segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Botafogo: De Paulo Cézar Caju a Túlio Maravilha, os títulos de 1968 e 1995

Na década de 60, o Alvinegro conquistou seu primeiro título, contra o Cruzeiro. Em 95, vitória contra o Santos garantiu o troféu pela segunda vez

Por Rio de Janeiro

Apesar de já ser tricampeão do Torneio Rio-São Paulo, embrião do torneio nacional (o “Robertão”, em 1967), foi em 1968 que o Botafogo conquistou seu primeiro título brasileiro. A Taça Brasil de 1968 fez com que o Botafogo se tornasse o primeiro campeão brasileiro do Rio de Janeiro. 

A Taça, que só acabou mesmo em outubro de 1969, foi recheada de jogos adiados, suspensos e muita confusão. O Glorioso estreou marcando 6 a 1 no Metropol (SC), que havia eliminado o poderoso Grêmio. Apesar de ter perdido o segundo jogo em Santa Catarina por apenas 1 a 0, o regulamento da competição previa um terceiro jogo em caso de dois resultados iguais, sem saldo de gols. O terceiro jogo foi suspenso, adiado, até que, finalmente, foi realizado. O placar de 1 a 1 classificava o Botafogo para a semifinal, mas uma intensa chuva paralisou o jogo. O Metropol acabou não esperando a marcação de uma nova partida, voltou para Santa Catarina, desistindo da competição.

Na semifinal, a Seleção tirou Paulo Cézar Caju e Jairzinho do Botafogo, mas também desfalcou o Cruzeiro de Tostão e Piazza. A vitória do Botafogo por 1 a 0, no Mineirão, foi com um gol do artilheiro Ferretti. No jogo de volta, no Maracanã, um empate em 1 a 1, com gol salvador do grande Roberto Miranda no final.

Taça Brasil do Botafogo, de 1968 (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)Taça Brasil conquistada pelo Botafogo em 1968 (Foto: Cezar Loureiro / O Globo)
 
CONQUISTA DO PRIMEIRO TÍTULO
Em Fortaleza, Jair e Paulo Cézar desfalcaram de novo o Botafogo no primeiro jogo: 2 a 2 no Ceará, com Ferretti marcando os dois gols do Botafogo. No jogo final, um show alvinegro no Maracanã. Uma vitória por 4 a 0, que poderia ter sido até mais. Roberto marcou de novo, Afonsinho guardou o dele, e Ferretti (que terminou como artilheiro da competição, com 7 gols) fez mais dois. O time comandado por Zagallo levou a taça para a geração de ouro de General Severiano.

Jair Ventura Filho, o grande ‘Furacão’ da Copa seguinte, não jogou nenhum dos sete jogos da campanha vitoriosa do Alvinegro, ora machucado, ora convocado para a Seleção. Outra curiosidade é que Gérson, transferido para o São Paulo no meio de 1969, foi campeão da Taça Brasil de 1968 sem poder disputar os jogos da semifinal e final.

VOLTANDO À GLÓRIA EM 1995
Depois da brilhante década de 60, o Botafogo viveu um longo período de jejum. Em 1995 viria a nova conquista nacional. Apesar de Túlio Maravilha ser a estrela do time, e ter desequilibrado o campeonato, a chave da equipe montada por Paulo Autuori era o sistema defensivo: Leandro Ávila e Jamir eram os volantes, com Gottardo e Gonçalves na zaga. Foram apenas quatro derrotas em 27 jogos. Divididos em dois grupos de 12 times em duas fases, o campeão de cada grupo em cada fase iria para a semifinal.


Antes da semifinal, alguns jogos marcaram a campanha alvinegra. Na segunda fase, um 5 a 0 contra o Atlético-MG, com direito a um inesquecível temporal no Maracanã, dava mostras de que aquela equipe era especial. No mesmo Maracanã, já no final da segunda fase, o Botafogo massacrou o Vasco, mas os dois gols saíram apenas no final da partida. Campeão do seu grupo nessa fase, a semifinal seria contra um conhecido rival, o mesmo de 1968, o Cruzeiro. Esperava-se uma final carioca, pois o Fluminense marcou 4 a 1 no Santos na primeira partida da semifinal, mas o Peixe fez 5 a 2 na volta, e foi para a final como favorito.

Botafogo 1995 (Foto: Arquivo / Agência O Globo) 
Botafogo fez o primeiro jogo da decisão no Maracanã
em 1995 (Foto: Arquivo / Agência O Globo)

No Mineirão, Túlio abriu o placar para o Botafogo, que tomou o empate e foi bem pressionado pelo Cruzeiro. O placar de 1 a 1 dava ao Botafogo a vantagem de empatar em casa. Já na segunda partida, a pressão foi toda alvinegra. No entanto, um 0 a 0 bastou, e levou o time à final contra o Santos, a grande sensação do campeonato.

 
E naquela quarta-feira de dezembro caiu mais um temporal no Maracanã. Gottardo abriu o placar, Giovanni descontou para o Santos, e Túlio fez o gol da vitória, com direito a irreverentes socos no ar ao estilo Pelé. O Botafogo seguiria para o Pacaembu no domingo seguinte com a vantagem do empate.

A decisão em São Paulo foi um jogo confuso, com erros de arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, com o Santos empatando e pressionando demais. Atuação histórica do goleiro Wagner, com Donizete, o Pantera, jogando no sacrifício e metendo uma bola na trave aos 42.


Final de jogo, com o Botafogo levantando mais uma conquista nacional. Túlio Maravilha foi o artilheiro da competição e encerrou aquele jogo com imagem marcante. Segurou a bola que entrou para a história da Estrela Solitária naquele 17 de dezembro de 1995.


FONT4:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2013/12/botafogo-de-paulo-cezar-caju-tulio-maravilha-os-titulos-de-1968-e-1995.html

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