sábado, 6 de novembro de 2010

Com gritos "a la Sharapova", jogadora assusta desavisados na Seleção

MUNDIAL DE VOLEI FEMININO 2010

Gritos de jogadora roubam cena em treino da Seleção

Celso Paiva
Direto de Nagoya

A cena se repete por diversas vezes em cada treino da Seleção Brasileira em solo japonês. Basta Adenízia receber uma bola de Fabíola ou Dani Lins que o grito com som estridente ecoa nos ginásios. O som lembra o que fazem algumas tenistas, como a russa Maria Sharapova, quando rebatem uma bola.
Se para quem vê pela primeira vez um treino do grupo verde e amarelo em Nagoya, os gritos assustam, se engana quem pensa que as comandadas de José Roberto Guimarães não ficam surpresas com o ato em alguma vezes.
"Normal (tomar susto). Quando fui jogar com ela pela primeira vez no Osasco, no primeiro ataque que ela deu, eu falei: 'meu Deus, se você ficar gritando assim desse jeito a Superliga inteira, eu vou ficar surda'. Mas normal, é jeito dela, ela é assim mesmo. Gosta de falar alto, gosta de cantar, às vezes a gente pede para baixar um pouquinho o som", afirmou a central Thaisa, que disse que a voz da colega de posição se sobressai sobre qualquer outra.
"Ela tem um tom acima de todo mundo. Eu falo: 'tira o microfone da goela', tem horas que dá dor de cabeça os gritos da Adenízia", completou brincando.
Mesmo sendo motivos de ironia algumas vezes por parte até de membros da comissão técnica, Adenízia leva tudo com naturalidade e diz que os gritos são um empurrão para jogar melhor.
"É uma maneira de liberar a força, quando não dou aquele gritinho sai meio devagar o ataque. Quando dou grito, sai mais forte. Elas dão risada, falam que eu vou deixá-las surdas, mas não se incomodam não", disse a meio de rede.
De acordo com Adenízia, quando ela não faz o gesto, algumas atletas da Seleção até estranham. "Elas falam que eu não estou bem, estou de TPM, algum problema está acontecendo", brincou a jogadora.


Brasil passa pelas ‘baixinhas velozes’ e mantém invencibilidade no Mundial

Seleção acerta o tempo no bloqueio e dá aula na defesa para parar o ataque da Tailândia e vencer a estreia na segunda fase por 3 sets a 0

Por Mariana Kneipp Direto de Nagoya, Japão

É comum na Tailândia juntar as mãos, como se estivesse rezando, para cumprimentar uma pessoa. Foi assim que as jogadoras da seleção asiática agradeceram umas às outras por cada ponto marcado e até mesmo perdido neste sábado. Porém, as brasileiras não quiserem seguir o costume. Sem medo de quebrar o protocolo, abriram bem os braços no bloqueio e se posicionaram ainda melhor na defesa para parar as “velozes baixinhas” e manter a invencibilidade no Mundial. Na estreia na segunda fase, vitória verde e amarela por 3 sets a 0 (25/19, 25/19 e 25/16) para a alegria da torcida no ginásio Nippon Gaishi Hall, em Nagoya.
Seleção feminina de vôlei comemora contra a TailândiaSeleção feminina de vôlei comemora mais um ponto contra a Tailândia (Foto: Divulgação / FIVB)


Com 21 acertos, Sheilla foi a maior pontuadora do jogo. Do outro lado, Onuma, a melhor em quadra da Tailândia, mostrou que nem sempre é preciso ser uma gigante na rede para surpreender e marcou 13 pontos para a sua seleção.

O Brasil volta à quadra na madrugada deste domingo. A partir de 4h30m (de Brasília), a equipe do técnico José Roberto Guimarães enfrentará Cuba no segundo desafio em Nagoya.

Onuma surpreende na rede

Na véspera do jogo, Zé Roberto já havia avisado. Não ia ser na primeira, nem na segunda vez, que as brasileiras iriam acertar o tempo para bloquear o ataque baixo, mas veloz, da Tailândia. E não foi. O início do primeiro set foi marcado por boas jogadas de Onuma na rede. A ponteira tem apenas 1,75m, mas chega a voar 3,04m. No placar, um equilíbrio de um time que estava aproveitando o bom momento e de outro que ainda não havia se encontrado em quadra.

A partir do décimo ponto, no entanto, o saque brasileiro encaixou, e Sheilla e Natália começaram a brilhar. As tailandesas erravam muitos saques e permitiam também uma reação adversária. Porém, algumas bolas continuaram a passar pelo bloqueio no corredor, motivo de irritação de Zé Roberto, já que essa foi uma jogada bastante treinada no dia anterior.

No 17° ponto, Sheilla e Thaisa acertaram o tempo e armaram a muralha contra Onuma. Deu certo. O técnico tailandês foi obrigado a parar o jogo duas vezes para tentar combinar novos ataques para surpreender o bloqueio verde e amarelo. Mas suas jogadoras não conseguiam fazer a bola cair no chão. Quando o placar mostrava 24 a 19, Zé Roberto chamou Dani Lins e Joycinha para a quadra. Elas nem precisaram jogar. Com um ace de Natália, a seleção fechou o primeiro set em 25/19.

Bloqueio encontra tempo certo para parar as ‘baixinhas’
Fabiana bloqueia Pleumjit Thinkaow, da TailândiaFabiana bloqueia a tailandesa Pleumjit Thinkaow
(Foto: Divulgação / FIVB)
Na volta à quadra, os ataques certeiros de Onuma, e também de Wilavan, as principais jogadoras da Tailândia, deixaram o duelo com mais volume de jogo. Mas Natália acertou um ace para marcar o sexto ponto e abriu caminho para mais uma vitória tranquila do Brasil.

Fabiana, Thaisa e Fabíola, definitivamente, pegaram o tempo – e a altura - para parar o ataque tailandês e não deixaram mais Onuma e Wilavan marcarem. Jaqueline buscou bolas que já estavam quase tocando na quadra para armar os contra-ataques, que terminavam com Sheilla voando na saída de rede.
Jaqueline e Thaisa erraram dois saques seguidos, mas a ponteira se redimiu ao somar mais um ponto ao placar com um bloqueio triplo. Sassá entrou no lugar de Fabiana e deu mais ritmo ao Brasil. Em um ataque da camisa 8, a seleção venceu o segundo set por 25/19.

Ace de Natália abre caminho para vitória
Assim como nas duas primeiras parciais, o jogo começou equilibrado na terceira. Até o 12° ponto, o placar não mostrava grande vantagem para nenhum dos times. No ace de Natália (18/13), o caminho se abriu novamente para o Brasil. Jaqueline e Sheilla continuaram bem no ataque, e a seleção abriu seis pontos de diferença.

Onuma e Wilavan nem apareciam mais no ataque. Com a partida já dominada pela equipe brasileira, Fabíola não precisou se esforçar para marcar o 22º ponto. Sem bloqueio, apenas esticou o braço e comemorou. No erro de saque de Onuma, a festa começou na quadra brasileira.

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