FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/moro-violou-artigo-212-do-codigo-penal-em-audiencia-contra-lula
Jornal GGN - A revista Consultor Jurídico, em matéria publicada na terça (22) sobre o embate entre a defesa de Lula e o juiz federal Segio Moro durante audiência com o ex-senador Delcídio do Amaral, apontou que o magistrado violou o artigo 212 do Código do Processo Penal, ao fazer ele próprio e permitir ao Ministério Público Federal perguntas à testemunha que extrapolam o escopo da acusação envolvendo suposto pagamento de propina pela OAS ao ex-presidente.
"O Código de Processo Penal determina, em seu artigo 212, que 'as perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida'. O parágrafo único do dispositivo diz que o juiz poderá complementar a inquirição sobre os pontos não esclarecidos, nos limites da denúncia", publicou o Conjur.
Moro permitiu, em alguns momentos, que a força-tarefa da Lava Jato fizesse questões que fogem à denúncia de que a OAS, em contrapartida a três contratos de obras das refinarias Abreu e Lima (RNEST) e Getúlio Vargas (REPAR), beneficou o governo Lula abastecendo o caixa de campanha do PT e PP, além de ter transferido, de maneira velada, a posse de um apartamento no Guarujá à família do ex-presidente. O custeio da manutenção do acervo presidencial pela OAS também é apontado como vantagem indevida.
Por conta dessa limitação na denúncia do MPF, Moro impediu que a defesa de Lula produzisse provas que pudessem criar um contexto que demonstrasse que o petista, enquanto presidente, não favoreceu a OAS em detrimento de outras empresas. A defesa, então, criticou o fato de Moro permitir que a Procuradoria produzisse provas, na audiência, que fogem da questão central dos três contratos, triplex e acervo. A Procuradoria quis saber, por exemplo, do sítio de Atibaia.
Depois, no momento em que coube ao juiz fazer alguns esclarecimentos sobre o interrogatório de Delcídio, Moro quis abordar um assunto alheio ao processo em questão: a suposta tentativa de impedir que Nestor Cerveró fizesse delação premiada na Lava Jato. Este assunto é investigado pela Justiça Federal de Brasília.
Indignado, o advogado Cristiano Zanin Martins alertou que Moro estava "afrontando o Supremo Tribunal Federal", que já disse que ele não em "competência" jurídica para abordar esse assunto. José Roberto Batochio e Juarez Cirino também apontaram que o magistrado violou o Código de Processo Penal e a Constituição, minando o direito à ampla defesa em algumas situações.
Ainda assim, Moro continuou com seus questionamento, alegando que estava colhendo informações para construir um "contexto" probatório na ação contra Lula.
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