A CRÔNICA
por
Rodrigo Faber
O atual campeão mundial penou para conseguir um ponto em Bragança
Paulista. No seu primeiro jogo após a tragédia de Oruro, que resultou na
morte do garoto boliviano Kevin Douglas Beltrán Espada, atingido no
olho direito por um sinalizador marítimo, o Corinthians teve uma atuação
irregular, mas ao menos não perdeu. Foi por pouco. Com um gol de
pênalti aos 51 minutos do segundo tempo, marcado por Paolo Guerrero, o
Timão arrancou um empate em 2 a 2 com o Bragantino. Com o resultado, o
time de Tite se mantém no G-8, mas no último posto - em oitavo, com 14
pontos, um a mais que a equipe de Bragança. Alexandre Pato fez o
primeiro dos visitantes, enquanto Léo Jaime e Lincom marcaram para os
donos da casa.
Após um primeiro tempo sem gols, com chances quase exclusivamente corintianas, o Massa Bruta reagiu. Com um esquema tático que dificultou as coisas para o Timão, a equipe do interior abriu o placar com menos de um minuto na etapa complementar, sofreu o empate-relâmpago, mas não se abalou e fez o segundo. A vitória parecia garantida, até que, no último lance, o zagueiro Raphael Andrade meteu a mão na bola dentro da área, cometendo pênalti. Guerrero, que entrou no segundo tempo, bateu com precisão, decretando o 2 a 2 num jogo que teve como grande destaque a atuação de Pato. O ex-jogador do Milan se movimentou bastante, fez seu gol, teve chance para fazer muitos outros e reclamou de um pênalti não marcado no segundo tempo. Aos poucos, o atacante deixa claro que tem lugar no time titular do Timão, que jogou desfalcado de Emerson, Alessandro, Danilo e Jorge Henrique.
Timão começa melhor
Na primeira partida após a morte de Kevin Espada, na estreia corintiana na Taça Libertadores da América, o clima da equipe ainda era de luto. Antes do apito inicial, um minuto de silêncio foi respeitado por jogadores e torcedores presentes no estádio Nabi Abi Chedid. No braço esquerdo de cada um dos atletas do Timão, uma tarja negra em homenagem ao garoto.
Entre titulares e reservas, o Corinthians contava com três ex-jogadores do Bragantino: Felipe, Paulinho e Romarinho. Aplaudidos, eles foram presenteados pelo presidente Marco Chedid por conta do título mundial, conquistado em dezembro. Mas, como diz o ditado, "amigos, amigos - negócios à parte". Pelo lado esquerdo do gramado, Romarinho infernizava a vida dos zagueiros adversários, que paravam suas rápidas arrancadas com faltas a todo instante.
Se de um lado o Timão aproveitava o estilo corredor de sua dupla de ataque, do outro o Bragantino esbarrava em aspectos técnicos. Errando muitos passes, os donos da casa permitiram que Alexandre Pato chegasse duas vezes com perigo à área. Primeiro, chute cruzado, pelo lado direito, que parou nas mãos de Defendi, em bela defesa. Depois, finalização à queima-roupa, que por muito pouco não sobrou para Paulinho empurrar para a rede no rebote.
O truncado sistema defensivo do Braga, com três zagueiros e postura claramente cautelosa, não era problema para o Timão. O entrave de verdade eram as finalizações - falha apontada diversas vezes pelo técnico Tite. Dentro da pequena área, Romarinho perdeu mais uma boa oportunidade de abrir o placar, chutando na trave. Douglas e Fábio Santos também não acertaram a mira quando testados.
O goleiro Cássio teve de trabalhar em apenas um lance da etapa inicial: em lançamento longo para Malaquias, a zaga corintiana foi pega de surpresa, Edenílson também não alcançou o atacante adversário, e o camisa 12 saiu do gol para fazer boa intervenção.
Bragantino surpreende
O Bragantino passou os 45 minutos iniciais sem incomodar o Corinthians. Mas logo no primeiro minuto do segundo tempo, a surpresa: em cruzamento rasteiro pela direita, Léo Jaime finalizou dentro da área, no canto direito de Cássio, sem chances para o goleiro.
Dominadas por corintianos, as arquibancadas do estádio se calaram, mas a reação do Timão foi imediata. Em contra-ataque, dois minutos depois, Renato Augusto arriscou chute de fora da área. A bola desviou na zaga adversária e sobrou para o oportunista Alexandre Pato, sozinho, às costas dos três defensores, chutar forte e balançar a rede. Segundo jogo como titular do camisa 7, segundo gol pelo Corinthians.
Menos defensivo que no primeiro tempo, ainda que sob o mesmo esquema tático, o Bragantino passou a arriscar mais. E logo foi recompensado: em cobrança de falta de Diego Macedo, a defesa do Timão vacilou e Lincom completou. No reflexo, Cássio ainda conseguiu espalmar, mas a bola bateu na trave direita e entrou.
A marcação sobre a dupla de ataque do Corinthians se intensificou. Alexandre Pato sofria cada vez mais com as faltas, mas a equipe esbarrava na baixa criatividade de Douglas, ainda sem ritmo de jogo em 2013. O técnico Tite trocou o camisa 10 por Paolo Guerrero, recuou Ralf para colocar Guilherme no lugar de Paulo André, mas não obteve êxito.
O empate, porém, acabou caindo do céu, no último lance de jogo: após escanteio, o zagueiro Raphael colocou a mão na bola na área - pênalti, convertido com extrema precisão por Guerrero. Resultado justo para um time que, mesmo abalado e desfalcado, não deixou de lutar.
Após um primeiro tempo sem gols, com chances quase exclusivamente corintianas, o Massa Bruta reagiu. Com um esquema tático que dificultou as coisas para o Timão, a equipe do interior abriu o placar com menos de um minuto na etapa complementar, sofreu o empate-relâmpago, mas não se abalou e fez o segundo. A vitória parecia garantida, até que, no último lance, o zagueiro Raphael Andrade meteu a mão na bola dentro da área, cometendo pênalti. Guerrero, que entrou no segundo tempo, bateu com precisão, decretando o 2 a 2 num jogo que teve como grande destaque a atuação de Pato. O ex-jogador do Milan se movimentou bastante, fez seu gol, teve chance para fazer muitos outros e reclamou de um pênalti não marcado no segundo tempo. Aos poucos, o atacante deixa claro que tem lugar no time titular do Timão, que jogou desfalcado de Emerson, Alessandro, Danilo e Jorge Henrique.
saiba mais
O próximo jogo do Corinthians será pela Libertadores, quarta-feira, às 22h, contra o Millonários, da Colômbia, no Pacaembu - ainda sem saber se haverá ou não torcida, em função da punição da Conmebol.
Pelo Paulistão, o Timão encara o Santos, domingo, no Morumbi. Já o
Bragantino recebe o Atlético Sorocaba, sábado, em Bragança Paulista.
Jogadores fazem um minuto de silêncio em homenagem ao torcedor boliviano Kevin Espada, morto
durante jogo contra o San José, quarta-feira passada, em Oruro (Foto: Márcio Fernandes/Ag. Estado)
durante jogo contra o San José, quarta-feira passada, em Oruro (Foto: Márcio Fernandes/Ag. Estado)
Na primeira partida após a morte de Kevin Espada, na estreia corintiana na Taça Libertadores da América, o clima da equipe ainda era de luto. Antes do apito inicial, um minuto de silêncio foi respeitado por jogadores e torcedores presentes no estádio Nabi Abi Chedid. No braço esquerdo de cada um dos atletas do Timão, uma tarja negra em homenagem ao garoto.
Entre titulares e reservas, o Corinthians contava com três ex-jogadores do Bragantino: Felipe, Paulinho e Romarinho. Aplaudidos, eles foram presenteados pelo presidente Marco Chedid por conta do título mundial, conquistado em dezembro. Mas, como diz o ditado, "amigos, amigos - negócios à parte". Pelo lado esquerdo do gramado, Romarinho infernizava a vida dos zagueiros adversários, que paravam suas rápidas arrancadas com faltas a todo instante.
Se de um lado o Timão aproveitava o estilo corredor de sua dupla de ataque, do outro o Bragantino esbarrava em aspectos técnicos. Errando muitos passes, os donos da casa permitiram que Alexandre Pato chegasse duas vezes com perigo à área. Primeiro, chute cruzado, pelo lado direito, que parou nas mãos de Defendi, em bela defesa. Depois, finalização à queima-roupa, que por muito pouco não sobrou para Paulinho empurrar para a rede no rebote.
O truncado sistema defensivo do Braga, com três zagueiros e postura claramente cautelosa, não era problema para o Timão. O entrave de verdade eram as finalizações - falha apontada diversas vezes pelo técnico Tite. Dentro da pequena área, Romarinho perdeu mais uma boa oportunidade de abrir o placar, chutando na trave. Douglas e Fábio Santos também não acertaram a mira quando testados.
O goleiro Cássio teve de trabalhar em apenas um lance da etapa inicial: em lançamento longo para Malaquias, a zaga corintiana foi pega de surpresa, Edenílson também não alcançou o atacante adversário, e o camisa 12 saiu do gol para fazer boa intervenção.
Alexandre Pato teve boa atuação diante do Bragantino (Foto: Luis Moura/Agência Estado)
O Bragantino passou os 45 minutos iniciais sem incomodar o Corinthians. Mas logo no primeiro minuto do segundo tempo, a surpresa: em cruzamento rasteiro pela direita, Léo Jaime finalizou dentro da área, no canto direito de Cássio, sem chances para o goleiro.
Dominadas por corintianos, as arquibancadas do estádio se calaram, mas a reação do Timão foi imediata. Em contra-ataque, dois minutos depois, Renato Augusto arriscou chute de fora da área. A bola desviou na zaga adversária e sobrou para o oportunista Alexandre Pato, sozinho, às costas dos três defensores, chutar forte e balançar a rede. Segundo jogo como titular do camisa 7, segundo gol pelo Corinthians.
Menos defensivo que no primeiro tempo, ainda que sob o mesmo esquema tático, o Bragantino passou a arriscar mais. E logo foi recompensado: em cobrança de falta de Diego Macedo, a defesa do Timão vacilou e Lincom completou. No reflexo, Cássio ainda conseguiu espalmar, mas a bola bateu na trave direita e entrou.
A marcação sobre a dupla de ataque do Corinthians se intensificou. Alexandre Pato sofria cada vez mais com as faltas, mas a equipe esbarrava na baixa criatividade de Douglas, ainda sem ritmo de jogo em 2013. O técnico Tite trocou o camisa 10 por Paolo Guerrero, recuou Ralf para colocar Guilherme no lugar de Paulo André, mas não obteve êxito.
O empate, porém, acabou caindo do céu, no último lance de jogo: após escanteio, o zagueiro Raphael colocou a mão na bola na área - pênalti, convertido com extrema precisão por Guerrero. Resultado justo para um time que, mesmo abalado e desfalcado, não deixou de lutar.
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