écnico convida Dinamite para se sentar na mesa, atrai dirigentes na coletiva depois da vitória na estreia e explica barração de Diogo Silva: "Não ia ter tranquilidade"
Joel chegou para dar coletiva enquanto cinegrafistas e radialistas se arrumavam para pegar as primeiras palavras do treinador após a vitória na estreia por 2 a 0. A sala foi enchendo, enchendo, até chegar o presidente Roberto Dinamite, que ouviu do treinador:
- Senta aí, presidente, senta aí - pediu o treinador.
Satisfeito com a atuação consistente e uma vitória tranquila, o técnico falou sério, mas também se emocionou e brincou um pouco, divertindo uma criança que assistia à entrevista. Ao pedido de uma nota para sua estreia, o técnico deu nota "entre 8 e 9" para a vitória sobre o Luverdense. Depois frisou a nota 8 porque um 9 poderia "demonstrar empolgação". Quando foi solicitado a usar uma palavra em inglês para resumir a vitória, levou a brincadeira na esportiva:
- Só pagando (risos). Vai ficar de castigo da próxima vez, hein - respondeu ao repórter.
A vitória não alterou a posição na tabela do Vasco, que segue na quarta colocação, a um ponto do líder Joinville. Mas o início de Joel muda, de cara, o astral no clube, que vive um conturbado momento político. Talvez reflexo da chegada do treinador, o clima em São Januário passou longe da tensão das últimas partidas. Até na coletiva de imprensa, houve momentos de humor que nada tiveram a ver com Joel, quando a mesa de áudio proporcionou alguns ruídos e assustou o treinador.
Confira abaixo a entrevista coletiva do treinador do Vasco.
Resultado
Obrigamos o time deles aos erros, se abriram por completo, botamos jogadores de criatividade e jogamos como queríamos que fosse. Nosso goleiro praticamente não trabalhou, coordenando a defesa. Gostei de vencer com autoridade, tivemos firmeza, a torcida foi ótima, incentivo do início ao fim. A competição não é fácil e temos que sair logo desse momento. Nós jogamos em duas linhas de quatro, com um atacante na frente. No começo tivemos dificuldade, eles congestionando o meio, atrás da linha da bola. Procuramos espaço, levou tempo para achar esse espaço. Mas eles foram uma vez só no nosso gol no primeiro tempo, botaram um jogador de meio, um centroavante, nos envolveram ate seis, 10 minutos, e começamos a melhorar. Às vezes não é só importante vencer, mas vencer com segurança. Eles incomodaram, é um time organizado e difícil de se bater.
Jogo fora de casaParece que o Atlético-GO teve um bom resultado na rodada (vence a Ponte Preta fora de casa). Temos que jogar com autoridade. Nesse momento queremos chegar na Série A. É para isso que temos que vencer, aumentar nosso número de vitórias. Vamos jogar da mesma maneira, forte na marcação, uma equipe aplicada,
eterminada. Nossa atuação hoje foi equilibrada, na defesa e no ataque, isso que satisfaz o treinador. Todos procuraram se ajudar.
Joel Santana sorri e mostra bom humor
após a vitória na sua estreia pelo
Vasco (Foto: Edgard Maciel de Sá)
JordiConversei com ele e com o Diogo Silva antes do jogo. Expliquei que não era o momento de o Diogo continuar no gol. Ele não teria a tranquilidade necessária, poderia trazer nervosismo para a equipe, para a torcida. Não estou dizendo que ele é ruim, mas não era o momento. Por isso apostei no menino. Nunca tinha jogado, mas na vida não se pode ter medo. Ainda mais no momento que eu cheguei. O vejo em condições, tem cinco anos de clube e senti segurança em sua atuação. Não vi o Jordi com medo. Quem estiver tranquilo vai jogar. Tem outros meninos da base nessa situação. No passado era mais difícil, hoje todos estão mais bem adaptados. Jogar no Vasco é assim. Agora o menino já está vacinado.
Salão de casa
Fazer o que a gente mais gosta. Estava chateado, incomodado. Jamais passei tanto tempo sem trabalhar no futebol. Tive propostas, mas estava faltando alguma coisa. A situação do Vasco é difícil, o momento é difícil. Se o Maracanã é o nosso salão de visita, o Vasco é a nossa sala. Sempre tivemos conquistas importantes. Não imagina a ansiedade que eu estava, parecia que era a primeira vez. Cheguei, vi a torcida, a igreja, o sócio, a piscina, aquela convivência de vestiário, que está muito mais bonito que antes. Futebol é o que sei fazer. Se não for isso, não sei o que iria acontecer, sempre convivi com isso, com essa emoção. No início deu aquele friozinho na barriga, mas depois acalmou porque vi que a equipe estava bem postada em campo.
Comportamento no jogo
No início, fiquei calado mais tempo. Até porque eu gosto de ver quando a torcida cantar, isso para mim é importante. Aqui, você convive com ambiente de festa, alegria, feliz, fácil, você vê torcedor mais feliz em casa. A gente vê o torcedor brincar: "papai voltou". Deixa a gente satisfeito, hoje vou dormir com mais tranquilidade. Espero que seja assim.
Desconfiança antes da chegada
Talvez pelo tanto de tempo que não estava aqui. Eram nove anos, mas foi tempo excelente, de conquistas e títulos. E já falei o seguinte: se não sou o primeiro, sou o segundo no que mais conquistou no clube. Conheço bem o Vasco, frequentei aqui muitos anos, como jogador, como técnico. Às vezes as coisas não começam muito bem, mas vai ajeitando, o torcedor vai sentindo confiança.
Presença em pôster na sala de imprensa
É, faz tempo, são tantos jogadores que fizeram a história no clube, inclusive o presidente, fomos campeões várias vezes juntos. Nossa vida é feita de história, de sonhar e viver, quando disse que quero ser feliz na minha chegada, é isso. São 20 anos de carreira, quando acaba o jogo, é igual uma boa entrevista que vocês fazem. Hoje foi bom, estou que nem um garoto, quase um garoto. Talvez um garoto (risos).
Estreia convincente
O futebol está muito equilibrado, na Série A e Série B a gente vê resultados incríveis. O Vasco, a gente viu, ganhou do primeiro, aí perdeu para o último. Existe equilíbrio, existe trabalho em todas as partes. É diferente jogar com o sentimento que estava hoje, quando você joga amargurando você sente. A mesma coisa dos artistas, quando ele vai se apresentar, a pessoa já vaia, aí não funciona. Às vezes os jovens não tem maturidade para suportar essa situação. Pedi paciência, "vamos ter a bola e vamos ter paciência". Vi adversário que diz que vai jogar 10, 15 minutos e depois a torcida vaia. Não é assim, hoje a torcida continou incentivando, fizemos o gol depois dos 20 minutos, aí virou festa.
Nota
Nota é difícil, como ganhou, acho que 8 ou 9, passou, né. Nove não, porque aí vão dizer: "ah, já está empolgado?". Vamos dar 8, porque a equipe fez tudo que queríamos. É o momento da equipe sair do estado tenso, sentimos segurança, tudo andando.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2014/09/apos-vitoria-joel-elogia-seguranca-e-firmeza-jogamos-como-queriamos.html#equipe-vasco
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