segunda-feira, 9 de abril de 2012

Nos contra-ataques, São Caetano vira e bate o Santos completo

Peixe começa forte, sai na frente com Neymar, mas dá espaços na segunda etapa e sofre a virada por 2 a 1, no Anacleto Campanella.

A CRÔNICA
por Marcelo Hazan
 
Feriado de Páscoa, Santos com todos os seus titulares, promessa de mais um show. Ficou na promessa. O Peixe chegou a esboçar mais uma grande partida, com Neymar irresistível. No entanto, tudo não passou de um lampejo. O São Caetano não se intimidou, se impôs, foi para cima, virou o jogo e venceu por 2 a 1, neste domingo, no estádio Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul, pela 18ª rodada do Campeonato Paulista.
Os três pontos do Azulão certamente serão contestados pelo Peixe, já que um gol legal de Paulo Henrique Ganso foi anulado na segunda etapa. Mesmo assim, errando muitos passes, principalmente no meio de campo, o Alvinegro esteve irreconhecível no segundo tempo.

Desatento, o Santos foi obrigado a se contentar com um chocolate amargo na Páscoa, na última partida da equipe antes do centenário. Quando voltar a campo, contra o Catanduvense, domingo que vem, na Vila Belmiro, o Peixe terá 100 anos - o aniversário é sábado. Já o São Caetano enfrentará o Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, também no domingo. Toda a rodada será às 16h.
Apesar do tropeço, o Santos se mantém na terceira posição com 36 pontos, mesmo número do Guarani. A diferença está no saldo de gols: 23 a 9. Se não vencer o Catanduvense, o Peixe pode terminar a primeira fase fora do G-4 e, assim, perder a vantagem de jogar em casa nas quartas de final. Já o São Caetano, com 22 pontos, está em 11º lugar: está garantido na Série A-1 em 2013.
Neymar brilha e Peixe sai na frente
- Não sou folgado, só jogo futebol.
Essa foi a resposta de Neymar, no intervalo, quando lhe perguntaram sobre os dribles desconcertantes em cima dos adversários. A frase dá uma ideia do que o craque fez em campo durante a etapa inicial. No clima da Páscoa, o atacante distribuiu dribles de presente aos zagueiros, em jogadas sempre construídas em parceria com seu compadre Paulo Henrique Ganso, que é padrinho de Davi Lucca, filho do camisa 11.

Gol São Caetano x Santos (Foto: Roberto Vazquez / Futura Press)Marcelo Costa corre para comemorar gol do Azulão (Foto: Roberto Vazquez / Futura Press)
 
Antes do primeiro minuto, a dupla já mostrou a que veio: linda tabela com troca de passes de calcanhar e letra, com finalização de esquerda do camisa 11 para fora. Depois, aos 12, o perigoso chute de fora da área do meia dava a impressão de jogo fácil. No entanto, o São Caetano apertou.
Primeiro com Gabriel, completando escanteio de cabeça para fora. Depois com Augusto Recife, em contra-ataque iniciado em um erro de passe de Ganso. Livre pela esquerda, o volante soltou o pé por cima do gol, na melhor chance do Azulão na primeira etapa. Por fim, com Geovane, de fora da área, obrigado Rafael a fazer ótima defesa.
A partida começava a ficar perigosa para o Santos, quando o dono do time novamente mostrou sua cara. Após deixar Borges em ótimas condições e ver o centroavante perdendo a chance, Neymar decidiu resolver com a ajuda de Ganso.
O camisa 10, com um daqueles passes improváveis que lhe são tão comuns, deixou o atacante à vontade na cara de Luiz para dominar com estilo e definir de esquerda: 1 a 0. Na comemoração, o craque imitou um coelho, em homenagem à Páscoa.
Antes do apito final, ainda houve tempo para o artilheiro carimbar o travessão, depois de novo passe preciso de Ganso.
Azulão vira, e Santos tem gol anulado equivocadamente
Mesmo com a boa atuação de Neymar, o Santos já havia mostrado exposição aos contra-ataques do São Caetano. No segundo tempo, o Azulão se aproveitou disso novamente, agora com eficiência. Disperso, errando passes, o Santos perdeu o rumo e viu o adversário crescer.
Rafael já havia alertado para este defeito no intervalo:
 - Precisamos corrigir algumas coisas e errar menos passes, para não dar contra-ataques, forma como eles chegam com mais perigo.
O alerta do goleiro foi em vão. O primeiro contra-ataque veio em bela jogada individual de Moradei, aos 12 minutos. Com velocidade, o volante passou por dois santistas, abriu pela esquerda e cruzou na cabeça de Geovane. Livre, o atacante tirou a bola do alcance de Rafael.
Dez minutos depois, veio a virada. Novamente aproveitando os erros de passe no meio de campo do Peixe, Geovane deu belo lançamento para Aílton, que ganhou da marcação e completou. O goleiro santista defendeu. Na sobra, Marcelo Costa completou para o gol vazio: 2 a 1.
Daí em diante, o time do interior se encolheu e o Santos foi ao ataque. O técnico Muricy Ramalho fez três substituições no Peixe: Alan Kardec entou no lugar Borges, Elano substituiu Fucile e Rentería ficou com o lugar de Ibson.
Entre os três, Elano foi o que entrou melhor. Em alta com a torcida, teve seu nome gritado  diversas vezes pelos fanáticos. E correspondeu com jogadas de perigo. Na melhor e mais polêmica delas, o Santos conseguiu o gol, mal anulado pela arbitragem. O meia chutou de fora e acertou o travessão. No rebote, Ganso, em posição legal, empurrou para a rede. O auxiliar, porém, anotou impedimento.
A pressão no fim da partida não deu resultado e o Peixe ganhou de Páscoa e de 100 anos um presente de grego.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/paulista-2012/08-04-2012/sao-caetano-santos.html

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