Até conquistar o inédito pódio no Mundial da Sérvia, seleção derrubou rivais, ganhou patrocinadores, passou por intercâmbios na Europa e aprendeu a vencer os grandes
Brasileiras comemoram o inédito título mundial de handebol (Foto: EFE)
- Falo sempre. Não podemos esquecer as pessoas que começaram esse projeto. A Zezé, que hoje comenta nossos jogos. As outras atletas do passado também. Para as crianças, que amam o handebol, eu digo, não desistam. Essa medalha significa nosso passado, tudo que batalhamos até agora - desabafou Alexandra, eleita a melhor jogadora do mundo em 2012.
A trajetória desta geração até o pódio inédito começou, de fato, em 2009, quando o técnico dinamarquês Morten Soubak, campeão brasileiro com o Pinheiros, no masculino, foi contratado para a seleção feminina. Morten chegava com uma meta. Preparar a seleção para o ciclo olímpico de Londres 2012. Nesses quatro anos, começou com um 15º lugar no Mundial de Pequim, na China, mas em 2011 já surpreendeu com um inédito quinto lugar no Mundial de São Paulo. Um ano depois, em Londres, nas Olimpíadas, o Brasil caía nas quartas de final para a Noruega, que acabou campeã, mas conseguia um sexto lugar inédito também.
- Passa muita coisa na minha cabeça. Para as meninas, foi um passeio que começou em 2009. Nesse ano, chamei 48 jogadoras para a seleção, o que é um absurdo. Era meu primeiro ano na seleção e tive muitos problemas. Até de jogadoras que não quiseram mais jogar pela seleção. Em 2010, foram duas fases com as jogadoras da Europa, outro absurdo. E depois, já sabendo que teríamos um Mundial em São Paulo, tivemos que montar um time em um ano para 2011.
Montamos e chegamos às quartas de final, perdendo no último segundo. E nas Olimpíadas, bem, perdemos de novo nas quartas. Isso estava engasgado. É um prazer ver o compromisso delas e que essa caminhada deu certo. Jogamos 18 jogos em dois Mundiais e perdemos apenas uma partida. Dificilmente alguém vai bater esse recorde - disse o técnico Morten.
Os investimentos vieram. Em 2011, pouco antes do Mundial de São Paulo, a Confederação Brasileira de Handebol (CBhb) fechou parceria com o time austríaco Hypo No. A meta era dar rodagem às meninas brasileiras, com o máximo possível de jogadoras atuando no handebol europeu. A CBhb paga parte dos salários, e o Hypo, a outra metade. Do time que disputou o Mundial da Sérvia, seis jogam no Hypo: Dara, Ana Paula, Deonise, Babi, Alê e Fernanda.
Festa na quadra após a dura vitória sobre a Sérvia na final (Foto: Site Oficia Serbia2013)
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Para
2016, visando a uma medalha em casa, a CBhb não poupará esforços. O
técnico Morten Soubak volta para o Brasil, e apesar de ter propostas,
deve ficar. Ele, inclusive, não fica no Hypo após o fim da temporada.
Vai voltar a morar em São Paulo. Presidente da Confederação, Manoel Luiz
Oliveira também pensa em dar mais qualidade ao intercâmbio das meninas.
Não é certo que a parceria continue com o Hypo, da Áustria, com o grupo
podendo rumar para outras ligas, em países com o handebol mais forte.- Temos que jogar as melhores ligas. As meninas precisam disputar jogos duros o ano inteiro. E o Hypo precisa investir mais. A parceria está boa, vamos até o fim dela, em junho, e depois vamos conversar. Podemos ficar, mas também podemos buscar outro caminho, em uma liga na Dinamarca, na Noruega. O que não faltam são propostas para a Confederação Brasileira - garantiu Manoel Oliveira.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/handebol/noticia/2013/12/medalha-de-ouro-nao-caiu-do-ceu-titulo-tem-dedo-gringo-e-investimento.html
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