A CRÔNICA
por
Cahê Mota
O título mundial será decidido no domingo, às 8h30m (de Brasília), em Yokohama, com transmissão ao vivo do SporTV e do GLOBOESPORTE.COM. Juan Mata, Fernando Torres e Darvin Chávez (contra) marcaram nesta quinta para o Chelsea, que teve em um David Luiz improvisado como volante um dos melhores em campo. Oscar, que vinha sendo reserva, também voltou ao time, deu passe de calcanhar na jogada do primeiro gol e teve boa atuação, assim como todo quarteto ofensivo com os espanhóis artilheiros da noite. O belga Hazard não marcou, mas foi um dos destaques (Ramires e Lucas Piazon não saíram do banco). De Nigris descontou para o Monterrey já aos 46 do segundo tempo.
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Da arquibancada, os jogadores do Corinthians observaram atentamente a
exibição dos rivais da decisão. Mas foram os corintianos anônimos que
deram show, como quem mandasse um recado de que a final de domingo não
será jogada somente dentro de campo. No domingo, Monterrey e Al-Ahly, do
Egito, jogam pela terceira posição às 5h30m (de Brasília), no mesmo
estádio.- Veja a tabela completa do Mundial
Mata corre para comemorar o primeiro gol: festa dos japoneses nas arquibancadas (Foto: AFP)
À primeira vista, o torcedor que viu o Chelsea em campo com três zagueiros e David Luiz mais adiantado pode ter estranhado e se perguntado qual era a intenção do técnico Rafa Benítez. Bastaram alguns minuto, porém, para a equipe dar a resposta em campo. Com o meio-campo dominado, os ingleses não davam espaços para o Monterrey e com três minutos já tinham desperdiçados três boas chances de gol, enquanto Petr Cech ainda não tinha trabalhado.
Logo aos quatro minutos, Oscar, titular novamente após três partidas, e Hazard fizeram boa tabelinha. Com corta-luz do brasileiro, o belga serviu Mata, que chutou para defesa de Orozco. Em seguida, foi a vez de David Luiz atacar de armador e servir Hazard. Frente a frente com o goleiro, ele chutou para fora.
Muito bem em campo, o camisa 17 chamava a responsabilidade e tirava gritos de admiração dos calados torcedores japoneses. Nada muito efusivo, somente um “oooh”, como quando balançou na frente de Mier e cruzou para Oscar dominar mal na marca do pênalti. Tamanha superioridade tornava o gol iminente. E se ele não saiu com Ivanovic em cobrança de escanteio, saiu em jogada bem tramada aos 17.
Improvisado como volante, David Luiz foi um dos
destaques em campo (Foto: Getty Images)
destaques em campo (Foto: Getty Images)
O imenso domínio do Chelsea em campo era observado por corintianos famosos e anônimos. Se o elenco de Tite acompanhava atentamente a partida munidos de lençóis para fugir do frio, centenas de torcedores se faziam perceber e gritavam a todo tempo: “Timão, eô! Timão, eô!”. Em determinado momento, até brincaram com David Luiz cantando “Doutor, eu não me engano, David Luiz é corintiano”, lembrando o passado de torcedor do zagueiro.
O zagueiro-volante, no entanto, parecia não dar ouvidos e era o melhor em campo. Preciso na marcação e nos passes, conduzia os Blues para o ataque, ou ao menos tentava. Em vantagem, os ingleses tiraram o pé do acelerador e não faziam mais tanta força para atacar. A postura chamou o Monterrey, que aproveitou-se dos vacilos de Azpilicueta para chegar pelas laterais. As investidas, por sua vez, sequer chegaram até Petr Cech.
Na melhor chance, De Nigris aproveitou cruzamento de Corona e cabeçou para fora no bico da pequena área. A partida acabou entrando em um ritmo monótono, ao ponto do centro das atenções ser Frank Lampard, ovacionado por todo estádio ao fazer aquecimento após o gol. O camisa 8 volta a ficar à disposição após dois meses se recuperando de lesão na coxa. Sem lances de perigo, a primeira etapa ainda teve a irritação de Hazard com a marcação mexicana antes do apito para o intervalo.
Tite e atletas do Corinthians no meio da torcida em Yokohama (Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)
Para não dar brecha para uma reação mexicana ou comentários de que passou por dificuldades, como o Corinthians diante do Al Ahly, o Chelsea voltou para o segundo tempo em ritmo acelerado e não precisou de mais do que dois minutos para resolver o jogo.
Aos 17 segundos, Hazard, sempre ele, fez boa jogada e serviu Torres, que chutou para marcar. A bola ainda desviou na defesa antes de balançar as redes: foi o quinto gol do espanhol nos últimos três jogos. Ponto para Rafa Benítez.
Já praticamente na saída de bola, o terceiro. Torres avançou bem pela esquerda e cruzou com estilo, de três dedos, para Mata no segundo pau. O camisa 10 tentou servir Oscar, sem goleiro, mas a bola desviou em Chavéz, que marcou contra: 3 a 0. Fatura liquidada.
Com o 3 a 0 na mão, o time inglês diminuiu o ritmo, mas acabou sendo punido com um gol: De Nigris, já aos 46. Os jogadores do Corinthians nem viram o lance, já que deixaram o estádio aos 40. Mas a Fiel comemorou o gol no estádio. O retorno ao palco da decisão da Copa do Mundo de 2002, quando o Brasil foi penta, está marcado para domingo. A missão corintiana é buscar o bi mundial contra o embalado Chelsea.
Oscar (11) comemora com os companheiros a vitória do Chelsea na semifinal do Mundial (Foto: Reuters)
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