Com as lembranças da eliminação quádrupla em 4 de maio do ano passado, brasileiros encaram poder descentralizado no continente
Parecia ser um 4 de maio qualquer – um destes tantos na competição que
une expectativas continente afora no primeiro semestre. Os brasileiros
iam a campo, com maior ou menor conforto, esperançosos de avançar na
Libertadores. E o Inter caiu. E o Grêmio caiu. E o Fluminense caiu. E o
Cruzeiro caiu. Do nada, o todo-poderoso futebol brasileiro levou quase
um strike em castelhano. Foi derrubado, respectivamente, por um
uruguaio, um chileno, um paraguaio e um colombiano. Por nenhum
argentino. Por nenhum conterrâneo tupiniquim.
Clique sobre os grupos dos brasileiros para ter mais detalhes:
Sobreviveu o Santos, campeão, exceção para comprovar a regra. Os demais
80% da representação verde-amarela despencaram diante do perigo
espalhado por times que não parecem tão ameaçadores quanto um Boca
Juniors da vida, saídos de países que não soam tão assustadores, mas que
fizeram seu estrago em 2011. Nesta terça-feira, quando o Fluminense dá largada à trajetória brasileira na fase de grupos da Libertadores,
não custa dedicar alguns segundos para lembrar o que Peñarol,
Universidad Católica, Libertad e Once Caldas ensinaram naquele 4 de maio.
É bem verdade que o Santos foi campeão. É bem verdade que o Inter, um
ano antes, também foi campeão. É bem verdade que na pré-Libertadores
deste ano tanto Flamengo quanto Inter superaram seus oponentes – Real
Potosí, da Bolívia, e Once Caldas. É bem verdade que aí estão repetidas
provas de que o Brasil continua sendo uma potência na competição. Mas o
perigo está espalhado.
Que o diga o Fluminense. Em 2008, para chegar à final, passou por dois argentinos, Arsenal e Boca Juniors, e por um brasileiro especialista na disputa, o São Paulo. Na final, caiu para a LDU, equatoriana. Que o diga o Inter. Em 2010, no caminho para o título, superou dois argentinos, Banfield e Estudiantes, e também derrubou o São Paulo. Um ano depois, parou em um uruguaio.
A impressão é de que ser campeão da Libertadores ficou mais difícil. É o que pensa Felipe, vencedor com o Vasco.
- Em 1998, quando enfrentamos o River Plate na semifinal, todos disseram que aquela era a decisão antecipada da Libertadores. A final foi contra o Barcelona de Guaiaquil, numa época em que os times do Equador não eram tão fortes. Hoje, a Libertadores está muito mais difícil, pois não são apenas os times da Argentina que fazem frente aos brasileiros. Atualmente vemos equipes do próprio Equador, do Chile e do Uruguai, por exemplo, na briga pelo título – comentou o jogador.
Se os brasileiros tiveram um recado no ano passado, os vizinhos de
continente são obrigados a manter o cuidado que costumam ter. A
competição teve 51 edições, e o Brasil ganhou 15 títulos. Deles, dez
foram nas duas últimas décadas. O São Paulo, zerado até 1992, ganhou
três. O Inter, zerado até 2006, venceu dois. A presença constante dos
brasileiros nas fases finais leva o treinador da Seleção nacional, Mano
Menezes, a demonstrar otimismo.
- Pela primeira mostragem, que foi passar pela pré-Libertadores, os clubes brasileiros cumpriram o seu papel. Flamengo e Internacional tiverem um bom desempenho, o Inter com um adversário um pouco mais difícil. O Flamengo fez a lição de casa. Jogar a 4 mil metros de altitude é duro, e eles conseguiram se classificar. É um torneio, e torneio é o retrato do momento. Os times começam com dificuldades, passam pela fase de grupos, se afirmam e daí sai o campeão. E nos últimos anos o futebol brasileiro está sabendo disputar esse torneio – afirmou o treinador.
O Corinthians não parece ter um grupo dos mais assustadores. Ali estão o Cruz Azul, vice-campeão em 2001, mas que vai apenas para sua terceira participação, mais Deportivo Táchira e Nacional-PAR, habituados a não ir longe. Mesmo assim, bate uma preocupação – não custa lembrar a queda do Timão para o Tolima na pré-Libertadores do ano passado.
- Mesmo que a estrutura não seja das melhores, há times que estão conseguindo acertar a mão com talentos. Esse é o grande diferencial. As equipes estão buscando estrutura. Hoje o futebol está mais nivelado, mais organizado. Há algum tempo, as coisas eram mais bagunçadas. Mas hoje, por mais que não tenham muito dinheiro, existem clubes que têm boa estrutura e profissionais que conseguem montar bons elencos. É fácil achar jogadores bons por aqui na América e, assim, formar equipes competitivas, mesmo que de países “menores” – analisou o meia-atacante Alex.
Os únicos países que brasileiros não enfrentarão na primeira fase da
Libertadores são Chile e Colômbia. Há três oponentes argentinos, três
paraguaios, dois peruanos, dois venezuelanos mais um boliviano, um
equatoriano, um uruguaio e um mexicano. É daí que sairão os 16
integrantes das oitavas de final, depois os componentes das quartas. No
ano passado, entre os oito finalistas, havia sete países diferentes:
Paraguai (Cerro Porteño e Libertad), Colômbia (Once Caldas), México
(Jaguares), Argentina (Vélez Sarsfield), Uruguai (Peñarol), Chile
(Universidad Católica) e, claro, o Santos. Descentralização.
O Flu é o carro abre-alas dos brasileiros na fase de grupos ao receber o Arsenal às 22h desta terça-feira. Um dia depois, o Vasco recebe os uruguaios do Nacional. Na quinta, é vez de o Inter pegar o Juan Aurich no Beira-Rio. Na semana seguinte, todos na quarta-feira, fazem sua estreia o Santos (contra o The Strongest na Bolívia), o Flamengo (diante do Lanús na Argentina) e o Corinthians (frente ao Deportivo Táchira na Venezuela).
E um adendo: em 2012, ano bissexto, o 4 de maio cai numa sexta-feira. Os jogos da Libertadores, felizmente, vão de terça a quinta...
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2012/02/perigo-espalhado-comeca-fase-de-grupos-da-libertadores.html
Clique sobre os grupos dos brasileiros para ter mais detalhes:
Universidad Católica, Libertad e Once Caldas ensinaram naquele 4 de maio.
Que o diga o Fluminense. Em 2008, para chegar à final, passou por dois argentinos, Arsenal e Boca Juniors, e por um brasileiro especialista na disputa, o São Paulo. Na final, caiu para a LDU, equatoriana. Que o diga o Inter. Em 2010, no caminho para o título, superou dois argentinos, Banfield e Estudiantes, e também derrubou o São Paulo. Um ano depois, parou em um uruguaio.
saiba mais
Desde 1992, sempre há ou um brasileiro, ou um argentino na final. Em
oito anos, ambos: ou um de cada país, ou dois do Brasil. Mas há novas
forças. É o caso da LDU, campeã da Libertadores em 2008, bicampeã da
Recopa em 2009 e 2010, campeã da Sul-Americana em 2009 - mas que não se
classificou para a disputa deste ano. É o caso do Universidad de Chile,
ganhador invicto da Sul-Americana de 2011. E pode ser o caso do futebol
uruguaio, campeão da Copa América, semifinalista da Copa do Mundo,
presente com o Peñarol na última decisão da Libertadores.A impressão é de que ser campeão da Libertadores ficou mais difícil. É o que pensa Felipe, vencedor com o Vasco.
- Em 1998, quando enfrentamos o River Plate na semifinal, todos disseram que aquela era a decisão antecipada da Libertadores. A final foi contra o Barcelona de Guaiaquil, numa época em que os times do Equador não eram tão fortes. Hoje, a Libertadores está muito mais difícil, pois não são apenas os times da Argentina que fazem frente aos brasileiros. Atualmente vemos equipes do próprio Equador, do Chile e do Uruguai, por exemplo, na briga pelo título – comentou o jogador.
Neymar,
D'Alessandro, Fred, Ronaldinho Gaúcho, Juninho, Alex: brasileiros
entram com elencos fortes na edição de 2012 da Libertadores (Foto:
Editoria de Arte/Globoesporte.com)
- Pela primeira mostragem, que foi passar pela pré-Libertadores, os clubes brasileiros cumpriram o seu papel. Flamengo e Internacional tiverem um bom desempenho, o Inter com um adversário um pouco mais difícil. O Flamengo fez a lição de casa. Jogar a 4 mil metros de altitude é duro, e eles conseguiram se classificar. É um torneio, e torneio é o retrato do momento. Os times começam com dificuldades, passam pela fase de grupos, se afirmam e daí sai o campeão. E nos últimos anos o futebol brasileiro está sabendo disputar esse torneio – afirmou o treinador.
O Corinthians não parece ter um grupo dos mais assustadores. Ali estão o Cruz Azul, vice-campeão em 2001, mas que vai apenas para sua terceira participação, mais Deportivo Táchira e Nacional-PAR, habituados a não ir longe. Mesmo assim, bate uma preocupação – não custa lembrar a queda do Timão para o Tolima na pré-Libertadores do ano passado.
- Mesmo que a estrutura não seja das melhores, há times que estão conseguindo acertar a mão com talentos. Esse é o grande diferencial. As equipes estão buscando estrutura. Hoje o futebol está mais nivelado, mais organizado. Há algum tempo, as coisas eram mais bagunçadas. Mas hoje, por mais que não tenham muito dinheiro, existem clubes que têm boa estrutura e profissionais que conseguem montar bons elencos. É fácil achar jogadores bons por aqui na América e, assim, formar equipes competitivas, mesmo que de países “menores” – analisou o meia-atacante Alex.
Nem só de Boca Juniors, do craque Riquelme, é
feita a Libertadores (Foto: Reuters)
feita a Libertadores (Foto: Reuters)
O Flu é o carro abre-alas dos brasileiros na fase de grupos ao receber o Arsenal às 22h desta terça-feira. Um dia depois, o Vasco recebe os uruguaios do Nacional. Na quinta, é vez de o Inter pegar o Juan Aurich no Beira-Rio. Na semana seguinte, todos na quarta-feira, fazem sua estreia o Santos (contra o The Strongest na Bolívia), o Flamengo (diante do Lanús na Argentina) e o Corinthians (frente ao Deportivo Táchira na Venezuela).
E um adendo: em 2012, ano bissexto, o 4 de maio cai numa sexta-feira. Os jogos da Libertadores, felizmente, vão de terça a quinta...
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2012/02/perigo-espalhado-comeca-fase-de-grupos-da-libertadores.html
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