quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ney é apresentado e avisa: "O time tem condição de lutar pelo Brasileiro"

Depois de passar pelo clube em 2006 e 2007, técnico assina com o Fla até 2015 e faz estreia domingo contra o São Paulo, no Maracanã


Por Rio de Janeiro


O Flamengo estava bem próximo do caos. Na segunda-feira, tomou uma atitude. Demitiu Jayme de Almeida e contratou o técnico Ney Franco, que estava no Vitória. Nesta quarta-feira, depois de comandar um treinamento no Ninho do Urubu, foi apresentado oficialmente pelo vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcelos.

O treinador assinou contrato com o Flamengo até o fim de 2015 e já vai fazer sua estreia domingo, contra o São Paulo, no Maracanã, onde reencontrará o desafeto Rogério Ceni, com quem se desentendeu em sua passagem pelo clube paulista. Será sua segunda oportunidade no Flamengo.



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- Vou aproveitar o gancho para falar da minha felicidade pelo retorno ao Flamengo. Foi uma passagem significativa, que me abriu as portas do cenário internacional e que culminou com um convite para trabalhar em seleção brasileira, o que foi muito importante. Volta um Ney muito mais experiente. 
Quando assumi o clube trocava de treinador de três em três meses, acabei ficando um ano e três meses. Como em toda equipe brasileira, houve momentos em que o trabalho deu certo, outros não. E como é normal, houve a opção por trocar de treinador. Estou muito feliz, mais maduro, mais experiente. Quando cheguei da outra vez, minha única experiência profissional era com o Ipatinga. Agora, volto com título de Série B pelo Coritiba, título paranaense, título de Sul-Americano pelo São Paulo com um trabalho consistente, título Mundial e Sul-Americano pela Seleção Sub20. Tudo isso nos dá experiência. Volto mais amadurecido e experiente. E com mais cabelos brancos - disse Ney Franco.

Ney Franco Coletiva Flamengo (Foto: Thales Soares)
Ney Franco é apresentado à imprensa 
ao lado de Wallim Vasconcellos (Foto: 
Thales Soares)

Ney vê time em condições de lutar pelo título brasileiro
- Me reuni com os atletas e o fato de conhecer o clube e os profissionais, aliado a qualidade de quem está aqui, faz com que tenhamos tudo para fazer um bom trabalho. Tenho certeza que a grande competição da temporada é o Campeonato Brasileiro. É uma equipe em condição de brigar pelo título. Não vai faltar entrega, trabalho e cobrança. Vamos implantar a nossa metodologia de trabalho para encarar as equipes em condição de vencer e lutar pelo título brasileiro.

"Em cinco jogos, temos condição de estar no G-4"
- Dentro das nossas conversas, não tratamos de tema como tem que ganhar isso, tem que colocar na Libertadores. Quando se assume uma equipe grande do futebol brasileiro, está subentendido na sua contratação. Na reunião com os atletas, falamos que disputamos o Brasileiro visando o título. Ficar em quarto ou terceiro lugar é uma premiação por dar o direito de Libertadores, mas temos que focar o tempo inteiro na Copa do Brasil e no Brasileiro. Em momento algum conversei ou prometi colocar na Libertadores, assim como não me colocaram que sou obrigado. Não fiz contas em cinco jogos. Traçamos tentar fazer de tudo para estar entre os quatro primeiros. É um tema que queremos aprofundar com os atletas e não estamos tão distantes do G-4. Somos 16º, mas estamos próximos de quem está em quarto. Em cinco jogos, temos condição de estar no G-4.

Indiferente à forma com a qual Jayme saiu
- Estou focado. Qualquer treinador que chega em qualquer clube, chega após a saída de outro treinador. Então, vejo com naturalidade. A forma como foi não vai atrapalhar nada no meu dia a dia de trabalho. O acerto financeiro foi muito rápido, porque eu queria trabalhar no Flamengo. Não houve desgaste.
Nega ter acertado com o Fla antes da queda de Jayme

- Quero usar esse espaço para colocar com muita clareza, porque vou falar uma vez apenas sobre o primeiro contato com o Flamengo, a primeira ligação. O desligamento do Vitória foi pensado e conversado pelo desconforto que eu estava a frente do clube, essa foi minha fala. Além disso, houve questões pessoais em relação ao Vitória. Em um desses momentos, recebi a ligação do meu empresário falando que o pessoal do Flamengo queria conversar". A primeira pergunta foi: "O Jayme saiu do Flamengo?". Ele disse que não e falei: "Estou indo para São Paulo amanhã (terça-feira) e conversamos lá". Tudo que estão falando que eu já estava acertado é mentira. Estou falando o que aconteceu. A primeira vez que sentei foi ontem. Como já tinham vazado que o Flamengo mudaria de treinador... Agora, só sentei depois que já tinha desligado. Marquei em São Paulo porque é a minha residência. Essa é a minha fala, essa é a verdade. O que sair disso é fantasia. Vou seguir o meu caminho, e o meu caminho agora é estar no Flamengo. Estou muito feliz e com a consciência muito tranquila.

Por que o Flamengo?
- Não me desliguei do Vitória por causa da proposta do Flamengo. Tinha sondagens de algumas equipes, em algumas era público e que disse não com o sentimento de querer estar lá. Uma delas foi o Botafogo, que conversei e disse não, mas poderia ter vindo. É um clube que admiro, tem uma tradição enorme. Sempre quis voltar para o Rio. Tive três experiências aqui, no Flamengo, Botafogo e CBF. Tinha uma vontade enorme de trabalhar no Rio. Coincidentemente, no momento em que fiquei livre apareceu a oportunidade de vir para o Flamengo. Foi a equipe certa, no momento certo, e creio que vou fazer um trabalho muito bom.

Time será reforçado?
- E a maior parte da conversa foi sobre isso: quero trabalhar esses cinco jogos com o grupo que está aqui e fazer uma avaliação. Quando se está fora e se ouve opiniões, tem uma avaliação. No dia a dia, de repente o jogador cresce. O primeiro passo aqui é esse. Depois, se necessitar, podemos falar de alguma contratação. Nunca trabalhamos com o elenco fechado.

Feliz por rever velhos conhecidos
- A aceitação foi muito boa. É bom encontrar jogadores como Léo Moura, que trabalhei aqui, César, Negueba e Muralha, que trabalhei em seleção brasileira. Pelo treinamento de hoje, tenho certeza que vamos ter uma equipe forte.

Feliz com o avanço do Ninho do Urubu
- É muito legal voltar. Fui o primeiro treinador a utilizar o Ninho. Naquele momento, trabalhávamos na Gávea, que tinha apenas um campo e com dificuldade para alguns tipos de trabalho. Quando vim a primeira vez, vi um potencial enorme para o deslocamento. Tinha muita resistência por a Gávea ser a casa (do Flamengo), por vários motivos. Fico feliz por saber que todos passaram a utilizar e que foi um pontapé para que o clube direcionasse.
Despreocupado com a rejeição da torcida, que o reprovou em enquete
- Acho o seguinte: se for fazer qualquer pesquisa hoje em relação a qualquer nome, pela circunstância que aconteceu, não é uma boa enquete. Houve problemas que o Wallim já falou, que o Jayme falou, e vai respingar no treinador. Quanto ao torcedor, minha esperança é que, assim como os jogadores me abraçaram, e que colocarmos em campo equipes competitivas (o torcedor abrace)... Quando começarmos a ter resultados... Vivi momentos bons no Flamengo e existe um respeito mútuo. No momento, qualquer treinador que estivesse sentado aqui sofreria respingos como foi minha contratação.

Recuperação em curto prazo é prioridade
- É a necessidade do campeonato (vencer), que é enganoso por ser longo. Às vezes, se pensa que dá para recuperar, mas tem que fazer valer o mando de campo, sempre pontuar em casa. De preferência, os três pontos. Em quatro rodadas, se o Flamengo está lá atrás é porque não conseguiu uma condição melhor. Nosso grande desafio é traçar uma meta curta para esses jogos.

Olhar especial à bola aérea
- Na realidade, temos um profissional no Flamengo, que é o Rafael Vieira (analista de desempenho), foi meu primeiro pedido editar material de gols feitos, sofridos, erros de passe.. Vai ser meu dever de casa. Estou levando muito material do Flamengo, muito do São Paulo, e vamos começar a detectar as carências. Vamos avaliar tudo e se for um fator determinante para o insucesso, vamos tentar corrigir com muito treinamento.

Lesionados voltam no domingo?
- Conversamos com o departamento médico, fisiologistas, preparadores físicos e com os atletas. Conversei com Chicão, Hernane, Elano e falta conversar com o Everton. Gosto muito de chamar para conversar e todos estão se colocando em condição de jogo. Cabe ao treinador definir se joga ou não. O que vai definir são os três trabalhos táticos que vamos ter.

Esquema tático
- (A forma que o Jayme vinha jogando) é uma forma que eu gosto de jogar também, mas em algum momento temos que adaptar. Por exemplo, se eu quiser Alecsandro e Hernane juntos, não posso jogar dessa forma. Gosto muito da forma que o Jayme vinha utilizando, vi os jogos do clube, e quero aproveitar ao máximo. Não temos tempo para fazer testes. Jogamos no domingo, quarta-feira e depois domingo. Acho que a grande atuação minha como treinador vai ser na parada para Copa do Mundo, quando teremos a oportunidade de fazer treinamentos e definir se mudamos ou não a forma de trabalhar.

Ignora atrito com Rogério Ceni, rival no próximo domingo
- A primeira coisa que tenho para ressaltar é que é um jogo muito difícil. O São Paulo é um dos candidatos ao título. É muito forte, tem que disputar na ponta e para ganhar. A questão do Rogério ficou no passado. Estou tão feliz aqui no Flamengo, que ficou no passado.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2014/05/ney-franco-e-apresentado-e-comanda-primeiro-treino-no-ninho.html

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