domingo, 24 de maio de 2015

Perto de despedida, Milton Cruz valoriza evolução do São Paulo

Técnico elogia colombiano Osorio, provável substituto, defende Luis Fabiano e evita falar sobre o futuro da carreira depois da mudança na comissão técnica



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São Paulo

 
Ao que tudo indica, Milton Cruz está com os dias contados no São Paulo. Depois de assumir a equipe em crise, logo após a saída de Muricy Ramalho, o treinador se prepara para entregar o comando da equipe para o técnico colombiano Juan Carlos Osorio.

Em entrevista coletiva no Morumbi, após a vitória por 3 a 0 contra o Joinville, Milton citou o colombiano como um "estudioso do futebol" e afirmou que o novo treinador terá a oportunidade de trabalhar com um plantel pronto para disputar o título do Brasileirão.


– O treinador vai vir e pegar um grupo excelente de trabalho, com jogadores profissionais que querem ajudar o clube. E, quem sabe, jogadores para termos um plantel para ser campeão brasileiro. Se for vir o Osorio, pelo o que estou vendo na imprensa, é um grande treinador. Já trabalhei contra ele no Once Caldas, depois no Nacional de Medellin. Ele sempre pôs dificuldade ao nosso time. Se o São Paulo acertar com ele vai trazer um grande estudioso do futebol – afirmou Milton, que despistou sobre o futuro e preferiu destacar a recuperação da equipe.

– Não sei se é meu último jogo. Estou fazendo meu trabalho desde o jogo contra a Portuguesa, fazendo o que eu posso dentro do possível. Não sei até quando. Houve uma melhora do time nesse período. Tivemos tempo para trabalhar, mudamos um pouco a maneira de jogar, com três volantes e um mais agudo, que joga pelo lado. Já jogou Hudson, Wesley, Michel e hoje jogou o Thiago, que vem fazendo bons treinos – completou.

Questionado sobre o desempenho individual da equipe, Milton Cruz defendeu Luis Fabiano e elogiou a estreia como profissional do garoto João Paulo, que entrou no segundo tempo e participou dos últimos minutos da vitória tricolor. Na próxima rodada, o São Paulo viaja até Porto Alegre para enfrentar o Internacional, no domingo, às 16h, no Beira-Rio.


Confira alguns trechos da entrevista coletiva de Milton Cruz:

O jogo
– A vitória foi importante, sobre um time que perdeu só de 1 a 0 para o Fluminense, empatou com o Palmeiras, tinha de respeitar. Estudamos bem e por isso optei pelo Thiago. Não queria mudar nosso estilo, queria pressionar a saída deles, e o Thiago me daria isso. Aliás, já está pedindo passagem há um bom tempo.    

MIlton Cruz São Paulo x Joinville (Foto: Marcos Ribolli)MIlton Cruz assumiu o São Paulo depois da saída de Muricy Ramalho (Foto: Marcos Ribolli)


Desempenho da equipe sob seu comando
– Eu fiz dez jogos, sete vitórias e três derrotas, todas fora de casa. Para o Santos campeão paulista, Cruzeiro bicampeão brasileiro e a Ponte, que treinou mais tempo e nós estávamos de cabeça baixa pela Libertadores. Ainda bem que tive essa semana para levantar o moral dos jogadores. Agradeço a eles por esse período junto, sem problema de disciplina... Agradeço por me ajudarem nesse período que estou como treinador.  


Despedida do banco
– Não sei se é meu último jogo. Estou fazendo meu trabalho desde o jogo contra a Portuguesa, fazendo o que eu posso dentro do possível. Não sei até quando. Houve uma melhora do time nesse período. Tivemos tempo para trabalhar, mudamos um pouco a maneira de jogar, com três volantes e um mais agudo, que joga pelo lado.


Fase de Luis Fabiano
– O Luis é um grande jogador, por isso que o coloquei no jogo. Como íamos usar os lados do campo. Ele é um centroavante mais centralizado, o Pato sai mais para jogar, mas pode jogar ali como primeiro atacante. E pode jogar os dois juntos, como já aconteceu. Ele tem tudo para terminar o seu contrato bem no São Paulo. Ele está nos ajudando também, se dedicando nos treinos, hoje mesmo no intervalo foi preciso tirá-lo e ele aceitou numa boa. O grupo está de parabéns, a união de todos está fazendo o São Paulo vencer os jogos. Infelizmente perdemos três jogos, mas time grande também perde.


A substituição
– Foi tranquila a substituição. Falei que ia entrar o Pato e pronto. Foi muito tranquilo, não falou nada... Tem tudo para fazer um grande campeonato, porque é um goleador, acreditamos muito e é perigoso dentro da área. Tem tudo para melhorar. Depende dele também renovar. Ele é inteligente, assim como a diretoria. Tem demonstrado alegria em jogos e treinos, então vai depender dele e da diretoria.


Qual função vai assumir?
– O presidente conversou bastante tempo comigo hoje e vamos sentar para decidir quando vier o outro treinador. Depois vocês ficam sabendo. Ele quis conversar por causa dos boatos da imprensa, mas veio me tranquilizar neste período em que estou treinador e de especulação de Sabella, Sampaoli, Luxemburgo, português. Almoçamos juntos e espero que quando terminar a minha participação, a minha situação seja resolvida. Vamos sentar para conversar ainda. Conversamos de vários assuntos, mas avisou que depois que terminasse teríamos uma conversa. Não deixou nada prometido, mas pediu para deixar a situação acalmar. Foi num tom de dar satisfação de que vai conversar só quando tiver o novo treinador.


Futuro como treinador?
– Você vai jogando e pegando o gostinho quando ganha, mas quando perde é outra situação. Não defini nada se quero ser treinador ou se vou permanecer. Preciso sentar com a minha família, ver o que o presidente vai falar e só então definir a situação. Ganhar é bom, vai pegando o gosto, mas perder é doído. Estou tendo o apoio da torcida, sou cumprimentado mesmo com a eliminação na Libertadores. Isso é gratificante. Torcedores de outros clubes até dão os parabéns, isso dá motivação. Tenho pés no chão e sei bem o que quero.  

Tem proposta para ser treinador?
– Isso é segredo.


MIlton Cruz São Paulo x Joinville (Foto: Marcos Ribolli)
São Paulo de Milton Cruz conseguiu sua segunda v
itória no Campeonato Brasileiro (Foto: Marcos Ribolli)


Despedida de Rogério Ceni
– Vai ser triste a ausência dele no clube. Vou perder um grande amigo, um grande jogador em um bom momento da carreira. Tem feito grandes jogos. É exemplar como profissional, primeiro a chegar e último a sair, se dedica ao máximo. Será uma perda muito grande para quem trabalha no dia a dia. Aprendi muita coisa nesses 17 anos com ele no São Paulo. Vou sentir a falta do profissionalismo, da pessoa, do caráter e do maior ídolo da história do clube.  


Protesto da torcida
– Tem todo o direito de manifestar. Não senti o time abalado por isso. Lógico que a gente fica chateado pelos companheiros, mas a torcida está no direito dela de protestar, porque eles pagam.


Garotos na equipe como João Paulo e Matheus Reis
– Os dois são grandes jogadores. O João fez uma grande Copinha, o Matheus teve boa passagem no Atlético Sorocaba. O João tem muito potencial, então como lancei o Lucas contra o Atlético-PR com a 37, dei o numero pra ele e falei que ele vai fazer uma história boa. É velocista, finaliza bem, tem força, joga na área e dos lados, centroavante.


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