quinta-feira, 14 de julho de 2016

Terminou em risos, como esperado, a jornada do SP na Libertadores. por Scott Moore


FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/terminou-em-risos-como-esperado-a-jornada-do-sp-na-libertadores-por-scott-moore/


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Ladies & Gentlemen:
Terminou em risos, como era esperado, a jornada tricolor na Libertadores. Nas redes sociais, os memes da derrota do São Paulo diante do Nacional de Medellín fizeram a festa dos internautas.
Boss me conta que em seu bairro, perto do São Paulo, estão vendendo rojões a preços de liquidação. “O são-paulino é um otimista, Scott”, ele me diz. “Os caras sempre têm rojões no estoque.”
O humor nasceu do comportamento dos jogadores do São Paulo. Eles fizeram um papelão depois que o juiz chileno deu um pênalti, corretamente, para o Nacional. Cercaram o juiz, xingaram, tentaram intimidá-lo, como se com isso a marcação pudesse ser anulada. O único efeito do tumulto foi a expulsão de dois jogadores são-paulinos.
Um deles, o uruguaio Lugano, gerou vários memes com seus olhos arregalados e sua falta de disposição em deixar o gramado. Lugano aplaudiu ironicamente o árbitro, e por isso foi expulso. Aos repórteres, eles disse que estava aplaudindo seus companheiros de time. Rindo alto por aqui, confesso.
É verdade que o juiz deixou de marcar um pênalti a favor do São Paulo no final do primeiro tempo. Mas situações assim são corriqueiras nos jogos, e os atletas deveriam demonstrar maturidade diante delas, até porque muitas vezes eles próprios são os beneficiados pelos erros da arbitragem.
Os cartolas (nota da tradutora: big hats, na versão original) deveriam repreender os jogadores que são expulsos depois de uma decisão polêmica do juiz, pois eles prejudicam o clube. Mas não: eles incentivam os infratores repetindo a mesma ladainha: “Fomos roubados, fomos roubados”.
Os torcedores do São Paulo choraram como crianças, mas deveriam observar as coisas pelo lado positivo. Foi a melhor partida do time numa Libertadores da qual já deveria ter sido eliminado faz tempo.
Poderia, com alguma sorte, ter saído com um empate de Medellín, o que de resto não o salvaria.
Houve um problema de expectativa. O São Paulo desembarcou na Colômbia tecnicamente morto, mas a torcida tinha a esperança de um milagre. Quem sabe Sobrenatural de Almeida (nota da tradutora: Supernatural Jones, no original) se manifestasse na Colômbia. Mas era uma missão impossível até para Sobrenatural de Almeida, o personagem de Nelson Rodrigues que realizava coisas inacreditáveis numa partida de futebol sem que ninguém o visse ou o conhecesse.
Desfeita a ilusão da Libertadores, é hora de o São Paulo se concentrar no Campaonato Brasileiro, caso queira disputar a Libertadores de 17.
Não é fácil: o time está no escalão intermediário, e no domingo enfrenta o Almighty na Arena Corinthians.
É melhor não contar com ponto nenhum, e pensar na recuperação para a semana seguinte.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Sobre o Autor
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.
O humor nasceu do comportamento dos jogadores do São Paulo. Eles fizeram um papelão depois que o juiz chileno deu um pênalti, corretamente, para o Nacional. Cercaram o juiz, xingaram, tentaram intimidá-lo, como se com isso a marcação pudesse ser anulada. O único efeito do tumulto foi a expulsão de dois jogadores são-paulinos.
Um deles, o uruguaio Lugano, gerou vários memes com seus olhos arregalados e sua falta de disposição em deixar o gramado. Lugano aplaudiu ironicamente o árbitro, e por isso foi expulso. Aos repórteres, eles disse que estava aplaudindo seus companheiros de time. Rindo alto por aqui, confesso.
É verdade que o juiz deixou de marcar um pênalti a favor do São Paulo no final do primeiro tempo. Mas situações assim são corriqueiras nos jogos, e os atletas deveriam demonstrar maturidade diante delas, até porque muitas vezes eles próprios são os beneficiados pelos erros da arbitragem.
Os cartolas (nota da tradutora: big hats, na versão original) deveriam repreender os jogadores que são expulsos depois de uma decisão polêmica do juiz, pois eles prejudicam o clube. Mas não: eles incentivam os infratores repetindo a mesma ladainha: “Fomos roubados, fomos roubados”.
Os torcedores do São Paulo choraram como crianças, mas deveriam observar as coisas pelo lado positivo. Foi a melhor partida do time numa Libertadores da qual já deveria ter sido eliminado faz tempo.
Poderia, com alguma sorte, ter saído com um empate de Medellín, o que de resto não o salvaria.
Houve um problema de expectativa. O São Paulo desembarcou na Colômbia tecnicamente morto, mas a torcida tinha a esperança de um milagre. Quem sabe Sobrenatural de Almeida (nota da tradutora: Supernatural Jones, no original) se manifestasse na Colômbia. Mas era uma missão impossível até para Sobrenatural de Almeida, o personagem de Nelson Rodrigues que realizava coisas inacreditáveis numa partida de futebol sem que ninguém o visse ou o conhecesse.
Desfeita a ilusão da Libertadores, é hora de o São Paulo se concentrar no Campaonato Brasileiro, caso queira disputar a Libertadores de 17.
Não é fácil: o time está no escalão intermediário, e no domingo enfrenta o Almighty na Arena Corinthians.
É melhor não contar com ponto nenhum, e pensar na recuperação para a semana seguinte.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura
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Sobre o Autor
Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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