sábado, 21 de abril de 2012

Loco brilha, Botafogo bate o Bangu e vai à sua primeira final no EngenhãoAtacante uruguaio se redime de temporada irregular, faz três gols, perde pênalti e leva o Glorioso à decisão da Taça Rio, com vitória por 4 a 2

Atacante uruguaio se redime de temporada irregular, faz três gols, perde pênalti e leva o Glorioso à decisão da Taça Rio, com vitória por 4 a 2


A CRÔNICA
por André Casado
 
Se o jogo é decisivo, Loco Abreu é protagonista. Em noite de fortes emoções no Engenhão, o Botafogo fez de tudo para se complicar diante do Bangu - errático, porém valente - mas, com três gols do uruguaio, que isolou a fase irregular, e um de Maicosuel, passou finalmente à sua primeira final no estádio, sua casa há cinco temporadas.

A vitória por 4 a 2 classifica o Alvinegro à decisão da Taça Rio, para enfrentar o vencedor de Vasco e Flamengo, que se enfrentam neste domingo. Lucas (contra) e Sérgio Júnior descontaram. Além dos três gols, Loco Abreu também chamou a atenção por mais um pênalti perdido - para fora -, o sexto nos sete últimos que cobrou. O jogo de seis gols foi acompanhado por 15.757 pagantes (19.786 presentes) e teve boa presença da torcida do Bangu.

Domínio alvinegro


Não foi difícil decifrar, logo nos primeiros minutos, quem controlaria as ações do jogo. Impetuoso, o Botafogo não deu chance ao Bangu, que preferiu adotar o máximo de cautela e só se expor nos eventuais contra-ataques. O problema é que a saída de bola era deficiente. Com uma marcação compacta, o time de Oswaldo de Oliveira comprovou a boa fase da retaguarda e neutralizou o rival.

Na frente, o lado direito era uma avenida para Lucas, que deitou e rolou sobre Renan Oliveira. Os gols só não saíram a partir de tabelas suas com Renato e Andrezinho porque os cruzamentos poucas vezes acharam o alvo certeiro. Ainda assim, Fellype Gabriel, bem colocado, esteve perto de marcar de cabeça. Em outra tentativa, o zagueiro Santiago tirou com a mão e o árbitro ignorou.

Do lado alvirrubro, era flagrante a falta que fazia o meia Almir, vetado momentos antes do jogo no vestiário. Ainda assim, o ex-alvinegro Thiago Galhardo não aproveitou a única brecha dada e isolou uma bola que caiu limpa em seus pés, na marca do pênalti. Durante o tempo técnico, o volante Renato colocou uma proteção no pé esquerdo e passou a preocupar. Bastaram dois piques para ver que não dava mais, e Maicosuel entrou. Fellype foi recuado para ajudar Marcelo Mattos.

O temporal na região do Engenhão cessou na hora da partida, mas a chuva de oportunidades continuou. Sem dar margem para críticas de outrora, o Glorioso explorava a fragilidade do adversário, que não pareceu a equipe consistente do turno. Aos 30 minutos, Loco serviu Fábio Ferreira, que desperdiçou, de carrinho. Aos poucos, Márcio Azevedo também passou a ser acionado, e a pressão se transformou em gol. Depois de escanteio de Andrezinho, o zagueiro devolveu a gentileza, escorando para o uruguaio completar e abrir o marcador, aos 41.

Cinco gols, muitos erros e Botafogo na final
Loco abreu botafogo gol bangu semifinal taça rio (Foto: Bruno Gonzalez / O Globo)Loco Abreu: o personagem da semifinal no
Engenhão (Foto: Bruno Gonzalez / O Globo)
 
Na volta do intervalo, o técnico do Bangu, Cleimar Rocha, tentou resolver os espaços atrás, com a entrada do lateral Gedeilson no lugar do meia Gabriel Galhardo, irmão de Thiago. Mas sua estratégia foi por água abaixo quando, em novo passe preciso de Andrezinho, Loco abriu caminho e meteu a cabeça nela, vencendo Willian Alves, que chegou muito depois e contribuiu desta vez.

A vantagem confortável, porém, não durou muito. Em cruzamento despretensioso do Bangu, Lucas cabeceou para trás e marcou contra: 2 a 1. A apreensão cresceu, mas o Botafogo soube controlar os nervos e seguiu melhor. Para virar show e pedir música no "Fantástico", Loco tornou a brilhar. Aos 14, após lançamento milimétrico de Maicosuel, cabeceou com força e precisão, para levar os alvinegros ao delírio: 3 a 1.

O Bangu era valente. Dava orgulho a seus fiéis torcedores, apesar de ter marcado o segundo gol em outra jogada esquisita. Em lançamento longo na direção de Sérgio Junior, Jefferson furou ao tentar cortar, e o camisa 9 voltou a ameaçar a festa no Engenhão: 3 a 2. Faltavam vinte minutos, e o Bangu foi para cima. Deixou de ser franco-atirador para oferecer ao Alvinegro o papel de contragolpeador, que o aceitou perigosamente.

Com o duelo aberto, a partida esquentou, e Thiago Galhardo acabou expulso por falta duvidosa no meio de campo. Logo em seguida, Lucas avançou pela direita e caiu na área após ser puxado por Fernando Lopes fora dela. Loco teve a chance sacramentar a vaga na final, mas... errou o sexto pênalti em sete cobranças. Bateu para fora, à direita da baliza. A torcida se calou.
Nos minutos finais, o Bangu ainda tentou o gol de empate, com chutes de longe e bolas levantadas na área. Jefferson e a zaga alvinegra impediram. 
E já nos acréscimos, quando o rival não tinha mais forças, Maicosuel, o melhor do segundo tempo, resolveu, depois de um bom passe de Márcio Azevedo: 4 a 2 para tranquilizar de vez a torcida alvinegra.

FONTE:
 http://globoesporte.globo.com/jogo/carioca-2012/21-04-2012/bangu-botafogo.html

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