sexta-feira, 20 de setembro de 2013

'Dia do Romário': craque relembra jogo que levou Brasil à Copa de 1994

Vinte anos depois, autor dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai diz que não esperava ser convocado para a última partida das eliminatórias

Por Rio de Janeiro


Em 1993, no cenário do esporte, Alain Prost e Ayrton Senna eram os protagonistas da Fórmula 1 e Michael Jordan conquistava o seu primeiro tricampeonato pela liga americana de basquete (NBA). Para os amantes do futebol brasileiro, esse ano também marcou o retorno de Romário à Seleção. Com uma atuação que beirou a perfeição, o camisa 11 liderou a equipe de Carlos Alberto Parreira na vitória sobre o Uruguai por 2 a 0, resultado que colocou o time na Copa do Mundo de 1994.

Apesar de considerar como melhor atuação de sua carreira os três gols marcados na vitória por 5 a 3 do Barcelona sobre o Atlético de Madri, pela temporada 1993/1994 do Campeonato Espanhol, o Baixinho diz que o dia 19 de setembro de 1993 tem um lugar especial reservado na sua memória. E o motivo é a importância que esse jogo teve para garantir sua convocação para o Mundial, onde foi um dos protagonistas da conquista do tetra (assista à entrevista no vídeo acima).

- A minha melhor atuação foi quando eu jogava no Barcelona e a gente ganhou do Atlético de Madri. Mas o jogo mais importante foi esse jogo com a camisa da Seleção, que vai ficar marcado eternamente (...). Uma data que marcou a minha história e posso dizer que no futebol considero o dia do Romário.
Romário estava fora da Seleção desde o amistoso contra a Alemanha, no dia 16 de dezembro de 1992. O Brasil venceu por 3 a 1, em Porto Alegre, mas o então atacante do PSV, da Holanda, não gostou de ter ficado no banco. O técnico Parreira e o coordenador Mário Jorge Lobo Zagallo não gostaram do comportamento do atacante.

Romário gol jogo Brasil e Uruguai Eliminatórias 1993 (Foto: Arquivo / Agência Estado)Romário comemora um dos gols da vitória do Brasil sobre o Uruguai (Foto: Arquivo / Agência Estado)

Ao longo das eliminatórias, além do seu parceiro Bebeto, Evair, Palhinha, Valdeir, Careca e Müller fizeram parte do grupo de atacantes que vestiram a camisa verde-amarela. Porém, durante a campanha, Careca decidiu não defender mais o Brasil e Müller se machucou, ficando fora do duelo decisivo que valia uma vaga para a Copa, que seria disputada nos Estados Unidos.

Um empate bastava para a classificação brasileira. Os uruguaios só pensavam na vitória, e o clamor do povo pela volta de Romário era grande. O camisa 11 já não esperava mais ser chamado, mas sabia que uma grande atuação o colocaria de volta no grupo. A convocação do ‘Baixinho’ passou pelo aval de Bebeto, que foi consultado por Parreira antes da divulgação da lista para o duelo (assista à entrevista de Bebeto no vídeo acima).

- Era uma responsabilidade muito grande daquele grupo. Eu estava me sentindo o grande responsável por um possível fracasso, mesmo que não tenha estado com o grupo antes. Mas foi na confiança do povo, da comissão técnica e, principalmente, na confiança do elenco. Eles jogaram para mim. Eu estava muito preparado para fazer aquele jogo que fiz.

Uma grande atuação individual já era esperada por Romário, que após marcar os dois gols da partida deixou o gramado ovacionado pelos mais de 100 mil torcedores que lotaram o Maracanã. Porém, ele ainda esperava mais da sua atuação.

- Depois do segundo gol, eu estava querendo o terceiro e o quatro a zero. Principalmente pelo fato de quando a gente jogava contra Uruguai e Argentina o gostinho era diferente (...). Mas aquele jogo mostrou que aquela frase que sempre digo que "Papai do Céu apontou o dedo e disse que sou o cara" estava certa. Eu imagino o que deve ter passado na cabeça daquele grupo que jogou as eliminatórias e com poucos momentos bons. Infelizmente, tiveram muitos momentos ruins. E o bom é que a gente pode comemorar esse momento de vitória juntos.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/bau-do-esporte/noticia/2013/09/vinte-anos-depois-romario-relembra-jogo-que-levou-brasil-copa-de-1994.html

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