segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

2016 pode acabar: Roberto Carlos voltou a dizer “inferno”. Por Kiko Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/2016-pode-acabar-roberto-carlos-voltou-a-dizer-inferno-por-kiko-nogueira/


por : 

Roberto e Marisa Monte
Roberto e Marisa Monte



Nada simboliza melhor 2016 do que Roberto Carlos voltar a falar a palavra “inferno” sem que um raio caia sobre seu implante.
“Não me lembro mais quando foi a última vez que cantei essa música. Faz muito tempo, realmente. De repente os amigos insistiram e comecei a tratar o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)”, disse em seu especial.
“Melhorei um pouco e ensaiei cantando pela metade, mas aí tratei mais um pouco e resolvi cantar tudo”.
E aí mandou ver “Quero que Vá Tudo pro Inferno”, clássico de 1965 que havia sumido de seu repertório desde os anos 80.

Justin Bieber já anunciou sua aposentadoria, mas Roberto continua firme numa atração que jamais sairá do ar enquanto o sol nascer.
O programa é símbolo da ressaca do Natal e de como não há nada de novo sob o sol, como já assegura o Eclesiastes há bem mais tempo que Roberto.
É como assistir ao mesmo funeral em praça pública. Um cantor de 74 anos fazendo o de sempre, cantando as mesmas coisas de sempre, para um público que diminui. E com a exposição de suas manias.
Marisa Monte apareceu para interpretar “De que Vale Tudo Isso” e “Ainda Bem”. Caetano e Gil foram de “Coração Vagabundo” e “Marina”.
Teve ainda Zeca Pagodinho, Jennifer Lopez e Rafa Gomes, uma certa cantora-mirim que surgiu no “The Voice Kids” e que daqui a pouco provavelmente voltará ao anonimato.
RC é uma espécie de Norma Desmond, a ex-estrela do cinema mudo de “Crepúsculo dos Deuses” que tinha um chimpanzé para lhe fazer companhia e vivia num mundo à parte. “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”, dizia ela em sua piração decadente.
A coisa é tão triste que o grande momento é ele voltar a dizer uma expressão em desuso desde 1970. Pronto. As instituições estão funcionando.
Uma sugestão para mudar essa rotina seria ele anunciar sua aposentadoria. Como isso não vai ocorrer, o programa vai minguar lentamente até que o último chimpanzé se lembre de que tem mais o que fazer e desligue a televisão.
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Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Joralista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


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