MUNDIAL DE SURFE
Com mar pesado e mexido na Barra, sexteto brasileiro leva a melhor nas suas baterias da terceira fase e segue no Rio Pro. Alejo para em John John Florence
Gabriel Medina voa em aéreo durante a terceira fase (Foto: Reprodução/WSL)
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O primeiro brasileiro a se aventurar nesta quarta foi o defensor do caneco da etapa brasileira do Circuito Mundial, Filipinho. Ele bateu o convidado italiano Leonardo Fioravanti por 12,67 a 5,00. Na bateria seguinte, o havaiano John John Florence eliminou o brasileiro Alejo Muniz por 10,73 a 7,64. Mas, enquanto muitos tinham as condições desafiadoras como obstáculo, Caio Ibelli mostrou estar mais do que confortável. Encontrou tubos e decolou em aéreos para a alegria dos torcedores nas areias, vencendo o aussie Ryan Callinan em grande estilo: 15.07 a 11.13. Atual campeão mundial, Mineirinho teve um duelo parelho com o atual campeão mundial júnior, o carioca Lucas Silveira, mas acabou levando a melhor pelo placar de 13,34 a 12,76. Em grande fase, o atual número 3 do ranking, Italo Ferreira, não teve qualquer dificuldade para avançar ao round 4. O potiguar de 22 anos superou o baiano Marco Fernandez, vencedor da triagem por 13,70 a 9,50. Miguel Pupo garantiu sua vaga ao despachar o calouro americano Kanoa Igarashi por 13,40 a 11,27 na bateria 8. Na bateria que encerrou a terceira fase, Gabriel Medina somou 15,67 pontos para superar os 13,77 do também paulista Deivid Silva.
- As condições estão muito desafiadoras nesta manhã. No ano passado, eu fiquei em 13º, aqui no Rio, e já consegui superar essa campanha, passando para a quarta fase. Espero que os brasileiros continuem vencendo e que um de nós seja campeão aqui - afirmou Mineirinho.
Com propriedade, Medina elimina Deivid
Na bateria que encerrou a terceira fase, no início da tarde, Medina abriu com uma boa onda o duelo com Deivid Silva, responsável por eliminar na segunda fase o atual líder do ranking, o aussie Matt Wilkinson. O astro brasileiro mandou quatro manobras, com direito a um bonito layback, e começou com uma nota 6,27. O convidado conseguiu achar uma onda intermediária e não fez grandes estragos para tirar 5,00. Logo depois, Gabriel somou uma segunda nota. Ele surfou uma direita de forma funcional e recebeu 4,50, passando a somar 10,77 contra 5,00 de Deivid, ainda restando 22 minutos.
Solto no Postinho, Medina dropou uma esquerda e a transformou
em pista de decolagem. Empolgada, a torcida sabia que vinha um aéreo. E ele
veio. Subindo alto, Gabriel tirou 8,17 e passou a somar 14,44, obrigando Deivid,
que somava 6,43, a correr atrás de 9,44.
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Pouco depois de Gabriel obter 4,43 na sua quarta onda, o convidado do Guarujá demonstrou que está com o surfe afiado e espancou uma esquerda. Com batidas fortes, Deivid arrancou nota 7,70 dos juízes, voltando à briga pela vitória, com 12,70 pontos, passando a buscar 6,75. Mas Medina não deu nem muito tempo para o oponente comemorar. Ele mandou ver em uma esquerda, com um tubinho, um layback e uma batida, para ganhar 7,50 e aumentar sua vantagem: 15,67 a 12,70, com Deivid precisando de 7,98, faltando 10 minutos.
No último terço de duelo, Silva mostrou garra e foi em busca da onda que necessitava. Ele começou muito bem a surfar uma direita consistente. Porém, após encaixar duas manobras fortes, pecou na finalização e acabou ganhando 6,07. Com 13,77 pontos, ele continuou precisando de 7,98. Nos minutos finais, Gabriel soube marcar bem o rival e contou com uma leitura não muito boa de Deivid, quando teve a prioridade, para vencer muito bem e avançar à quarta fase do Rio Pro.
Filipinho leva a melhor sobre perigoso italiano
Filipe Toledo comemorou a vitória em
condições desafiadoras com o pai,
Ricardo Toledo (Foto: Rafael Moura)
O vento prejudicava também
Filipe, que não conseguia fazer uma boa leitura da maré e penava para
dropar outras ondas para aumentar seu somatório. Depois de entrar e sair
de duas direitas, ele surfou uma terceira e começou com uma boa
manobra, mas a onda acabou fechando e lhe rendeu 2,83. Leonardo assustou
Filipinho ao pegar um pequeno tubo e completar com uma batida na
junção, mas os juízes consideraram que ele mal entrou no canudo e lhe
deram apenas 3,50.
Nos cinco minutos finais, Toledo
somava 8,33 contra 5,00 do europeu, que corria atrás de 4,84 para tomar a
dianteira. Para sorte do quarto colocado no ranking mundial do ano
passado, o mar não ofereceu ondas boas para Fioravanti. Ótimo para
Filipinho, que ainda teve tempo para conseguir a melhor nota da bateria.
Em uma direita com duas boas manobras, ele tirou 7,17 e passou à quarta
fase com um triunfo por 12,67 a 5,00.
- Está realmente duro achar as ondas. Estou muito feliz por ter passado a
minha bateria, depois de muito tempo fora por causa de uma lesão -
comentou Filipinho.
Mineirinho supera carioca campeão mundial júnior
Adriano de Souza joga água para o alto na
quarta fase (Foto: Smorigo/WSL)
Com o mar novamente mexido, Lucas Silveira tomou a
iniciativa e foi o primeiro a surfar uma onda. Mas ele apenas dropou uma
direita e saiu, abrindo com um 0,50. Mineirinho veio na onda de trás encaixou
uma rasgada e uma boa batida, mas acabou caindo na sequência para receber 5,17
e pular para primeiro, com facilidade.
Esperto, o campeão mundial júnior esperou uma boa direita e
encaixou duas boas manobras na parte crítica da onda para receber nota 6,33
para assumir a ponta, com 7,16. Porém, logo na sequência, Adriano fez o
suficiente para descolar 4,67 e retomar a dianteira, com o somatório de 9,84.
Minerinho conseguiu um grande posicionamento na arrebentação
e pegou sua melhor onda. Ele espancou uma direita, com boas manobras e chamou a
atenção dos juízes, que lhe deram a nota 8,17. Adriano chegou aos 13,34 pontos
contra 7,16 de Lucas, que precisava de 7,02 para virar o placar.
O
carioca demonstrou que não desiste e partiu atrás de um boa nota. Ele
surfou uma boa onda, com manobras fortes e ganhou 6,43. Não foi o
suficiente para ele virar, pois chegou aos 12,76 pontos, contra 13,34 do
número 1 do mundo no ano passado. Restavam apenas dois minutos para o
jovem buscar 6,92. Ele chegou a começar muito bem uma direita, mas
depois de uma forte batida, acabou caindo e ganhou 3,83. Vitória de
Mineirinho, e vaga na quarta fase.
Caio Ibelli aposta em tubos e aéreos
Logo em sua primeira investida na quarta bateria da terceira fase, Caio Ibelli se impôs sobre o
rival, foi para o floater e decolou em um aéreo, mas se desequilibrou no fim e
levou apenas nota 4.00. Ryan Callinan veio atrás. Acabou caindo na onda (2.83),
porém, se recuperou e tirou 6.50 para somar 9.33 e assumir a liderança,
ultrapassando Caio (4.93).
O jovem australiano ainda surfou um tubo,
desapareceu atrás da parede de água, mas não encontrou saída. O paulista do
Guarujá não se intimidou. Em busca do 5.34, Caio respondeu com outro tubo, saiu
com estilo, mas, na hora de fechar com um layback, sofreu com a força do mar,
se desequilibrou e desapareceu em meio à espuma: 3.73.
Caio Ibelli manda aéreo na quarta
fase (Foto: Smorigo/WSL)
Com 7.73, o paulista encaixou algumas rasgadas em uma onda
mediana e se manteve firme até o fim. Os juízes deram a ele nota 6.00 e, assim,
Caio assumiu a dianteira, superando Ryan por 10.00 a 9.33, a 15 minutos para o
fim. Era o que ele precisava para deslanchar. Dominando por completo o rival,
Caio mesclou o estilo clássico ao progressivo, com tubos e aéreos, tudo o que
os juízes e fãs de surfe queriam ver. Tirou duas notas altas, 8.00 e 7.07, para
chegar a 15.07. Com 11.13, Ryan precisava de 8.57 para virar, faltando cinco
minutos para zerar o cronômetro, mas o máximo que conseguiu foi uma vaca nos instantes finais, se despedindo em 13º lugar.
Alejo é eliminado por John John
Alejo Muniz não encontrou onda salvadora em mar complicado no Rio Pro (Foto: Rafael Moura)
Na
segunda bateria desta quarta-feira, o argentino naturalizado brasileiro
Alejo Muniz não conseguiu se conectar muito bem com as ondas do
Postinho. Soma-se isso ao fato dele ter enfrentado a fera havaiana John
John Florence, e o resultado foi a eliminação do local de Bombinhas (SC)
na terceira fase pelo placar de 10,73 a 7,64.
John
John não brilhou, mas teve como melhores ondas um 6,00 e um 4,73, contra
apenas 4,17 e 3,47 de Alejo. As condições não estavam fáceis, como
explicou Florence ao fim da bateria.
- Estava bem
difícil pegar ondas nessa bateria, mas consegui vencer e isso é o mais
importante na terceira fase - disse John John, que nas últimas etapas
anteriores (as australianas Bells Beach e Margaret River) foi eliminado
neste round pelo paulista Caio Ibelli.
BATERIAS DA TERCEIRA FASE MASCULINA
2. John John Florence (HAV) 10,73 x Alejo Muniz (BRA) 7,64
3. Nat Young (EUA) 12.76 x Dusty Payne (HAV) 14.63
4. Caio Ibelli (BRA) 15.07 x Ryan Callinan (AUS) 11.13
5. Stuart Kennedy (AUS) 8,74 x Davey Cathels (AUS) 8,80
6. Adriano de Souza (BRA) 13,34 x Lucas Silveira (BRA) 12,76
7. Italo Ferreira (BRA) 13,70 x Marco Fernandez (BRA) 9,50
8. Kanoa Igarashi (EUA) 11,27 x Miguel Pupo (BRA)13,40
9. Sebastian Zietz (HAV) 10,33 x Adam Melling (AUS) 11,17
10. Jordy Smith (AFS) 13,77 x Jack Freestone (AUS) 16,07
11. Michel Bourez (TAH) 16,27 x Matt Banting (AUS) 14,00
12. Gabriel Medina (BRA) x Deivid Silva (BRA)
BATERIAS DA QUARTA GFASE
2. Caio Ibelli (BRA) x Davey Cathels (AUS) x Adriano de Souza (BRA)
3. Italo Ferreira (BRA) x Miguel Pupo (BRA) x Adam Melling (AUS)
4. Jack Freestone (AUS) x Michel Bourez (TAH) x Gabriel Medina (BRA
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/05/em-mar-complicado-filipinho-derrota-fioravanti-e-vai-quarta-fase-no-rio.html
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