quinta-feira, 25 de junho de 2015

Embaladas, meninas do Brasil tentam desempate contra os EUA no Mundia

Ágatha/Bárbara Seixas, Larissa/Talita, Juliana/Maria Elisa e Taiana/Fê Berti disputam torneio na Holanda e brigam para superar país rival, liderado por Ross/Kerri Walsh



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Rio de Janeiro
 

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O maior objetivo das duplas brasileiras do vôlei de praia em 2015 é a classificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano que vem. Por isso, as equipes estão focadas nas etapas de Grand Slam e Major do Circuito Mundial, que contam pontos na corrida olímpica do país. Mas isso não tira o brilho ou a importância de vencer um Campeonato Mundial (mesmo sem valer para o somatório olímpico). A partir desta sexta-feira até o dia 5 de julho, as 48 duplas femininas, divididas em 12 grupos de quatro times cada, brigam pelo caneco internacional em quatro cidades da Holanda (Apeldoorn, Haia, Amsterdã e Roterdã). E uma rivalidade em particular promete esquentar o clima. Maiores vencedores da competição com quatro ouros cada no feminino, Estados Unidos e Brasil podem fazer um tira-teima.

- Jogar contra os Estados Unidos é sempre muito bom. Há um respeito muito grande entre os dois países. Acho que temos um histórico importante em Olimpíadas, em decisões, em Circuito Mundial, então espero que possamos também dar o nosso melhor para conseguir um bom resultado. Precisamos sempre estar no mais alto nível para jogar contra elas (as americanas). Estamos focadas no nosso objetivo, ir passo a passo, jogar cada jogo até a semifinal e final - afirmou Larissa, parceira de Talita.

Larissa e Talita celebram vitória na Croácia (Foto: Divulgação/FIVB)
Larissa e Talita já levaram duas etapas do 
Circuito Mundial na temporada 
(Foto: Divulgação/FIVB)


Ao todo, são quatro parcerias verde-amarelas. Tidas como fortes candidatas ao título, Larissa e Talita estão no Grupo B, que ainda tem Van Der Vlist e Van Gestel, da Holanda, Gorianec e Huberli, da Suíça, e Radarong e Udomchavee, da Tailândia. A primeira fará seu retorno ao Campeonato Mundial desde que acertou seu retorno às quadras em junho de 2014.

- As expectativas são as melhores possíveis, estamos super motivadas, é um campeonato importante que só acontece de dois em dois anos. Todo mundo gostaria de estar jogando. Depois da minha volta, será a primeira vez que vou jogar. É mais uma oportunidade de consolidar nosso time - avaliou Larissa.


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Líderes na corrida olímpica, Ágatha e Bárbara Seixas estão no Grupo F e têm como rivais Flores/Martinez (Cuba); Candelas/Rios (México); e Kessy/Day, justamente dos EUA. Atuais campeãs do Circuito Mundial, Juliana e Maria Elisa aparecem no Grupo G. Elas têm pela frente, na fase de grupos, as argelinas Boucheta e Bayou, as alemãs Laboureur e Sude, e Pata e Matauatu, de Vanuatu. Por fim, Taiana e Fernanda Berti pegam Williams/Sekhonyana (África do Sul), e Forrer/Vergé-Dépré e Zumkehr/Heidrich, da Suíça, no Grupo I.

Kerri Walsh vibra com o ponto que definiu a etapa na China (Foto: Divulgação/FIVB)
Kerri Walsh machucou o ombro, mas está 
confirmada para a competição (Foto: 
Divulgação/FIVB)


Do outro lado, são três parcerias. No grupo de Ágatha e Bárbara Seixas, estão Jennifer Kessy e Emily Day. No Grupo J, Fendrick/Sweat encaram Agera/Eyetsonetan (Nigéria), Ukolova/Birlova (Rússia), e Borger/Büthe (Alemanha). O destaque é a última dupla, formada pela medalhista de prata dos Jogos de Londres 2012 April Ross e a tricampeã Kerri Walsh, vencedora em Londres 2012, Pequim 2008 e Atenas 2004, que vê uma rivalidade, principalmente, entre elas e Larissa/Talita.

- É possível batê-las. Elas se assimilam a outros times do torneio, mas sua consistência é o que as diferencia. Há um estereótipo no estilo brasileiro de vôlei de praia - dois atletas muito bons que se juntam e complementam um ao outro bem demais. Eu aposto em nós (Ross/Walsh) em condições iguais, mas precisamos provar que podemos. Não provamos ainda (em 2015) - disse à rede americana "NBC".

Arena montada em Roterdã para o Campeonato Mundial de vôlei de praia (Foto: Divulgação/CBV)
Arena montada em Roterdã para o Campeonato 
Mundial de vôlei de praia (Foto: Divulgação/CBV)


Apesar de serem favoritas, o sinal de alerta está ligado: Walsh deslocou o ombro no fim de maio e não disputou os últimos três eventos do Circuito Mundial. Elas estão no Grupo C. Suas adversárias são: Bansley/Pavan (Canadá), Braakman/Sinema (Holanda), e Artacho Del Solar/Laird (Austrália). A americana de 36 anos já operou o ombro quatro vezes, mas, nessa lesão, não precisou passar por operação. Possível rival, Larissa torce para que Walsh volte com tudo e, no confronto direto, dê Brasil.

- Eu jogo contra ela há bastante tempo e, em todos os jogos, é uma experiência nova, é um aprendizado novo. Espero que ela esteja melhor, que ela esteja bem e, quem sabe, se nos enfrentarmos, que dê Brasil.

A temporada do Circuito Brasileiro Open (primeira divisão) ainda não começou (se inicia no dia 13 de agosto, em Brasília), mas, internacionalmente, as atletas estão representando bem o país. Com o Circuito Mundial fervendo, com quatro etapas que contam pontos no somatório da corrida olímpica realizadas, o Brasil venceu com Larissa e Talita no Grand Slam de Moscou, na Rússia, e no Major de Porec, na Croácia; teve Juliana e Maria Elisa no topo do pódio em Stavanger, na Noruega (com Ágatha e Bárbara Seixas em segundo); e Ágatha e Bárbara Seixas foram ouro no Grand Slam de St. Petersburgo, nos Estados Unidos (com Maria Elisa e Juliana em segundo, e Taiana e Fernanda Berti em terceiro).

Ágatha e Bárbara Grand Slam São Petesburgo vôlei de praia (Foto: Divulgação / FIVB)
Ágatha e Bárbara Seixas estão indo bem no 
Circuito Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)


Ágatha e Bárbara Seixas ainda levaram o Open de Praga, na República Tcheca, que não conta pontos na corrida olímpica. As americanas, por sua vez, não estão bem no Circuito Mundial. Até o momento, a melhor colocação delas em uma etapa da competição internacional foi um bronze de Kerri Walsh e April Ross no Open de Fuzhou, na China, sem a presença das principais duplas brasileiras. 

Com a boa fase no Circuito Mundial, Ágatha e Bárbara Seixas são as melhores no ranking da temporada. As quatro duplas do Brasil são cabeças de chave. 


Com exceção da lenda Emanuel, com três títulos no Campeonato Mundial de vôlei de praia no masculino, as atletas Adriana Behar e Shelda são as maiores vencedoras, com dois títulos. Juliana, hoje dupla de Maria Elisa, e Larissa, atualmente ao lado de Larissa, foram campeãs em 2011. Com isso, uma delas pode igualar a marca de Adriana Behar e Shelda, duas das principais atletas da história da modalidade. 

vôlei de praia adriana behar shelda Misty May Kerri Walsh final olímpica atenas 2004 (Foto: COB)
Shelda e Adriana Behar têm, ao todo, quatro 
medalhas (dois ouros, prata e bronze) 
(Foto: COB)


Se chegarem ao pódio, Larissa e Juliana passam as ex-jogadoras também no número total de medalhas, chegando a cinco contra quatro de Adriana Behar e Shelda. Elas têm, além do ouro em 2011 na edição de Roma, na Itália, duas pratas, uma em Stavanger, na Noruega, em 2009, e outra em Berlim, na Alemanha, em 2005, e um bronze, em Gstaad, na Suíça, em 2007. Se levarem título ou medalha, seria a primeira conquista após a separação da parceria nesse torneio.

Além das conquistas de Larissa e Juliana e dos dois ouros, uma prata e um bronze de Adriana Behar e Shelda, o Brasil tem medalhas com Liliane Maestrini e Bárbara Seixas (bronze em Stare Jablonski 2013); Talita e Maria Elisa (bronze em Stavanger 2009); Tatiana e Sandra Pires (prata em Klagenfurt 2001); e Sandra Pires e Jackie Silva (ouro em Los Angeles 1997).
Kerri Walsh é a maior vencedora no feminino. Ela tem três ouros (Rio 2003, Berlim 2005 e Gstaad 2007) e uma prata (Roma 2011). Todas suas conquistas são ao lado da ex-jogadora Misty-May. Os EUA ainda possuem uma prata com Lisa Arce e Holly McPeak e um bronze com Karolyn Kirby e Nancy Reno (Los Angeles 1997); uma prata com Anett Davis e Jenny Johnson Jordan e um bronze com Liz Masakayan e Elain Youngs (Marseille 1999); e um ouro com April Ross e Jennifer Kessy (Stavanger 2009).


MAIS INFORMAÇÕES
Além do título de campeão do mundo, o torneio dará uma premiação total de US$ 1 milhão (R$ 3,11 milhões), sendo R$ 186,6 mil aos vencedores, R$ 139,95 mil para os segundos colocados e R$ 108,85 mil aos medalhistas de bronze. A dupla ganha 1000 pontos no ranking do Circuito Mundial (mas não leva pontos na corrida olímpica).

O sistema de disputa funciona da seguinte forma: 48 duplas femininas e 48 masculinas são divididas em 12 grupos com 4 times cada. Os dois melhores de cada chave avançam diretamente para a próxima fase, assim como os oito melhores terceiros colocados. A partir desta etapa, as partidas passam a ser no formato de eliminação simples, com as oitavas e quartas de final, semifinal e a decisão.



TABELA DE JOGOS* 
Brasil e Estados Unidos (fase de grupos)

27/6 (sábado)
Amsterdã:
8h - Larissa/Talita x Van der Vlist/Van Gestel (Holanda)
13h - Juliana/Maria Elisa x Boucheta/Bayou (Argélia)
Apeldoorn:
11h - Ágatha/Bárbara Seixas x Flores/Martinez (Cuba)
14h - Day/Kessy (EUA) x Candelas/Rios (México)
16h - Ross/Walsh (EUA) x Braakman/Sinnema (Holanda)


28/6 (domingo)
Amsterdã:
13h - Larissa/Talita x Radarong/Udomchavee (Tailândia)
10h - Fendrick/Sweat (EUA) x Ukolova/Birlova (Rússia)
15h - Juliana/Maria Elisa x Pata/Matautau (Vanuatu)
Apeldoorn:
14h - Ágatha/Bárbara Seixas x Candelas/Rios (México)
15h - Day/Kessy (EUA) x Flores/Martinez (Cuba)
Haia:
15h45 - Taiana/Fernanda Berti x Williams/Sekhonyana (África do Sul)

29/6 (segunda)
Amsterdã:
10h - Fendrick/Sweat (EUA) x Agera/Eyetsonetan (Nigéria)
15h - Juliana/Maria Elisa x Laboureur/Sude (Alemanha)
Apeldoorn
14h - Ross/Walsh (EUA) x Artacho Del Solar/Laird (Austrália)
16h - Ágatha/Bárbara Seixas x Day/Kessy (EUA)

Haia
16h45 - Taiana/Fernanda Berti x Forrer/Vergé-Dépré (Suíça)

30/6 (terça)
Amsterdã:
7h - Borger/Büthe (Alemanha) x Fendrick/Sweat (EUA)
8h - Larissa/Talita x Goricanec/Hüberli (Suíça)
Haia
9h - Taiana/Fernanda Berti x Zumkehr/Heidrich (Suíça)
Apeldoorn:
9h - Ross/Walsh (EUA) x Bansley/Pavan (Canadá)



FONTE:
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