Transporte público agrada, mas violência na porta do estádio é ponto negativo. Voluntários se complicam para achar os assentos
Na estreia do Brasil na Copa das Confederações diante do Japão, o torcedor teve a primeira impressão do que vai - ou do que pode - vivenciar na Copa do Mundo. E no caminho até o Mané Garrincha, em Brasília, foi possível perceber o bom funcionamento dos ônibus antes do jogo, as longas - porém organizadas - filas depois da partida, apreensão por conta dos protestos nos arredores no estádio, filas gigantescas nos bares, muito desencontro e falta de informações por parte dos voluntários. E a certeza de que na balança entre prós e contras ainda pesa a necessidade de ajustes para o Mundial de 2014.
A reportagem do GLOBOESPORTE.COM viveu um dia de torcedor. E se deslocou até Sobradinho, a cerca de 25 quilômetros do Plano Piloto. Ali começou a jornada que se desenharia tranquila até o estádio. Todos os ônibus ganharam uma bandeirinha do Brasil como decoração. Por volta de 14h30m, horário já de grande movimento de pessoas e veículos, o percurso até a rodoviária de Brasília foi feito sem problemas, com uma rápida e leve retenção, mas nada que prejudicasse a viagem de 40 minutos.
Na rodoviária – local de saída de milhares de torcedores -, pontos negativos. Muita sujeira, desorganização, mas sem dificuldade para encontrar o ponto de onde saíam os ônibus que levam até o Mané Garrincha. O deslocamento foi gratuito e, apesar de veículos cheios de torcedores, o clima foi de extrema tranquilidade. A passagem de R$ 1,50 só não seria cobrada de quem portasse ingresso, mas as roletas foram liberadas
Na saída do Mané Garincha, torcedor tem mais tranquilidade do que na chegada (Foto: Janir Junior)
- Peguei metrô e depois ônibus. Foi bem melhor do que eu imaginava, sem nenhum tipo de problema. Tinha certeza de que seria pior – afirmou Gustavo Neto, que foi de Goiânia para Brasília assistir ao jogo.
Manifestação assusta crianças e torcida tem via-crúcis por informação
Na chegada, barulho, fumaça, correria e clima de apreensão. As manifestações do lado de fora do estádio – que terminaram em confronto com a polícia, com feridos e 16 presos – assustava os torcedores, entre eles muitas crianças.
- Foi pesado esse negócio. Manifestação no local errado e que coloca em risco quem não tem nada a ver – chiou Bruno Rodrigues, que levou o enteado Alexandre Henrique ao jogo e, além do Mané Garricha ao fundo, também viu a polícia montada aparecer na sua fotografia.
Torcedora Isadora Cristian se machuca no protesto em frente ao Mané Garrincha (Foto: Janir Junior)
Mas no meio do caminho havia uma pedra. Eram as gigantescas filas dos bares. Faltaram alimentos como cachorro-quente e, com a demora para conseguir uma ficha, torcedores perderam o gol de Paulinho logo nos primeiros minutos do segundo tempo.
Filas longas para ônibus e agressão de manifestantes
Com diversas saídas, o público, mesmo em grande número, caminhou tranquilamente ao fim do jogo, mas as pistas fechadas ao trânsito viraram um mar de gente, e os jardins de Brasília sofreram.
Reportagem
do GLOBOESPORTE.COM sai de Sobradinho para testar os transportes.
Ônibus funciona bem, apesar das longas filas. Gustavo Neto, torcedor de
Goiânia, pega ônibus depois do metrô e chega ao estádio. Wellinton
Santos prefere a bicicleta. Voluntários se complicam para encontrar
assentos (Foto: Janir Junior)
Ainda próximo ao estádio, cerca de 50 manifestantes seguiam condenando os gastos públicos investidos na Copa das Confederações.- Copa... não ligo, não. Quero saúde e educação! – bradavam.
Foi quando um torcedor passou exaltando a Copa e foi covardemente agredido. A confusão durou pouco, mas não pela intervenção da polícia, mas sim por amigos do torcedor agredido. Visivelmente exaltados, alguns dos manifestantes agiam de forma verbal agressiva com passantes.
Quem optou pelo ônibus para deixar o estádio teve que encarar longas filas, mas sem grandes transtornos, já que o fluxo de coletivos era grande. O ponto final de todas as linhas foi no terminal montado próximo à Torre da TV, a 700 metros do estádio. O metrô funcionou bem também. Táxis só puderam parar distante do Mané Garrincha.
Mais cedo, quem passeou e chegou tirando onda no estádio foi Wellinton Santos, com sua bicicleta e uma bandeirinha do Brasil.
- De bike é o jeito mais fácil e rápido de chegar – disse Wellinton.
O ciclista não se dispôs a pagar para ver o jogo. Chegou, mas não entrou. O dia de torcedor no Mané Garrincha teve suas variações. Pontos positivos e negativos. Até 2014 ainda será preciso pedalar para estar tudo em forma.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/dia-de-torcedor-no-mane-onibus-funciona-e-manifestacao-assusta.html
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