Atletas e frequentadores, como a apresentadora Cristiane Dias, relatam a força das ondas batendo no costão da Niemeyer, na Zona Sul do Rio, e repercutem a tragédia
O desabamento de um trecho da ciclovia da Avenida Niemeyer,
na manhã da última quinta-feira, em São Conrado, na Zona Sul do Rio,
matou pelo menos duas pessoas - dois corpos foram identificados e uma
terceira vítima é procurada. Quem costuma usar o local - que permanecerá
fechado por tempo indeterminado - para treinar ou passear, seja de
bicicleta ou correndo, externou nas redes sociais toda indignação.
Cristiane Dias tinha passado pela parte da ciclovia
que desabou momentos antes (Foto:
Reprodução Instagram)
Márcio Puga, o do meio, correndo na ciclovia
Tim Maia momentos antes de o trecho dela
desabar (Foto: Arquivo Pessoal)
- Acho risível que uma obra dessas não previsse ondas e ressacas. Uma pena, pois havíamos ganhado outra opção de percurso, lindíssimo, e tenho dito que a frequência era majoritariamente de corredores. Eu e meu grupo estávamos usando bastante. Muita gente não vai voltar, com certeza.
Muita gente não havia ido por causa do estigma da violência da ciclovia - explicou.
Fernanda usou as redes sociais para lamentar a queda da ciclovia e as mortes (Foto: Arquivo)
- Estou muito triste e chocada, pois desde que a ciclovia foi inaugurada sempre quis correr por ali. E nunca imaginei que isso poderia acontecer. Uma obra projetada perto do mar, como não pensaram nisso? Nunca mais corro lá! A primeira coisa que eu fiz quando vi a noticia, foi mandar mensagem para todos os corredores para saber se estavam bem - contou Fernanda.
O carioca Rafael Braga também correu por lá na quinta, mas passou no local da tragédia ao menos duas horas antes. Ao chegar em casa e ver as imagens, ficou perplexo:
- Passei umas duas horas antes por ali e fiquei impressionado quando vi na televisão, em choque. Pensei naquele pedaço em que a onda quebra. Quando passei ali nem podia prever que aconteceria isso. Foi a primeira vez que usei aquela ciclovia. Poderia ser qualquer um de nós caindo ali - disse Rafael.
Usuário da ciclovia, Antônio tinha o hábito de
correr pelo local (Foto: Arquivo pessoal)
- Desde quarta-feira que o mar estava agitado e hoje quando passamos pela ciclovia vi que ela estava molhada. Pedi para todos terem cuidado para não escorregar. Vão culpar a ressaca, mas deveriam ter interditado a ciclovia, pois ela é não apenas um local de treino, mas também de lazer e locomoção para quem trabalha também. Poderiam ter evitado essas tragédias - frisou.
O trecho de 20 metros da nova ciclovia Tim Maia desabou pouco mais de três meses após a sua inauguração, que aconteceu no dia 17 de janeiro. A ciclovia, que fica às margens da Avenida Niemeyer, liga os bairros de São Conrado e Leblon, tem 3,9km de extensão e vista para o mar. A obra demorou um ano e meio para ficar pronta e consumiu R$ 44,7 milhões. Com a novidade, os ciclistas passaram a ter 39,8km de pistas exclusivas na orla.
Inaugurada em janeiro, a ciclovia tem 3,9km
de extensão e era muito usada pelos
corredores (Foto: Robinson Vasconcelos)
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