RECOPA SUL AMERICANA
Superiores desde o início, campeões da Libertadores vencem por 4 a 1 e garantem mais um troféu no mesmo palco que seis meses antes cativou o mundo pela solidariedade ao rival desta noite
Por Cahê Mota,
Medellín, Colômbia
Amigos, amigos, troféu à parte. Há quem diga que a melhor maneira de se
respeitar um adversário é jogando o melhor que se pode contra ele. Foi o
que o Atlético Nacional fez na noite desta quarta-feira, no Atanasio
Girardot, em Medellín. O palco que há quase seis meses encantou o mundo
pela solidariedade recebeu outro espetáculo: de futebol. O campeão da
Libertadores não deixou dúvidas ao aplicar 4 a 1 e ficou com o troféu da
Libertadores. Ibargüen e Dayro Moreno, duas vezes cada, fizeram a festa
do torcedor que voltou a lotar o estádio - como nas homenagens às
vítimas de 29 de novembro -, enquanto Túlio de Melo descontou.
Com o vice-campeonato, a Chape encerra sua participação na terceira
competição no movimentado calendário de 2017. Eliminado na fase de
grupos na Primeira Liga, foi campeão catarinense. Agora, as atenções
estão voltadas para o Brasileirão. O time de Vagner Mancini tem parada
dura logo na estreia: o Corinthians, em São Paulo, sábado, às 19h (de
Brasília). Será a sexta participação do Verdão na Série A, quarta
consecutiva.
O JOGO
Baixas em cima da hora, campo molhado e pressão desde o apito inicial. Junte isso a uma Chape ainda em ritmo lento e pronto: gol do Atlético Nacional. O time da casa precisou de apenas um minuto para abrir o placar e acabar com a vantagem brasileira. Dayro Moreno recebeu em profundidade e teve todo espaço para girar e bater forte. A bola passou por baixo de Artur, que falhou: 1 a 0. Em vez de incendiar os colombianos, o gol deu tranquilidade e o Verdão conseguiu equilibrar as ações. Faltava, porém, força para chegar ao ataque.
Daryo Moreno marcou o primeiro gol do Atlético
Nacional (Foto: AFP)
Bem posicionado defensivamente, a Chape até obrigava o Atlético
Nacional a girar o jogo, testava a paciência, mas não conseguia levar
perigo ao gol de Armani. Nos 45 minutos iniciais, bolas esticadas até
renderam escanteios. Nada que levasse perigo. E se a marcação coletiva
funcionava, no mano a mano os colombianos levavam a melhor e
aproveitavam os espaços. Foi assim que MacNelly Torres recebeu na
meia-lua e precisou de apenas um toque para servir Ibargüen na área.
Drible em Nathan, e gol. O verde da casa reinava no intervalo.
A Chape voltou diferente para o segundo tempo, e viva. Com Apodi no
lugar de Luiz Antonio, Mancini deu força e intensidade ao deslocar João
Pedro para o ataque. E logo na primeira jogada, quase a resposta. João
avançou bem pela esquerda e cruzou para Arthur Caike dominar, escolher o
campo e deslocar Armani. Tudo certo, se não fosse Henriquez surgir
voando para evitar o gol em cima da linha. Avançado, o Verdão retraiu o
Atlético Nacional e seguiu em cima. João Pedro e Wellington Paulista
assustaram, mas a pontaria não era das melhores.
A torcida colombiana já parecia assustada quando MacNelly Torres entrou
em ação. Com inteligência, valorizou a posse de bola, cadenciou o jogo e
botou o time para respirar. A Chape baixou a guarda, e recebeu o golpe
final. Aos 21, Ibargüen driblou Apodi para dentro, para fora, e cruzou
no segundo pau. Rodriguez escorou e Dayro Moreno complementou. O
Atanasio explodiu em festa. Ibargüen ainda teve tempo de transformar o
placar em goleada, e Túlio de Melo para descontar, mas tudo já estava
definido. O campeão do continente em 2016 tem mais um troféu em sua
galeria.
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