Tropeços com cenário favorável diante do torcedor foram determinantes para eliminações no torneio em 2008, 2010 e 2012. 'Vai servir de lição', afirma Paulinho
Um
cenário favorável, mas longe de ser tranquilizante para o
Flamengo decidir o futuro na Libertadores. Precisando de uma
vitória simples sobre o León, do México, nesta quarta-feira, às 19h45m
(de Brasília), para
avançar às oitavas de final, o time terá um Maracanã lotado ao seu lado.
Todos os 52.474 ingressos disponibilizados para os rubro-negros foram
vendidos
antecipadamente. O apoio está garantido. Mas o retrospecto nesse tipo de
atmosfera nem sempre é sinônimo de sucesso. Nas três últimas vezes em
que participou da
disputa, derrotas no Rio de Janeiro foram determinantes para eliminações
traumáticas.
Duro golpe: derrotas para América-
MEX, Universidad de Chile e
Olimpia custaram eliminação (Foto:
Editoria de Arte)
A primeira e mais famosa delas aconteceu no dia 7 de maio de
2008. Campeão carioca dias antes, o Flamengo preparou uma festa de despedida para
Joel Santana - que seguia para a África do Sul -, mas nada deu certo. Em uma noite que começou com atraso na
chegada ao estádio, os rubro-negros perderam por 3 a 0 - depois de terem
vencido por 4 a 2 no México - e foram eliminados nas oitavas de final em
partida memorável do gordinho Salvador Cabañas. Coadjuvante e vilão do Rubro-Negro na partida, o zagueiro Leonardo ainda sofre com derrota para América-MEX.
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Dois
anos depois, o adeus não
aconteceu dentro de casa. Mas se deu graças a um novo tropeço
diante do
torcedor. Com Adriano e Vágner Love no time, o Flamengo até venceu a
Universidad de Chile em Santiago, por 2 a 1, no jogo de volta das quartas
de
final. Porém, a derrota por 3 a 2 uma semana antes, no Maracanã, pesou a favor da
La U. Era o ato final da geração que garantiu o título brasileiro do
ano anterior.
Por fim, em 2012, mudou o palco, mudou o estágio, e
repetiu-se
a história. A queda na primeira fase do time que tinha Ronaldinho Gaúcho
se
tornou emblemática por conta da vitória do Emelec sobre o Olimpia, no
Paraguai,
com um gol nos acréscimos que colocou um ponto final na festa que
jogadores
faziam no Engenhão após o placar de 3 a 0 sobre o Lanús. O resultado determinante
para a
eliminação, por sua vez, tinha acontecido rodadas antes, quando empatou
com os paraguaios por 3 a 3 após abrir vantagem de 3 a 0, no Engenhão.
Léo Moura e Paulinho acreditam em final feliz
Léo Moura é o único do elenco atual que esteve nas últimas três eliminações (Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)
Nesta
quarta-feira, o Flamengo entra em campo com apenas um
personagem em comum em todas essas tragédias: Léo Moura. Desta vez, o
experiente lateral-direito crê num final diferente e dá a receita para o
sucesso.
- Aqui no Flamengo, quando não dá no futebol, tem que ser no amor e
na raça. Assim que vai ser no Maracanã. Vamos buscar a chance de chegar a essa final - disse o capitão do time.
- O histórico vai nos ajudar. Não podemos cometer os mesmos
erros do passado. Vai servir de lição. Temos que entrar com força máxima, o
mais ligado possível. Vai ser um jogo decidido em detalhes. Quem errar menos,
vai sair com a vitória. Na minha cabeça, o time está confiante para uma decisão
com força total, ligado 100%. Tomara que possamos ser abençoados e nos
classificar - disse o jogador.
Júnior alerta: 'Paciência sem
marasmo, entusiasmo sem euforia'
Junior diz que torcida deve jogar no ritmo do time (Foto: Reprodução / Instagram)
Campeão da Libertadores em 1981, Júnior analisa a
pressão na qual a equipe entrará em campo na noite desta quarta. Apesar de o torcedor naturalmente
cobrar um Flamengo avassalador, o ex-lateral deixou claro que é preciso agir
com cautela, mas, ao mesmo tempo, se impor.
- O time precisa jogar com inteligência, ter paciência sem
marasmo, entusiasmo sem euforia. Principalmente, saber que terá 90 minutos
para ganhar de 1 a 0, lembrando que o adversário tem qualidades. Não pode se
deixar levar pela empolgação da torcida, que estará querendo ajudar desde o
primeiro segundo. Eles têm que ir junto com o ritmo do time - analisou Júnior
O atual comentarista da Rede Globo destacou importância do trabalho da comissão técnica
para evitar que a possibilidade de mais uma eliminação precoce na Libertadores
mexa com o psicológico dos jogadores. Para ele, uma queda não pode ser vista como
vexame. Por outro lado, a vaga tornará o Flamengo mais forte para o mata-mata.
- Quando se cria expectativa em relação à Libertadores,
qualquer eliminação tem consequência. Não acredito que possa ter uma conotação
de tragédia, além do fato de a comissão técnica estar fazendo um trabalho para
que a ansiedade não passe da normalidade. Por outro lado, sem dúvida, pelas
circunstâncias que essa classificação pode acontecer, será um aditivo muito
forte para o final do campeonato - disse.
Na terceira posição do Grupo 7, com sete pontos
conquistados, o Rubro-Negro precisa apenas despachar o León, em casa, para
avançar às oitavas de final da Libertadores. A partida começa a partir das
19h45m (de Brasília).
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