quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Deco e Belletti: R$ 1 milhão por mês e pouca participação em campo

Sequência de lesões põe em xeque a relação custo-benefício da dupla

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro

Com currículos premiadíssimos, Deco e Belletti chegaram ao Fluminense em meados de 2010 com pompa de superestrelas. Ao contrário do que é costume, não foram apresentados nas Laranjeiras. Protagonizaram, em um hotel de luxo na Zona Sul do Rio de Janeiro, eventos condizentes com o passado vitorioso e, principalmente, o investimento tricolor na dupla: cerca de R$ 1 milhão por mês. Pouco mais de seis meses depois, no entanto, o retorno em campo está longe de ser o esperado e o custo-benefício os coloca em dívida, apesar de terem conquistado o título do Brasileirão.
Deco Belletti FluminenseDeco e Belletti durante um treinamento do Fluminense no ano passado (Foto: Photocamera)
Consagrado por passagens vitoriosas por Porto, Barcelona e Chelsea, Deco foi o responsável pelo maior investimento em jogador pelo patrocinador do Flu nos 11 anos de parceria. Pelo menos no quesito salário. Com aproximadamente R$ 700 mil em rendimentos mensais (entre salário e apoio ao projeto social que leva seu nome), o luso-brasileiro esteve longe de fazer a diferença em campo. Cada aparição do meia custou, aproximadamente, R$ 233 mil aos cofres do clube.
Jogador Salário Jogos Gols V E D Aproveitamento
Deco R$ 700 mil 18 1 9 5 4 59,26%
Belletti R$ 300 mil 9 0 3 4 2 48,15%







Desde sua apresentação, no dia 9 de agosto de 2010, o camisa 20 esteve em campo 18 vezes e marcou apenas um gol. Nesse período, porém, o que mais chamou a atenção foram as lesões musculares – sempre na coxa. São cinco ao todo, contando a última, no tendão da coxa esquerda, o que pode afastá-lo inclusive da primeira fase da Taça Libertadores da América.
Os problemas médicos teriam feito até mesmo com que Deco dissesse a amigos que “não dava mais” para jogar futebol e pensasse em seguir outro rumo. Em entrevista ao programa “Bem, Amigos”, do Sportv, na última segunda, entretanto, ele reafirmou o desejo de se recuperar e voltar a jogar bem.
 - Aposentar nunca passou pela minha cabeça, mesmo após a lesão, que foi totalmente fora do comum. Foi no tendão. Naquele momento, fiquei triste. Primeiro porque a expectativa que tinha para esse ano era grande. Poder jogar uma Libertadores, torneio que nunca disputei. Preparei-me, fiz pré-temporada, estava bem. No vestiário (após se machucar contra o Olaria. Veja no vídeo ao lado), eu falei que estava triste, que era difícil para mim, depois de tantos anos, viver uma situação de lesões. Nunca passei por isso. Eu sabia que não era simples. A gente se conhece. Fiquei mal, bastante chateado. Mas, parar, nunca pensei. Cheguei a comentar a situação com algumas pessoas. Eu me sinto bem. Não posso parar porque estou machucado. Não posso desistir. Se não estivesse em condições, seria o primeiro a falar: ‘Não dá mais’. Mas jogo por prazer. Graças a Deus, não preciso mais do futebol para viver.
Com Deco em campo, o Fluminense tem nove vitórias, cinco empates e quatro derrotas, o que representa 59,26% de aproveitamento. Mas os números de Belletti são bem inferiores. Apresentado em 19 de julho, o volante, que como lateral-direito foi campeão do mundo pela Seleção Brasileira em 2002, vestiu a camisa tricolor para jogar em apenas nove oportunidades. Dessas,  apenas uma como titular, na estreia. Foram três vitórias, quatro empates e duas derrotas. O aproveitamento é de 48,15%, pouco para quem é o dono do sétimo maior salário do elenco: cerca de R$ 300 mil. Em uma média de participação, próximo dos R$ 270 mil por partida.
Vítima de lesões musculares logo assim que chegou às Laranjeiras, Belletti tem sofrido desde o fim do ano passado com lesão nos dois tendões de Aquiles, dores que voltou a sentir após participar normalmente da pré-temporada. No fim do ano passado, o jogador comentou o fato de ter sido pouco aproveitado.
- Achei que ia jogar mais, mas o time estava bem, embalou, e eu tive problemas nos tendões de Aquiles. Isso atrapalhou muito pelo ritmo que o futebol brasileiro exige. Nem por isso desanimo, sei que estou pronto para quando o Muricy precisar.

Os números da dupla se tornam ainda mais impactantes se comparados, por exemplo, com os de Darío Conca. O argentino, que renovou o contrato e recebeu aumento de quase 100% no fim de dezembro, disputou o Brasileirão com remuneração de aproximadamente R$ 250 mil. Valor que, se multiplicado pelos oito meses de competição e dividido pelos 38 jogos em que esteve em campo, representa R$ 52 mil por partida. Isso sem contar no rendimento técnico, uma vez que o camisa 11 marcou nove gols e deu 18 assistências.
Liberado dos últimos treinamentos para resolver em três dias problemas particulares em Barcelona, Belletti tem futuro incerto no Fluminense. O clube não colocará dificuldades diante de uma boa proposta para o jogador, que foi oferecido e descartado no Cruzeiro.
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