MUNDIAL DE SURFE
Com mar pesado e mexido, quarteto brasileiro leva a melhor nas suas baterias da terceira fase e segue no Rio Pro. Alejo para em John John; Medina ainda compete
Filipe driblou as dificuldades e venceu Ryan Callinan na 3ª fase (Foto: WSL / Daniel Smorigo)
A
terceira fase masculina do Rio Pro enfim começou, com o aguardado swell
na Praia da Barra da Tijuca. Após três dias de adiamentos e o título da australiana Tyler Wright no feminino,
os homens voltaram ao mar do Postinho na manhã desta quarta-feira. O
vento forte e a chuva fizeram as ondas de bom tamanho ficarem bastante
mexidas, dificultando a vida dos surfistas. Mas Filipe Toledo, Adriano
de Souza, Italo Ferreira e Caio Ibelli fizeram bem a lição de casa e
estão na quarta fase, que também poderá acontecer nesta quarta.+ Acompanhe o Rio Pro em Tempo Real
O primeiro brasileiro a se aventurar foi o defensor do caneco da etapa brasileira do Circuito Mundial, Filipinho. Ele bateu o convidado italiano Leonardo Fioravanti por 12,67 a 5,00. Na bateria seguinte, o havaiano John John Florence eliminou o brasileiro Alejo Muniz por 10,73 a 7,64. Mas, enquanto muitos tinham as condições desafiadoras como obstáculo, Caio Ibelli mostrou estar mais do que confortável. Encontrou tubos e decolou em aéreos para a alegria dos torcedores nas areias, vencendo o aussie Ryan Callinan em grande estilo: 15.07 a 11.13. Atual campeão mundial, Mineirinho teve um duelo parelho com o atual campeão mundial júnior, o carioca Lucas Silveira, mas acabou levando a melhor pelo placar de 13,34 a 12,76. Em grande fase, o atual número 3 do ranking, Italo Ferreira, não teve qualquer dificuldade para avançar ao round 4. O potiguar de 22 anos superou o baiano Marco Fernandez, vencedor da triagem por 13,70 a 9,50.
- As condições estão muito desafiadoras nesta manhã. No ano passado, eu fiquei em 13º, aqui no Rio, e já consegui superar essa campanha, passando para a quarta fase. Espero que os brasileiros continuem vencendo e que um de nós seja campeão aqui - afirmou Mineirinho.
Filipe Toledo comemorou a vitória em condições
desafiadoras com o pai, Ricardo Toledo
(Foto: Rafael Moura)
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Filipinho
comandou as ações no início de bateria. Ele encontrou uma direita e
encaixou duas batidas para receber nota 5,50 dos juízes e sair na
frente. Menos experiente que o paulista de Ubatuba, o italiano líder do
QS, a divisão de acesso, demonstrava enorme dificuldade para se
posicionar no mar mexido.
O vento prejudicava também
Filipe, que não conseguia fazer uma boa leitura da maré e penava para
dropar outras ondas para aumentar seu somatório. Depois de entrar e sair
de duas direitas, ele surfou uma terceira e começou com uma boa
manobra, mas a onda acabou fechando e lhe rendeu 2,83. Leonardo assustou
Filipinho ao pegar um pequeno tubo e completar com uma batida na
junção, mas os juízes consideraram que ele mal entrou no canudo e lhe
deram apenas 3,50.
Filipe Toledo despachou o convidado italiano
Leonardo Fiovaranti (Foto: Rafael Moura)
Nos
cinco minutos finais, Toledo somava 8,33 contra 5,00 do europeu, que
corria atrás de 4,84 para tomar a dianteira. Para sorte do quarto
colocado no ranking mundial do ano passado, o mar não ofereceu ondas
boas para Fioravanti. Ótimo para Filipinho, que ainda teve tempo para
conseguir a melhor nota da bateria. Em uma direita com duas boas
manobras, ele tirou 7,17 e passou à quarta fase com um triunfo por 12,67
a 5,00.
- Está realmente duro achar as ondas. Estou muito feliz por ter passado a
minha bateria, depois de muito tempo fora por causa de uma lesão -
comentou Filipinho.
Mineirinho supera carioca campeão mundial júnior
Adriano de Souza em ação na quarta fase
(Foto: Reprodução/WSL)
(Foto: Reprodução/WSL)
Com o mar novamente mexido, Lucas Silveira tomou a
iniciativa e foi o primeiro a surfar uma onda. Mas ele apenas dropou uma
direita e saiu, abrindo com um 0,50. Mineirinho veio na onda de trás encaixou
uma rasgada e uma boa batida, mas acabou caindo na sequência para receber 5,17
e pular para primeiro, com facilidade.
Esperto, o campeão mundial júnior esperou uma boa direita e
encaixou duas boas manobras na parte crítica da onda para receber nota 6,33
para assumir a ponta, com 7,16. Porém, logo na sequência, Adriano fez o
suficiente para descolar 4,67 e retomar a dianteira, com o somatório de 9,84.
Minerinho conseguiu um grande posicionamento na arrebentação
e pegou sua melhor onda. Ele espancou uma direita, com boas manobras e chamou a
atenção dos juízes, que lhe deram a nota 8,17. Adriano chegou aos 13,34 pontos
contra 7,16 de Lucas, que precisava de 7,02 para virar o placar.
O
carioca demonstrou que não desiste e partiu atrás de um boa nota. Ele
surfou uma boa onda, com manobras fortes e ganhou 6,43. Não foi o
suficiente para ele virar, pois chegou aos 12,76 pontos, contra 13,34 do
número 1 do mundo no ano passado. Restavam apenas dois minutos para o
jovem buscar 6,92. Ele chegou a começar muito bem uma direita, mas
depois de uma forte batida, acabou caindo e ganhou 3,83. Vitória de
Mineirinho, e vaga na quarta fase.
Caio Ibelli aposta em tubos e aéreos
Logo em sua primeira investida na quarta bateria da terceira fase, Caio Ibelli se impôs sobre o
rival, foi para o floater e decolou em um aéreo, mas se desequilibrou no fim e
levou apenas nota 4.00. Ryan Callinan veio atrás. Acabou caindo na onda (2.83),
porém, se recuperou e tirou 6.50 para somar 9.33 e assumir a liderança,
ultrapassando Caio (4.93). O jovem australiano ainda surfou um tubo,
desapareceu atrás da parede de água, mas não encontrou saída. O paulista do
Guarujá não se intimidou. Em busca do 5.34, Caio respondeu com outro tubo, saiu
com estilo, mas, na hora de fechar com um layback, sofreu com a força do mar,
se desequilibrou e desapareceu em meio à espuma: 3.73.
Com 7.73, o paulista encaixou algumas rasgadas em uma onda
mediana e se manteve firme até o fim. Os juízes deram a ele nota 6.00 e, assim,
Caio assumiu a dianteira, superando Ryan por 10.00 a 9.33, a 15 minutos para o
fim. Era o que ele precisava para deslanchar. Dominando por completo o rival,
Caio mesclou o estilo clássico ao progressivo, com tubos e aéreos, tudo o que
os juízes e fãs de surfe queriam ver. Tirou duas notas altas, 8.00 e 7.07, para
chegar a 15.07. Com 11.13, Ryan precisava de 8.57 para virar, faltando cinco
minutos para zerar o cronômetro, mas o máximo que conseguiu foi uma vaca nos instantes finais, se despedindo em 13º lugar.
Alejo é eliminado por John John
Alejo Muniz não encontrou onda salvadora em mar complicado no Rio Pro (Foto: Rafael Moura)
Na
segunda bateria desta quarta-feira, o argentino naturalizado brasileiro
Alejo Muniz não conseguiu se conectar muito bem com as ondas do
Postinho. Soma-se isso ao fato dele ter enfrentado a fera havaiana John
John Florence, e o resultado foi a eliminação do local de Bombinhas (SC)
na terceira fase pelo placar de 10,73 a 7,64.
John
John não brilhou, mas teve como melhores ondas um 6,00 e um 4,73, contra
apenas 4,17 e 3,47 de Alejo. As condições não estavam fáceis, como
explicou Florence ao fim da bateria.
- Estava bem
difícil pegar ondas nessa bateria, mas consegui vencer e isso é o mais
importante na terceira fase - disse John John, que nas últimas etapas
anteriores (as australianas Bells Beach e Margaret River) foi eliminado
neste round pelo paulista Caio Ibelli.
BATERIAS DA TERCEIRA FASE MASCULINA
BATERIAS DA TERCEIRA FASE MASCULINA
2. John John Florence (HAV) 10,73 x Alejo Muniz (BRA) 7,64
3. Nat Young (EUA) 12.76 x Dusty Payne (HAV) 14.63
4. Caio Ibelli (BRA) 15.07 x Ryan Callinan (AUS) 11.13
5. Stuart Kennedy (AUS) 8,74 x Davey Cathels (AUS) 8,80
6. Adriano de Souza (BRA) 13,34 x Lucas Silveira (BRA) 12,76
7. Italo Ferreira (BRA) 13,70 x Marco Fernandez (BRA) 9,50
8. Kanoa Igarashi (EUA) x Miguel Pupo (BRA)
9. Sebastian Zietz (HAV) x Adam Melling (AUS)
10. Jordy Smith (AFS) x Jack Freestone (AUS)
11. Michel Bourez (TAH) x Matt Banting (AUS)
12. Gabriel Medina (BRA) x Deivid Silva (BRA)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/05/em-mar-complicado-filipinho-derrota-fioravanti-e-vai-quarta-fase-no-rio.html
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