Edson Moreira prestou depoimento no
Deoesp sobre suposto plano de execução de cinco pessoas que
investigavam o desaparecimento de Eliza Samudio
Cristiano Couto/Arquivo
Delegado estaria entre os "alvos" do ex-policial civil Bola
O delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Homicídios, disse que se sentiu indiretamente ameaçado após a divulgação de um suposto plano de execução de cinco pessoas que investigavam o desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio. Ele prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (1º), na Divisão Especializada de Operações Especiais (Deoesp), e foi ouvido por cerca de 30 minutos pelos delegados Wilson Luiz Oliveira e Islande Batista.
Nos próximos dias, a juíza do Tribunal do Júri da comarca de Contagem, Marixa Fabiane Rodrigues, que também estaria entre os alvos do suposto plano, será ouvida pela Polícia Civil. Na última segunda-feira (30), o deputado Durval Ângelo foi ouvido e afirmou que não sofreu ameaças e que apenas ouviu falar a respeito do assunto. Ainda disse que ele anda com escolta desde que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa deu início à investigação sobre um suposto grupo de extermínio no Grupo de Resposta Especial (GRE) da Polícia Civil. Bola era um dos integrantes do GRE.
Segundo denúncia do presidiário Jaílson Alves de Oliveira, o goleiro Bruno Fernandes de Souza, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o ‘Bola’, além de ‘Macarrão’, teriam contratado o traficante Francisco Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”, então integrante do grupo criminoso Comando Vermelho, para matar a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, o delegado Edson Moreira, o deputado estadual Durval Ângelo (PT) e o advogado José Arteiro Cavalcante, defensor dos interesses da família de Eliza Samudio.
Jaílson Alves de Oliveira teria ouvido a confissão do próprio ‘Bola’, de quem era companheiro de cela na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria. Após a denúncia, o ex-policial foi transferido para o presídio de São Joaquiam de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Nos próximos dias, os delegados responsáveis pelo caso devem ir ao Mato Grosso do Sul, no Presídio Federal de Campo Grande, para conversar com o traficante Antônio Bonfim Lopes, o “Nem”, de 35 anos. Ele foi apontado pela testemunha que denunciou o plano como responsável pelo planejamento dos assassinatos.
Eliza Samudio
O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, que seria amante de Eliza Samudio, é acusado de encomendar a morte da modelo. O atleta, o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; o primo Sérgio Rosa Sales e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, respondem aos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o Coxinha; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado.
O julgamento que definirá o futuro dos acusados deve ocorrer nos próximos meses. Em agosto, a Justiça decidiu, pela segunda vez, que os oito vão a júri popular pelo crime envolvendo a ex-modelo. Durante a audiência, os desembargadores Doorgal Andrade, Hebert Carneiro e Delmival de Almeida Campos, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), reforçaram a decisão tomada pela juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem.
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário