Em meio a medalhas e honrarias dos quatro cantos do mundo, 'Canhão da Vila' exalta homenagem recebida após título mundial do Santos, em 62
Pelo Santos, ele foi bicampeão mundial, bicampeão da Taça Libertadores,
pentacampeão brasileiro e 13 vezes campeão paulista. Com a camisa da
Seleção, fez parte dos times que venceram as Copas de 1958 (Suécia) e
1962 (Chile). O vitorioso currículo de José Macia, o Pepe, faz com que,
mesmo anos depois de registrar seu nome na história do futebol
brasileiro e internacional, o "Canhão da Vila" ainda receba homenagens
diversas, onde quer que vá - até fora do país. Mas, em meio a tantas
honrarias, é um busto de argila, que fica no canto esquerdo de seu
apartamento, em Santos, o presente que o ex-ponta-esquerda tem como mais
precioso, dentre os tantos já recebidos na carreira.
Pepe recebeu o presente há mais de 50 anos, quando ainda defendia o
Santos. Ao lado de Pelé, Coutinho e companhia, ajudou o Alvinegro a
conquistar o Mundial Interclubes de 1962, diante do Benfica, de
Portugal. No retorno ao Brasil, surgiu a consagração pessoal: o busto,
com seu rosto esculpido. Presente inesquecível, mais do que qualquer
outro, por se tratar do reconhecimento da torcida aos serviços prestados
na Vila Belmiro.
- A torcida do Santos era comandada pelo Jucir Campos, um grande alvinegro, infelizmente já falecido. Eu era considerado um jogador-símbolo do Santos, o "Menino de Ouro", como me chamavam. Eu já tinha 27 anos de idade. E eles (torcedores) me deram esse presente, que eu guardo com grande carinho. Isso não tem preço. É algo que estará gravado eternamente na lembrança da família Macia.
Segundo Pepe, a homenagem foi entregue na própria Vila Belmiro, diante
da torcida. E, ainda hoje, os detalhes do busto o surpreendem.
- Eles fizeram até as "entradinhas" no cabelo, pois eu já estava ficando calvo (risos)... Não há dinheiro que pague esse sentimento. Eu sou muito emotivo. Tenho muitas medalhas, mas esse troféu (busto) é, realmente, o mais importante que já conquistei. As homenagens que já recebi são todas importantes, mas essa foi da torcida. Significa o carinho do torcedor do Santos pelo Pepe, desde aquela época.
Memórias do Rasunda
A sala do apartamento em que Pepe mora é um verdadeiro "Memorial das
Conquistas". Nas paredes, quadros, pinturas e pôsteres de formações
antigas do Santos ou de equipes já dirigidas pelo ex-jogador, como a
Inter de Limeira campeã paulista de 1988 ou o São Paulo campeão
brasileiro de 1986. Não para por aí. Nas estantes, inúmeras fotos,
placas e homenagens diversas - a mais recente em Socorro, no interior de
São Paulo, onde passou o feriado de carnaval.
Chama atenção, contudo, uma das últimas honrarias recebidas pelo ídolo alvinegro, devidamente arquivada em um armário de vidro, próximo ao busto. Trata-se da medalha que Pepe recebeu em agosto último, antes do amistoso entre Brasil e Suécia, quando foi homenageado no Estádio Rasunda, em Estocolmo - palco do primeiro título mundial da Seleção, em 1958. Na ocasião, o "Canhão da Vila" (que foi banco na decisão) dividiu os holofotes com Pelé, Mazzola, Zito e oito jogadores da Suécia vice-campeã mundial.
- Foi incrível. Ficamos um dia, voltamos no outro. Mas valeu a pena. Aproveitei também para levar a minha esposa e dar um passeio (risos). Foi maravilhoso ser lembrado, ainda mais porque faz tanto tempo... Encontramos os componentes daquela Suécia, almoçamos juntos. Foi uma festa de Primeiro Mundo, do jeito que os suecos sabem fazer.
A ausência de um item comum nos arquivos de jogadores e ex-atletas,
porém, salta aos olhos no acervo de Pepe. Apesar dos 15 anos de carreira
dentro de campo (sempre no Santos), o "Canhão da Vila" admite não ter
nos armários camisa de nenhum rival ou dos próprios companheiros de
Peixe. Até o uniforme usado na decisão do Paulistão de 1955, quando o
ex-ponta marcou o gol que tirou o Alvinegro de uma fila de 20 anos sem
título, não está em seu poder.
- Naquela época, não havia troca de camisas. Eu tenho meia-dúzia (de camisas), mas que são de pouco tempo atrás, já como treinador, dos clubes pelos quais passei, como Guarani e Ponte Preta. Em 1955, dei a camisa do título para um grande amigo, já falecido. Mas isso (ficar com o uniforme) não era muito comum.
O que não diminui em nada a riqueza do Memorial que Pepe mantém, com zelo e carinho, dentro da sala de casa.
Pepe mostra, com orgulho, o busto que ganhou da torcida do Santos, em 1962 (Foto: Lincoln Chaves)
- A torcida do Santos era comandada pelo Jucir Campos, um grande alvinegro, infelizmente já falecido. Eu era considerado um jogador-símbolo do Santos, o "Menino de Ouro", como me chamavam. Eu já tinha 27 anos de idade. E eles (torcedores) me deram esse presente, que eu guardo com grande carinho. Isso não tem preço. É algo que estará gravado eternamente na lembrança da família Macia.
Segundo Pepe, o busto que o homenageia destaca até as 'entradas' da calvície' (Foto: Lincoln Chaves)
- Eles fizeram até as "entradinhas" no cabelo, pois eu já estava ficando calvo (risos)... Não há dinheiro que pague esse sentimento. Eu sou muito emotivo. Tenho muitas medalhas, mas esse troféu (busto) é, realmente, o mais importante que já conquistei. As homenagens que já recebi são todas importantes, mas essa foi da torcida. Significa o carinho do torcedor do Santos pelo Pepe, desde aquela época.
Memórias do Rasunda
Medalha que Pepe recebeu no Rasunda, em 2012, tem lugar especial no acervo (Foto: Lincoln Chaves)
Chama atenção, contudo, uma das últimas honrarias recebidas pelo ídolo alvinegro, devidamente arquivada em um armário de vidro, próximo ao busto. Trata-se da medalha que Pepe recebeu em agosto último, antes do amistoso entre Brasil e Suécia, quando foi homenageado no Estádio Rasunda, em Estocolmo - palco do primeiro título mundial da Seleção, em 1958. Na ocasião, o "Canhão da Vila" (que foi banco na decisão) dividiu os holofotes com Pelé, Mazzola, Zito e oito jogadores da Suécia vice-campeã mundial.
- Foi incrível. Ficamos um dia, voltamos no outro. Mas valeu a pena. Aproveitei também para levar a minha esposa e dar um passeio (risos). Foi maravilhoso ser lembrado, ainda mais porque faz tanto tempo... Encontramos os componentes daquela Suécia, almoçamos juntos. Foi uma festa de Primeiro Mundo, do jeito que os suecos sabem fazer.
Nas paredes, diversos quadros e fotos alusivas a carreira de Pepe (Foto: Lincoln Chaves)
- Naquela época, não havia troca de camisas. Eu tenho meia-dúzia (de camisas), mas que são de pouco tempo atrás, já como treinador, dos clubes pelos quais passei, como Guarani e Ponte Preta. Em 1955, dei a camisa do título para um grande amigo, já falecido. Mas isso (ficar com o uniforme) não era muito comum.
O que não diminui em nada a riqueza do Memorial que Pepe mantém, com zelo e carinho, dentro da sala de casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário