quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

SHEIK 2014: gols, queda, extracampo, CBF vergonha e demissão em grupo

Atacante começa em alta e, é destaque no Bota até cair de rendimento, reclamar da direção e da arbitragem, se envolver em polêmicas e ter o contrato rescindido


Por
Rio de Janeiro

emerson sheik botafogo (Foto: Vitor Silva/SS Press)Sheik começou em alta no Bota, mas teve o contrato rescindido (Foto: Vitor Silva/SS Press)


A temporada de Emerson Sheik no Botafogo começou em alta. Até cair, cair e resultar na rescisão do seu contrato em outubro. Ao chegar no Rio de Janeiro, tornou-se artilheiro, marcou gol logo na estreia, deu assistências, jogou todos os minutos de todas as partidas. Aí, começaram os problemas. Sheik começou a receber cartões, passou a ter de cumprir suspensões, sofreu com lesões e dores, que voltaram a tirá-lo de partidas. Fora de campo, incomodou-se com a diretoria alvinegra. Questionou-a publicamente. Chamou-a de incompetente. Desentendeu-se ainda com Lúcio, zagueiro do Palmeiras, e com a CBF, ao dizer que a entidade era uma "vergonha".
Em outubro, teve seu contrato rescindido por divergências com a diretoria, assim como Julio Cesar, Bolívar e Edilson. Uma semana depois da demissão, concedeu uma entrevista coletiva com os demais na qual esbanjou das ironias e deboches, especialmente ao então presidente Maurício Assumpção.

gols, alta e queda

Apresentado no Botafogo em 18 de abril, Emerson Sheik logo se tornou peça imprescindível no time de Vagner Mancini. Em apenas três jogos, conseguiu mudar o espírito da equipe. Marcou gol na estreia, contra o Inter, e deu passe para o outro de Zeballos. Contra o Criciúma, fez mais dois. Teve ainda quatro assistências em oito gols. Com disposição física, atuou os 90 minutos nos três jogos. Seu começo no Bota foi de lua de mel. Não faltavam elogios do comandante. Inteligente, peça fundamental, exemplo, campeão, decide o jogo...

Porém, a partir daí Sheik começou a ficar fora das partidas, por suspensão ou lesão. A primeira foi pouco depois, contra o Corinthians. Ele já não atuaria por ter vínculo, por isso forçou o terceiro cartão amarelo. Ganhou mais alguns dias de folga. Na parada da Copa do Mundo, sentiu dores no joelho. Treinou duas semanas em separado. Em agosto, foi vetado contra o Figueirense por torcicolo. Em setembro, perdeu o duelo com o São Paulo por uma inflamação nas amígdalas. Antes, foi poupado de treino por estar mancando.

Os cartões amarelos passaram a vir. E, assim, as suspensões. Contra o Bahia, quando recebeu seu primeiro vermelho e disparou que a CBF era uma "vergonha", o atacante já havia recebido oito amarelos. Em 23 partidas até então, Sheik havia ficado fora de cinco por suspensão (sendo três como pena imposta pelo STJD) e de três por questões médicas. Depois, veio a jogar mais duas partidas. Ou seja, ficou ausente 32% do tempo, entre Brasileirão e Copa do Brasil. Menos de um mês depois, Sheik teria seu contrato rescindido.



sem papas na língua

Emerson Sheik nunca foi um jogador de se poupar nas declarações. Ou, como o próprio gosta de se descrever, de sua "sinceridade". Em 2014, foram inúmeras as frases fortes e as críticas ao Botafogo e ao futebol brasileiro em geral. Em maio, o estranhamento foi dentro de campo, provocando polêmica fora dele. Na vitória do Alvinegro sobre o Palmeiras, Sheik e Lúcio se desentenderam, e o atacante não economizou nos xingamentos após o jogo. Chamou o zagueiro de "mau caráter", "desleal", "caráter duvidoso" e ainda o acusou de ter lhe chamado de gay. O adversário se defendeu dizendo que Sheik precisaria provar a acusação.
Em agosto, o atacante afirmou que a diretoria do clube era "incompetente", que "ninguém é idiota" e que "quem vende sonho é padaria". Gerou repercussão. E Sheik voltou a falar: "Falo o que acho mesmo, ninguém mandou me contratar". No fim do mês, após vitória sobre o Santos, disse que as coisas começam a acontecer "quando o atleta sai da preguiça". Em setembro, ao ser expulso contra o Bahia, disparou que a "CBF é uma vergonha".


'cbf, você é uma vergonha'

Essa foi uma das frases mais repetidas no mês de setembro sempre ao se falar sobre Botafogo e Emerson Sheik. Na partida contra o Bahia, pela 22ª rodada do Brasileirão, Sheik foi expulso após entrada forte em Uelliton, aos 14 do segundo tempo – recebeu o segundo cartão amarelo, consequentemente o vermelho em seguida. Ao sair de campo, exbravejou contra a CBF. O atacante se dirigiu a uma câmera e afirmou "CBF, você é uma vergonha", repetindo a palavra "vergonha" outras três vezes.

Até então, Sheik era o destaque da equipe. Havia marcado os dois gols, de pênalti e de cabeça, mas que de nada adiantaram. Com superioridade numérica em campo, o Bahia virou a partida e venceu por 3 a 2. No dia seguinte, o atacante se explicou em entrevista coletiva no Engenhão e voltou a criticar a arbitragem brasileira. Cobrou a profissionalização dos árbitros, rechaçou os rótulos de polêmico, violento e jogador problema, e ainda indagou: "Não posso desabafar?".



extracampo

Não é apenas no futebol que Emerson Sheik chama a atenção. Sua vida extracampo, sempre agitada, rendeu comentários e manchetes em 2014. Desde presenças em camarotes no carnaval, em março, quando ainda estava no Corinthians, até dia de folga na piscina com uma lata de cerveja na mão, em julho, e viagem a Angra dos Reis com os filhos, em agosto. Sheik também marcou presença em festas no Rio de Janeiro junto de celebridades, como o cantor Naldo Benny.

Emerson Sheik também ganhou destaque fora do futebol no quesito relacionamentos. No meio do ano, participou de uma entrevista com uma ex-namorada, a atriz e produtora Antonia Fontenelle. No vídeo, o jogador chega a dar-lhe um beijo ao fim. Dois meses depois, o atleta teve um breve romance com a apresentadora Nicole Bahls, durando apenas alguns dias publicamente.

Uma semana após ter sido demitido do Botafogo e um dia após a derrota do time por 1 a 0 para o Palmeiras, ficando na lanterna do Brasileirão, o atacante gravou um vídeo em que aparece dançando de sunga em sua cobertura próximo à praia. A postagem foi feita em seu Instagram.


rescisão e ironias

Em 3 de outubro, Emerson Sheik, assim como Bolívar, Edilson e Julio Cesar, teve seu contrato rescindido com o Botafogo. Eles foram afastados por causa de divergências com a diretoria, o que aumentou a crise no clube. A manifestação pública do quarteto ocorreu apenas uma semana depois. E foi recheada de ironias e deboches por parte do atacante. Sheik usou um restaurante do qual é sócio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, para uma coletiva. Aproveitou para fazer publicidade do estabelecimento. Disse que está sempre na praia. Rebateu que viu Maurício Assumpção apenas duas vezes e que o tamanho do estrago da então administração era do tamanho do Monte Fuji (o ponto mais alto do Japão).




FONTE:
http://glo.bo/1x3vPK7

Nenhum comentário: