalhas de prata nos Jogos de Pequim e Londres é um dos três pilares da renovada equipe que disputa o Sul-Americano masculino de Maceió. Ao lado do quase quarentão Serginho, de 39, e do central Lucão, o capitão brasileiro assume a responsabilidade de liderar o jovem time que encerra a primeira fase da competição na capital alagoana nesta sexta-feira, contra a Venezuela, às 18h15, no ginásio do Sesi, e  afirma que muitas vezes se sente como uma espécie de psicólogo.  

- É quase isso – afirmou Bruninho.  

Bruninho durante jogo da seleção brasileira contra o Chile, em Maceió (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Bruninho durante jogo da seleção brasileira 
contra o Chile, em Maceió (Foto: 
Alexandre Arruda/CBV)


Se aquela geração tão vitoriosa na qual o levantador chegou a fazer parte se acostumou à pressão de ser sempre a favorita, a que tenta recolocar o Brasil no caminho das conquistas precisa de tempo e muito papo.  

- É diferente, essa equipe jogadores como o Kadu, por exemplo, que está pela primeira vez está com a seleção adulta e outros que estão fazendo essa transição. Aquela geração na qual tive orgulho de participei um pouco, a pressão que era colocada e as brigas entre nós eram muito maiores. Nós nos xingávamos mesmo dentro de quadra e um cobrava o outro o tempo todo, com os mais jovens temos que ter mais paciência. Já basta ter um técnico que cobra bastante. Temos que tentar equilibrar essa pressão, que eu nem sei se é tão boa, e ao mesmo tentar deixá-los mais tranquilos e sem ter essa responsabilidade porque sabemos que não é fácil – explicou.  

Assim como não foi a partida diante do Chile, na quinta-feira, pela segunda rodada do Sul-Americano. Apesar da vitória por 3 a 1, Bruninho reconhece que o Brasil errou demais e não entrou com a mesma postura apresentada na estreia contra a jovem equipe peruana. O levantador até reconhece os méritos do adversário, mas não exime a equipe de um relaxamento dentro de quadra pra lá de exagerado.  

Bruninho recebe orientações do pai, o técnico Bernardinho, durante jogo contra o Chile (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Bruninho recebe orientações do pai, o técnico 
Bernardinho, durante jogo contra o Chile 
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)


Talvez por isso o técnico Bernardinho tenha se irritado tanto durante o jogo e deixado a quadra sem dar entrevistas. Bruninho não poupa o gênio do pai, mas admite que desta vez o treinador da seleção tinha razões de sobra para não gostar do que viu. Embora a vitória tenha vindo mesmo depois de sair atrás no placar, o levantador espera que os erros sejam corrigidos e o susto no primeiro set sirva de lição. 
  
- Sabíamos que enfrentaríamos um adversário melhor, tanto que eles têm jogadores rodados, que já jogaram na Itália, e estão se qualificando. Mas de certa forma fomos surpreendidos. Soberba não, porque nosso time tem os pés no chão, mas não podemos de maneira alguma baixar nossa concentração em relação a qualquer adversário. Temos que mudar nossa atitude. Existiu um certo relaxamento, e isso não pode acontecer. Nem estamos em condições de entrar em quadra contra qualquer equipe e achar que vamos atropelar todo mundo pela camisa ou pelo que fizemos no passado.  Tivemos um exemplo que se dermos mole vamos perder sets, ir para o tie-break ou quem sabe até perder um jogo. A Venezuela é um time mais experiente, um país que já esteve nas Olimpíadas há pouco tempo, por isso temos que ter ainda mais cuidado. Se estudamos a equipe do Chile, vamos ter que estudar ainda mais a Venezuela, senão podemos sofrer como contra o Chile. 

Sabemos que temos um grupo diferente e pouco tempo para treinar, mas isso não pode servir de desculpa. Temos que mudar nossa atitude – alertou o capitão. 


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