quarta-feira, 18 de maio de 2016

Medina, Toledo, Mineirinho, Italo, Caio e Pupo vão à 4ª fase no difícil Postinho





MUNDIAL DE SURFE



Com mar pesado e mexido na Barra, sexteto brasileiro leva a melhor nas suas baterias da terceira fase e segue no Rio Pro. Alejo para em John John Florence




Por
Rio de Janeiro


Gabriel Medina terceira fase Rio Pro surfe (Foto: Reprodução/WSL)Gabriel Medina voa em aéreo durante a terceira fase (Foto: Reprodução/WSL)


A terceira fase masculina do Rio Pro enfim começou, com o aguardado swell na Praia da Barra da Tijuca. Após três dias de adiamentos e o título da australiana Tyler Wright no feminino, os homens voltaram ao mar do Postinho na manhã desta quarta-feira. O vento forte e a chuva fizeram as ondas de bom tamanho ficarem bastante mexidas, dificultando a vida dos surfistas. Mas os brasileiros Gabriel Medina, Filipe Toledo, Adriano de Souza, Italo Ferreira, Caio Ibelli e Miguel Pupo fizeram bem a lição de casa e estão na quarta fase, que foi iniciada logo depois do round 3.


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O primeiro brasileiro a se aventurar nesta quarta foi o defensor do caneco da etapa brasileira do Circuito Mundial, Filipinho. Ele bateu o convidado italiano Leonardo Fioravanti por 12,67 a 5,00. Na bateria seguinte, o havaiano John John Florence eliminou o brasileiro Alejo Muniz por 10,73 a 7,64. Mas, enquanto muitos tinham as condições desafiadoras como obstáculo, Caio Ibelli mostrou estar mais do que confortável. Encontrou tubos e decolou em aéreos para a alegria dos torcedores nas areias, vencendo o aussie Ryan Callinan em grande estilo: 15.07 a 11.13. Atual campeão mundial, Mineirinho teve um duelo parelho com o atual campeão mundial júnior, o carioca Lucas Silveira, mas acabou levando a melhor pelo placar de 13,34 a 12,76. Em grande fase, o atual número 3 do ranking, Italo Ferreira, não teve qualquer dificuldade para avançar ao round 4. O potiguar de 22 anos superou o baiano Marco Fernandez, vencedor da triagem por 13,70 a 9,50. Miguel Pupo garantiu sua vaga ao despachar o calouro americano Kanoa Igarashi por 13,40 a 11,27 na bateria 8. Na bateria que encerrou a terceira fase, Gabriel Medina somou 15,67 pontos para superar os 13,77 do também paulista Deivid Silva.

- As condições estão muito desafiadoras nesta manhã. No ano passado, eu fiquei em 13º, aqui no Rio, e já consegui superar essa campanha, passando para a quarta fase. Espero que os brasileiros continuem vencendo e que um de nós seja campeão aqui - afirmou Mineirinho.


Com propriedade, Medina elimina Deivid
Na bateria que encerrou a terceira fase, no início da tarde, Medina abriu com uma boa onda o duelo com Deivid Silva, responsável por eliminar na segunda fase o atual líder do ranking, o aussie Matt Wilkinson. O astro brasileiro mandou quatro manobras, com direito a um bonito layback, e começou com uma nota 6,27.  O convidado conseguiu achar uma onda intermediária e não fez grandes estragos para tirar 5,00. Logo depois, Gabriel somou uma segunda nota. Ele surfou uma direita de forma funcional e recebeu 4,50, passando a somar 10,77 contra 5,00 de Deivid, ainda restando 22 minutos.
Solto no Postinho, Medina dropou uma esquerda e a transformou em pista de decolagem. Empolgada, a torcida sabia que vinha um aéreo. E ele veio. Subindo alto, Gabriel tirou 8,17 e passou a somar 14,44, obrigando Deivid, que somava 6,43, a correr atrás de 9,44.

Pouco depois de Gabriel obter 4,43 na sua quarta onda, o convidado do Guarujá demonstrou que está com o surfe afiado e espancou uma esquerda. Com batidas fortes, Deivid arrancou nota 7,70 dos juízes, voltando à briga pela vitória, com 12,70 pontos, passando a buscar 6,75. Mas Medina não deu nem muito tempo para o oponente comemorar. Ele mandou ver em uma esquerda, com um tubinho, um layback e uma batida, para ganhar 7,50 e aumentar sua vantagem: 15,67 a 12,70, com Deivid precisando de 7,98, faltando 10 minutos.


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Pouco depois de Gabriel obter 4,43 na sua quarta onda, o convidado do Guarujá demonstrou que está com o surfe afiado e espancou uma esquerda. Com batidas fortes, Deivid arrancou nota 7,70 dos juízes, voltando à briga pela vitória, com 12,70 pontos, passando a buscar 6,75. Mas Medina não deu nem muito tempo para o oponente comemorar. Ele mandou ver em uma esquerda, com um tubinho, um layback e uma batida, para ganhar 7,50 e aumentar sua vantagem: 15,67 a 12,70, com Deivid precisando de 7,98, faltando 10 minutos.

No último terço de duelo, Silva mostrou garra e foi em busca da onda que necessitava. Ele começou muito bem a surfar uma direita consistente. Porém, após encaixar duas manobras fortes, pecou na finalização e acabou ganhando 6,07. Com 13,77 pontos, ele continuou precisando de 7,98. Nos minutos finais, Gabriel soube marcar bem o rival e contou com uma leitura não muito boa de Deivid, quando teve a prioridade, para vencer muito bem e avançar à quarta fase do Rio Pro.

Filipinho leva a melhor sobre perigoso italiano

Filipe Toledo comemorou a vitória em condições desafiadoras com o pai, Ricardo Toledo (Foto: Rafael Moura)
Filipe Toledo comemorou a vitória em 
condições desafiadoras com o pai, 
Ricardo Toledo (Foto: Rafael Moura)


Filipinho comandou as ações no início de bateria. Ele encontrou uma direita e encaixou duas batidas para receber nota 5,50 dos juízes e sair na frente. Menos experiente que o paulista de Ubatuba, o italiano líder do QS, a divisão de acesso, demonstrava enorme dificuldade para se posicionar no mar mexido.

O vento prejudicava também Filipe, que não conseguia fazer uma boa leitura da maré e penava para dropar outras ondas para aumentar seu somatório. Depois de entrar e sair de duas direitas, ele surfou uma terceira e começou com uma boa manobra, mas a onda acabou fechando e lhe rendeu 2,83. Leonardo assustou Filipinho ao pegar um pequeno tubo e completar com uma batida na junção, mas os juízes consideraram que ele mal entrou no canudo e lhe deram apenas 3,50.

Nos cinco minutos finais, Toledo somava 8,33 contra 5,00 do europeu, que corria atrás de 4,84 para tomar a dianteira. Para sorte do quarto colocado no ranking mundial do ano passado, o mar não ofereceu ondas boas para Fioravanti. Ótimo para Filipinho, que ainda teve tempo para conseguir a melhor nota da bateria. Em uma direita com duas boas manobras, ele tirou 7,17 e passou à quarta fase com um triunfo por 12,67 a 5,00.

- Está realmente duro achar as ondas. Estou muito feliz por ter passado a minha bateria, depois de muito tempo fora por causa de uma lesão - comentou Filipinho.

Mineirinho supera carioca campeão mundial júnior

Adriano de Souza Mineirinho quarta fase Rio surfe (Foto: Smorigo/WSL)
Adriano de Souza joga água para o alto na 
quarta fase (Foto: Smorigo/WSL)


Com o mar novamente mexido, Lucas Silveira tomou a iniciativa e foi o primeiro a surfar uma onda. Mas ele apenas dropou uma direita e saiu, abrindo com um 0,50. Mineirinho veio na onda de trás encaixou uma rasgada e uma boa batida, mas acabou caindo na sequência para receber 5,17 e pular para primeiro, com facilidade.

Esperto, o campeão mundial júnior esperou uma boa direita e encaixou duas boas manobras na parte crítica da onda para receber nota 6,33 para assumir a ponta, com 7,16. Porém, logo na sequência, Adriano fez o suficiente para descolar 4,67 e retomar a dianteira, com o somatório de 9,84.

Minerinho conseguiu um grande posicionamento na arrebentação e pegou sua melhor onda. Ele espancou uma direita, com boas manobras e chamou a atenção dos juízes, que lhe deram a nota 8,17. Adriano chegou aos 13,34 pontos contra 7,16 de Lucas, que precisava de 7,02 para virar o placar.
O carioca demonstrou que não desiste e partiu atrás de um boa nota. Ele surfou uma boa onda, com manobras fortes e ganhou 6,43. Não foi o suficiente para ele virar, pois chegou aos 12,76 pontos, contra 13,34 do número 1 do mundo no ano passado. Restavam apenas dois minutos para o jovem buscar 6,92. Ele chegou a começar muito bem uma direita, mas depois de uma forte batida, acabou caindo e ganhou 3,83. Vitória de Mineirinho, e vaga na quarta fase.


Caio Ibelli aposta em tubos e aéreos
Logo em sua primeira investida na quarta bateria da terceira fase, Caio Ibelli se impôs sobre o rival, foi para o floater e decolou em um aéreo, mas se desequilibrou no fim e levou apenas nota 4.00. Ryan Callinan veio atrás. Acabou caindo na onda (2.83), porém, se recuperou e tirou 6.50 para somar 9.33 e assumir a liderança, ultrapassando Caio (4.93).

O jovem australiano ainda surfou um tubo, desapareceu atrás da parede de água, mas não encontrou saída. O paulista do Guarujá não se intimidou. Em busca do 5.34, Caio respondeu com outro tubo, saiu com estilo, mas, na hora de fechar com um layback, sofreu com a força do mar, se desequilibrou e desapareceu em meio à espuma: 3.73.

Caio Ibelli terceira fase Rio Pro (Foto: Smorigo/WSL)
Caio Ibelli manda aéreo na quarta 
fase (Foto: Smorigo/WSL)


Com 7.73, o paulista encaixou algumas rasgadas em uma onda mediana e se manteve firme até o fim. Os juízes deram a ele nota 6.00 e, assim, Caio assumiu a dianteira, superando Ryan por 10.00 a 9.33, a 15 minutos para o fim. Era o que ele precisava para deslanchar. Dominando por completo o rival, Caio mesclou o estilo clássico ao progressivo, com tubos e aéreos, tudo o que os juízes e fãs de surfe queriam ver. Tirou duas notas altas, 8.00 e 7.07, para chegar a 15.07. Com 11.13, Ryan precisava de 8.57 para virar, faltando cinco minutos para zerar o cronômetro, mas o máximo que conseguiu foi uma vaca nos instantes finais, se despedindo em 13º lugar. 

 
Alejo é eliminado por John John

Alejo Muniz não encontrou onda salvadora em mar complicado no Rio Pro (Foto: Rafael Moura)Alejo Muniz não encontrou onda salvadora em mar complicado no Rio Pro (Foto: Rafael Moura)


Na segunda bateria desta quarta-feira, o argentino naturalizado brasileiro Alejo Muniz não conseguiu se conectar muito bem com as ondas do Postinho. Soma-se isso ao fato dele ter enfrentado a fera havaiana John John Florence, e o resultado foi a eliminação do local de Bombinhas (SC) na terceira fase pelo placar de 10,73 a 7,64. 

John John não brilhou, mas teve como melhores ondas um 6,00 e um 4,73, contra apenas 4,17 e 3,47 de Alejo. As condições não estavam fáceis, como explicou Florence ao fim da bateria.
- Estava bem difícil pegar ondas nessa bateria, mas consegui vencer e isso é o mais importante na terceira fase - disse John John, que nas últimas etapas anteriores (as australianas Bells Beach e Margaret River) foi eliminado neste round pelo paulista Caio Ibelli.



BATERIAS DA TERCEIRA FASE MASCULINA

1. Filipe Toledo (BRA) 12,67 x Leonardo Fioravanti (ITA) 5,00
2. John John Florence (HAV) 10,73 x Alejo Muniz (BRA) 7,64
3. Nat Young (EUA) 12.76 x Dusty Payne (HAV) 14.63 
4. Caio Ibelli (BRA) 15.07 x Ryan Callinan (AUS) 11.13
5. Stuart Kennedy (AUS) 8,74 x Davey Cathels (AUS) 8,80
6. Adriano de Souza (BRA) 13,34 x Lucas Silveira (BRA) 12,76
7. Italo Ferreira (BRA) 13,70 x Marco Fernandez (BRA) 9,50
8. Kanoa Igarashi (EUA) 11,27 x Miguel Pupo (BRA)13,40
9. Sebastian Zietz (HAV) 10,33 x Adam Melling (AUS) 11,17
10. Jordy Smith (AFS) 13,77 x Jack Freestone (AUS) 16,07
11. Michel Bourez (TAH) 16,27 x Matt Banting (AUS) 14,00
12. Gabriel Medina (BRA) x Deivid Silva (BRA)



BATERIAS DA QUARTA GFASE

1. Filipe Toledo (BRA) x John John Florence (HAV) x Dusty Payne (HAV)
2. Caio Ibelli (BRA) x Davey Cathels (AUS) x Adriano de Souza (BRA)
3. Italo Ferreira (BRA) x Miguel Pupo (BRA) x Adam Melling (AUS)
4. Jack Freestone (AUS) x Michel Bourez (TAH) x Gabriel Medina (BRA


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/05/em-mar-complicado-filipinho-derrota-fioravanti-e-vai-quarta-fase-no-rio.html

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