sexta-feira, 17 de junho de 2016

Estado de calamidade pública no Rio não prejudica Olimpíada, afirma Paes




OLIMPÍADAS


Após decreto estadual, prefeito do Rio diz que crise financeira do estado não afeta entrega de instalações e obras dos Jogos Olímpicos. Co-Rio 2016 também minimiza




Por
Rio de Janeir




O prefeito Eduardo Paes minimizou o estado de calamidade pública no estado do Rio de Janeiro anunciado nesta sexta-feira pelo governador em exercício Francisco Dornelles diante da crise financeira do governo estadual. Por meio das redes sociais, Paes tentou tranquilizar os cariocas quanto à realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016, em agosto, afirmando que todas as obras de legado sob responsabilidade do município estão "no prazo e no custo" (com exceção do Velódromo).
- Só para uma vez mais reforçar que a posição da prefeitura do Rio é de absoluto conforto fiscal e financeiro. Continuamos a pagar nossos compromissos em dia. Seja salário de servidores, custeio e os investimentos seguem a pleno vapor. Gostaria de lembrar também que é a prefeitura do Rio a responsável pela entrega de todas as arenas dos jogos. Tirando o metrô, todas as obras de legado também são do município e a maioria delas já foi entregue. As arenas (tirando o Velódromo) já foram todas entregues e testadas. Aliás, no prazo e no custo. O estado de calamidade decretado pelo Governo Estadual em nada atrasa as entregas olímpicas e os compromissos assumidos pelo Rio.
Aliás, no próprio tema da segurança dos Jogos - onde a prefeitura não tem responsabilidades - temos a certeza que a parceria com o governo federal funcionará. Portanto, quero renovar aqui a confiança de que realizaremos Jogos excepcionais! - escreveu o prefeito do Rio.


Paes Dornelles Temer (Foto: Beth Santos)
Paes e Dornelles em encontro com o 
presidente interino Michel Temer 
nesta semana (Foto: Beth Santos)


O decreto anunciado por Dornelles foi publicado em diário oficial nesta sexta-feira. Nele diz que "ficam as autoridades competentes autorizadas a adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais, com vistas à realização dos Jogos". Também que "as autoridades competentes editarão os atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016".

Por meio do seu diretor de comunicações, Mario Andrada, o Comitê Rio 2016 também minimizou o anúncio e ressaltou que acompanha desde o ano passado a grave situação financeira do estado do Rio. O governo estadual é responsável pela linha 4 do metrô (que não vai ficar totalmente pronto para os Jogos) e tem uma parcela na segurança do evento (o Comitê enfatizou que a maior participação é do governo federal e das Forças Armadas). O Co-Rio ainda tem parceria com a Cedae para os trabalhos de ecobarcos e ecobarreiras na Baía de Guanabara e de saneamento e dragagem.

- Isso não afeta nada. A gente acompanha todo dia o trabalho do Governo do Estado. A gente já sabia da situação crítica que o estado vive na questão financeira. Não é nenhuma novidade. Esse decreto tende a facilitar as coisas, deixa tudo mais transparente e facilita se (o governo estadual) for buscar dinheiro emprestado. Não muda nada, nem para o Comitê, nem para os Jogos - declarou Andrada.


Confira o decreto na íntegra:

 "O governador do estado do Rio de Janeiro, em exercício, no uso de suas atribuições constitucionais e legais,
Considerando a grave crise econômica que assola o Estado do Rio de Janeiro,
Considerando a queda na arrecadação, principalmente a observada no ICMS e nos royalties e participações especiais do petróleo;

Considerando todos os esforços de reprogramação financeira já empreendidos para ajustar as contas estaduais;

Considerando que a referida crise vem impedindo o Estado do Rio de Janeiro de honrar com os seus compromissos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016;
Considerando o que tal fato vem acarretando severas dificuldades na prestação dos serviços públicos essenciais e pode ocasionar ainda o total colapso na segurança pública, na saúde, na educação, na mobilidade e na gestão ambiental;

Considerando que a interrupção da prestação de serviços públicos essenciais afeta sobremaneira a população do Estado do Rio de Janeiro;

Considerando que já nesse mês de junho as delegações estrangeiras começam a chegar na Cidade do Rio de Janeiro, a fim de permitir a aclimatação dos atletas para a competição que se inicia no dia 5 de agosto do corrente ano;

Considerando, por fim, que os eventos possuem importância e repercussão mundial, onde qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do país de dificílima recuperação;


(o governador Francisco Dornelles) DECRETA:

"Art. 1º- Fica decretado o estado de calamidade pública, em razão da grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

"Art. 2º- Ficam as autoridades competentes autorizadas a adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais, com vistas à realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

"Art. 3º - As autoridades competentes editarão os atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

"Art. 4º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2016

Francisco Dornelles."


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2016/06/eduardo-paes-minimiza-estado-de-calamidade-publica-no-rio-de-janeiro.html

Nenhum comentário: