quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Janot não esperou investigação da PF para denunciar Renan Calheiros



FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/janot-nao-esperou-investigacao-da-pf-para-denunciar-renan-calheiros






Jornal GGN - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) por corrupção e lavagem de dinheiro, nesta segunda-feira (12), sem antes mesmo esperar a conclusão do inquérito da Polícia Federal de Brasília.
 
A antecipação de Janot frente aos delegados investigadores foi descoberta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, que relata os processos da Operação Lava Jato na última instância. Ao se deparar com o erro cometido pelo Ministério Público Federal (MPF), Zavascki pediu que Janot complemente a denúncia com as informações do documento policial.
 
"Ante o exposto, à falta dos autos do inquérito, intime-se o Ministério Público para que regularize a situação dos autos, restituindo as petições protocoladas sob os números 70.676/2016 e 70.677/2016 (documentos da denúncia contra Renan) e documentação correspondente", disse Teori, em decisão assinada nesta terça-feira (13).

O ministro conta que um inquérito para apurar suposta “atuação do Deputado Aníbal Gomes em conluio com o Senador Renan Calheiros, para contratação da empresa SERVENG CIVILSAN S.A pela Petrobras” foi encaminhado aos delegados no dia 2 de maio deste ano, para que a PF cumprisse as diligências, entre buscas e apreensões e coleta de depoimentos.
 
Em trâmite no Supremo, Janot pediu que a investigação fosse prorrogada por mais 60 dias, equivalente a dois meses, para cumprir o restante das diligências. O STF concedeu a extensão do prazo, mas o Procurador-Geral da República nem sequer esperou a conclusão de ainda mais 10 dias para enviar a denúncia.
 
"Ainda pendente o prazo para que que a autoridade policial cumpra as diligências restantes e elabore relatório conclusivo, o órgão ministerial apresenta inicial acusatória sem os autos correspondentes", narrou Zavascki.
 
Na peça, Janot aponta que Renan recebeu R$ 800 mil em propinas, por meio de doações eleitorais ao PMDB, durante as eleições de 2010, quando o hoje senador disputou o cargo.
 
Segundo reportagem do Estadão, oficialmente, a Polícia Federal não comentou o caso, mas a reportagem publica que o grupo de trabalho formado por delegados "ainda realiza diligências na investigação". Um dos alvos da denúncia, o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE), afirma que sequer foi ouvido na investigação.

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