Roger Federer tentou cinco vezes em Paris e não teve sucesso. O próprio Novak Djokovic,
antes de chegar ao topo do ranking, já havia sido abatido em três
tentativas no torneio. Neste fim de semana, o sérvio teve outra chance.
Lutou, correu atrás, jogou um tênis inspirado por um set e meio. Não
adiantou. Nem a chuva, que interrompeu a final e adiou o término para
esta segunda-feira, fez diferença. Rafael Nadal
triunfou mais uma vez em Roland Garros. Depois de segurar a reação do
número 1 do mundo, o espanhol fez 6/4, 6/3, 2/6 e 7/5 e conquistou o
Grand Slam francês pela sétima vez. Nenhum homem na história venceu no
saibro parisiense tantas vezes.
Pela sétima vez, Nadal dá sua tradicional mordida no troféu de Roland Garros (Foto: AFP)
Até este domingo, o atual número 2 do mundo dividia o posto de maior
campeão com Bjorn Borg, vencedor em 1974, 1975, 1978, 1979, 1980 e
1981). Os números de Nadal, contudo, já eram mais impressionantes que os
do sueco. O espanhol chegou ao hexa em sete participações. Hoje, soma
52 vitórias e apenas uma derrota (para Robin Soderling, nas oitavas de
final em 2009).
Ao todo, Nadal tem agora 11 títulos de Grand Slam no currículo. Além
dos sete em Paris (2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012), o atleta
de 26 anos conquistou o Torneio de Wimbledon em 2008 e 2010, o
Australian Open em 2009 e o US Open em 2010.
O feito de Nadal na terra batida também impede que Djokovic se torne o
terceiro tenista em todos os tempos a vencer quatro Grand Slams em
sequência. O sérvio é o atual detentor dos troféus de Wimbledon, do US
Open e do Australian Open. Apenas o americano Don Budge e o australiano
Rod Laver triunfaram em todos os Majors de forma consecutiva.
Precisão no começo faz diferença
Nadal entrou em quadra mais sólido, sem dar pontos de graça a Djokovic e
atacando melhor. Enquanto o sérvio buscava uma maneira de incomodar o
rival, Nadal se afirmava com duas quebras de saque e uma maiúscula
vantagem de 3/0. O espanhol, contudo, não manteve o fantástico nível.
Quando cometeu um par de erros, viu Nole crescer. O sérvio devolveu as
duas quebras e igualou o placar em 3/3. No sétimo game, porém, Djokovic
cometeu uma dupla falta no break point e deu a vantagem a Nadal
novamente. O número 2 do mundo não vacilou mais e manteve a dianteira.
Com uma curtinha e um forehand vencedores, fez 6/4.
Djokovic desconta a raiva no banco e dá umaraquetada no móvel (Foto: EFE)
A previsão de chuva acabou se confirmando, mas os pingos, que já haviam
aparecido brevemente no primeiro set, não eram grossos o bastante para
forçar a interrupção da partida. A partida seguiu como na parcial
anterior, com os dois tenistas fazendo belas defesas e brigando pelo
controle dos pontos da linha de base. Nadal saiu na frente mais uma vez,
cortesia de nova dupla falta de Djokovic em um break point. O sérvio,
porém, igualou o jogo no quarto game, devolvendo a quebra com uma
passada e um lob vencedores.
Assim como no primeiro set, Nadal brilhou no sétimo game. Com um
forehand vencedor, quebrou Djokovic. O número 1, irritado, descontou no
banco em que senta. Deu uma pancada violenta com a raquete e quebrou a
estrutura de madeira. Pouco depois, Nadal confirmou o saque e fez 5/3. A
chuva, então, aumentou e mandou os tenista de volta ao vestiário. A
paralisação durou cerca de meia hora e, no retorno, Nole cometeu três
erros. Com dois set points, Nadal aproveitou o segundo com uma passada
de backhand e fechou o set: 6/3.
Sob pingos, a reação
O espanhol parecia arrancar para uma vitória em três sets quando
quebrou o saque do sérvio no segundo game da terceira parcial e abriu
2/0. Djokovic, então, passou a jogar mais solto. Arriscou um
saque-e-voleio, começou a acertar mais e se defender melhor. O duelo,
enfim, mudou. Nadal passou a forçar mais e arriscar mais, mas não tinha
sucesso. Embalado, o número 1 venceu seis games seguidos e se manteve
vivo no jogo: 6/2.
Nadal não conseguia forçar tantos erros do sérvio, e Djokovic abriu o
quarto set com uma quebra. O número 2 havia perdido oito games
consecutivos quando, enfim, voltou a confirmar o saque. Os pingos finos
continuavam, e o árbitro de cadeira então suspendeu a partida. Desta
vez, a paralisação foi mais longa. Depois de quase uma hora de espera,
às 20h locais (15h de Brasília), a organização decidiu adiar o recomeço
para segunda-feira.
Nadal melhor no recomeço
Os dois tenistas voltaram à quadra às 12h de Paris no dia seguinte, e
Nadal, assim como no dia anterior, começou melhor. Ainda descalibrado,
Djokovic cometeu três erros e viu o rival acertar uma passada para
quebrar o saque. Nadal confirmou o serviço, fez 3/2 e voltou à
dianteira. A chuva, então, voltou. Depois do nono game, os dois tenistas
conversaram e decidiram esperar, ainda em quadra, que os pingos
parassem.
O jogo seguiu tenso, com a torcida vibrando e os dois tenistas
confirmando sem ceder break points. No 12º game, Nadal atacou o serviço
de Djokovic e, com um forehand vencedor, chegou ao match point. A
pressão foi muito grande para o sérvio. O número 1 do mundo fez uma
dupla falta e decretou o fim do jogo.
Rafael Nadal em suas seis conquistas anteriores em Paris (Foto: AFP)
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