sexta-feira, 22 de abril de 2016

Ainda em choque, usuários lamentam queda de trecho da ciclovia Tim Maia



Atletas e frequentadores, como a apresentadora Cristiane Dias, relatam a força das ondas batendo no costão da Niemeyer, na Zona Sul do Rio, e repercutem a tragédia




Por
Rio de Janeiro




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DA MATÉRIA ABAIXO)




O desabamento de um trecho da ciclovia da Avenida Niemeyer, na manhã da última quinta-feira, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, matou pelo menos duas pessoas - dois corpos foram identificados e uma terceira vítima é procurada. Quem costuma usar o local - que permanecerá fechado por tempo indeterminado - para treinar ou passear, seja de bicicleta ou correndo, externou nas redes sociais toda indignação.

A apresentadora Cristiane Dias, da TV Globo, andou de bicicleta na ciclovia Tim Maia na própria quinta pela manhã e disse ter passado por lá momentos antes do desabamento. Segundo frequentadores e motoristas que circulavam pelo trecho que caiu, a ciclovia foi atingida por uma onda muito forte.

Cristiane Dias Instagram desabamento da ciclovia euatleta (Foto: Reprodução Instagram)
Cristiane Dias tinha passado pela parte da ciclovia 
que desabou momentos antes (Foto: 
Reprodução Instagram)


- Foi chocante. Eu saí de São Conrado e fui até o Arpoador. Até pensei em ir para Copacabana, mas estava muito cheio e então voltei. Assim que cheguei em casa fiquei sabendo. Pelas minhas contas, passei por ali alguns minutos antes. Estou muito assustada, pois afinal de contas era um dia de feriado, tivemos muitas vítimas. Uma obra tão nova não poderia desabar assim por causa do mar agitado. A gente fica na maior apreensão sobre a segurança dessas ciclovias - afirmou.

Márcio Puga correndo na ciclovia euatleta (Foto: Arquivo Pessoal)
Márcio Puga, o do meio, correndo na ciclovia 
Tim Maia momentos antes de o trecho dela 
desabar (Foto: Arquivo Pessoal)


O treinador de corrida Márcio Puga participou de um treino mais longo com um grupo de mais de 70 pessoas. Eles circularam pela ciclovia antes de a onda atingir a pista. O professor lamentou as mortes e disse achar um absurdo uma construção inaugurada em tão pouco tempo desabar:
- Acho risível que uma obra dessas não previsse ondas e ressacas. Uma pena, pois havíamos ganhado outra opção de percurso, lindíssimo, e tenho dito que a frequência era majoritariamente de corredores. Eu e meu grupo estávamos usando bastante. Muita gente não vai voltar, com certeza.

Muita gente não havia ido por causa do estigma da violência da ciclovia - explicou.

Nanda Azevedo luto queda da ciclovia euatleta (Foto: Arquivo Pessoal)Fernanda usou as redes sociais para lamentar a queda da ciclovia e as mortes (Foto: Arquivo)


Nas redes sociais, o desabamento de parte da ciclovia ainda rende. Para a corredora Fernanda Azevedo, que usa a ciclovia para treinar durante a semana desde a sua inauguração, será difícil voltar frequentar o local por conta do medo de uma nova tragédia.

- Estou muito triste e chocada, pois desde que a ciclovia foi inaugurada sempre quis correr por ali. E nunca imaginei que isso poderia acontecer. Uma obra projetada perto do mar, como não pensaram nisso? Nunca mais corro lá! A primeira coisa que eu fiz quando vi a noticia, foi mandar mensagem para todos os corredores para saber se estavam bem - contou Fernanda.

O carioca Rafael Braga também correu por lá na quinta, mas passou no local da tragédia ao menos duas horas antes. Ao chegar em casa e ver as imagens, ficou perplexo:

- Passei umas duas horas antes por ali e fiquei impressionado quando vi na televisão, em choque. Pensei naquele pedaço em que a onda quebra. Quando passei ali nem podia prever que aconteceria isso. Foi a primeira vez que usei aquela ciclovia. Poderia ser qualquer um de nós caindo ali - disse Rafael.

Euatleta - usuário ciclovia (Foto: Arquivo pessoal)
Usuário da ciclovia, Antônio tinha o hábito de 
correr pelo local (Foto: Arquivo pessoal)


Treinando com um grupo de amigos pela ciclovia, Antônio Josiano passou duas vezes pelo ponto que desabou e lembra ter ficado com medo do barulho das ondas batendo nas pedras.

- Desde quarta-feira que o mar estava agitado e hoje quando passamos pela ciclovia vi que ela estava molhada. Pedi para todos terem cuidado para não escorregar. Vão culpar a ressaca, mas deveriam ter interditado a ciclovia, pois ela é não apenas um local de treino, mas também de lazer e locomoção para quem trabalha também. Poderiam ter evitado essas tragédias - frisou.

O trecho de 20 metros da nova ciclovia Tim Maia desabou pouco mais de três meses após a sua inauguração, que aconteceu no dia 17 de janeiro. A ciclovia, que fica às margens da Avenida Niemeyer, liga os bairros de São Conrado e Leblon, tem 3,9km de extensão e vista para o mar. A obra demorou um ano e meio para ficar pronta e consumiu R$ 44,7 milhões. Com a novidade, os ciclistas passaram a ter 39,8km de pistas exclusivas na orla.

Ciclovia euatleta (Foto: Robinson Vasconcelos)
Inaugurada em janeiro, a ciclovia tem 3,9km 
de extensão e era muito usada pelos 
corredores (Foto: Robinson Vasconcelos)


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