Alguns o consideraram de bom nível técnico e outros, com altos e baixos, mas PC Caju critica atual 'futebol de guerreiros'. "Cadê chapéu e caneta?"
Palavra de quem sabe. Pode-se concordar ou não, mas é bom sempre respeitar a opinião daqueles que jogaram em um dos maiores times do planeta. A Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970 é saudada até hoje como sinônimo de futebol arte. As cenas de TV ou de cinema comprovam para quem não viu. Na última segunda-feira, no Prêmio Craque Brasileirão, ao receberem a homenagem da CBF e do governo brasileiro, que criou aposentadoria para os eternos ídolos, os eternos canarinhos opinaram sobre o nível técnico da principal competição do país.
Se alguns gostaram do rendimento das equipes, houve quem visse altos e baixos ou detestasse o campeonato. O ex-goleiro Félix preferiu celebrar a conquista do Fluminense. Campeão em 1970 do Robertão (Taça de Prata), título que o clube tenta reconhecer como Brasileiro, elogiou inclusive os três goleiros que a equipe de Muricy usou no campeonato - Ricardo Berna, Fernando Henrique e Rafael. Mas, ao contrário do Papel - como o paredão tricolor era conhecido -, Paulo Cézar Caju, que desfilou seu talento nos gramados em vários grandes clubes, inclusive na Máquina Tricolor bicampeã carioca de 1975-76, disparou a metralhadora giratória.
- Achei o campeonato horroroso, com futebol medíocre. Virou esporte de quem tem mais de dois metros de altura. Estamos numa fase de brucutus, jogadores guerreiros. A maioria das partidas teve mais de 100 passes errados. Vê se eles sabem dar um chapéu, uma caneta...Os dois maiores jogadores do Brasil nunca vingaram na Argentina, o Conca e o Montillo... Pô, eu vi Gérson, Rivelino, Didi e tantos outros meias fora de série, criativos. O único cara cerebral aqui é o Paulo Henrique Ganso - disse o ex-ponta-esquerda e meia, bicampeão carioca (1967-68) e campeão da Taça Brasil (1968) no Botafogo, campeão carioca no Flamengo (1972) e mundial interclubes no Grêmio (1983).
- O nível técnico foi baixo. Vi apenas três jogadores se sobressaírem... O Conca, o Montillo e o Neymar - disse o goeador do Brasil no México, campeão da Taça Brasil (1968) e bicampeão carioca pelo Botafogo (1967-68) e campeão da Libertadores pelo Cruzeiro (1976).
Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, também não ficou empolgado com a competição.
- Achei média. O Fluminense mereceu o título. Isso foi indiscutível. Mas o campeonato não foi como tivemos antes. No ano passado, a arrancada do Flamengo deu mais emoção. Agora, o primeiro colocado terminou com 70 pontos, um número baixo se compararmos com o do Cruzeiro, em 2003, que chegou aos 100 - disse, esquecendo-se de que, na época, a competição era maior, com 24 clubes, o que dava 46 jogos por equipe, em vez dos atuais 38.
O capitão do tri destacou Conca e o conjunto do Fluminense na campanha do título, para ele, bom para o futebol carioca, com dois campeões seguidos. Mesma opinião de Edu, ex-ponta-esquerda do Santos, que encantava o futebol brasileiro com seus dribles e também viu a competição atual com bons e maus momentos..
- O Flu foi campeão brasileiro porque foi o mais regular. Mas chegou a dar mole. Só que os outros também deram...
Grande xerife da zaga no futebol brasileiro nos anos 60 e 70, o ex-zagueiro Brito, que brilhou no Vasco, Flamengo e Botafogo, também se derreteu pelo craque argentino campeão pelo Tricolor carioca.
- Conca fez a diferença realmente e caiu no gosto da torcida. Isso mostra que a rixa entre Brasil e Argentina é só ali no campo, na hora em que a bola rola. Gostei de o Fluminense ter sido campeão, é bom aqui para o Rio. E achei o campeonato bonito, os torcedores se comportaram muito bem.
Reserva de Tostão na Seleção de Zagallo, Roberto Miranda, que junto com Jairzinho e Paulo Cézar foi bicampeão carioca e levou a Taça Brasil pelo Botafogo, teve opinião diferente dos ex-parceiros de ataque ao analisar o Brasileirão.
- Foi um bom campeonato, e gostei muito do Flu, especialmente do Ricardo Berna e do Conca, que acho com stilo bem parecido com o do Messi - disse o ex-atacante, que vê em Kléber, do Palmeiras, o mesmo jeito guerreiro com que brigava na área com os zagueiros. - Para atacante não tem bola perdida - disse o botafoguense, fã do uruguaio Loco Abreu.
Estamos na fase de brucutus, jogadores guerreiros"
Paulo Cézar Caju
- Achei o campeonato horroroso, com futebol medíocre. Virou esporte de quem tem mais de dois metros de altura. Estamos numa fase de brucutus, jogadores guerreiros. A maioria das partidas teve mais de 100 passes errados. Vê se eles sabem dar um chapéu, uma caneta...Os dois maiores jogadores do Brasil nunca vingaram na Argentina, o Conca e o Montillo... Pô, eu vi Gérson, Rivelino, Didi e tantos outros meias fora de série, criativos. O único cara cerebral aqui é o Paulo Henrique Ganso - disse o ex-ponta-esquerda e meia, bicampeão carioca (1967-68) e campeão da Taça Brasil (1968) no Botafogo, campeão carioca no Flamengo (1972) e mundial interclubes no Grêmio (1983).
Para Paulo Cézar Caju (C), que brinca com Ado (D), Brasileiro mostrou futebol medíocre. Félix (E) ainda comemora título brasileiro conquistado pelo Fluminense (Foto: Divulgação / CBF)
Visivelmente irritado com a organização do evento, enquanto aguardava, à esquerda das escadas principais do Teatro Municipal, o momento de entrar com os demais tricampeões para assistir ao evento - "Estamos aqui largados suando neste calor enquanto gente que nunca chutou uma bola está lá no ar-refrigerado" -, PC Caju ganhou o coro do amigo Jairzinho. Companheiro nos tempos de Botafogo e Seleção Brasileiro, o Furacão não ficou satisfeito com o Brasileirão.- O nível técnico foi baixo. Vi apenas três jogadores se sobressaírem... O Conca, o Montillo e o Neymar - disse o goeador do Brasil no México, campeão da Taça Brasil (1968) e bicampeão carioca pelo Botafogo (1967-68) e campeão da Libertadores pelo Cruzeiro (1976).
Carlos Alberto Torres, o capitão do tri, também não ficou empolgado com a competição.
- Achei média. O Fluminense mereceu o título. Isso foi indiscutível. Mas o campeonato não foi como tivemos antes. No ano passado, a arrancada do Flamengo deu mais emoção. Agora, o primeiro colocado terminou com 70 pontos, um número baixo se compararmos com o do Cruzeiro, em 2003, que chegou aos 100 - disse, esquecendo-se de que, na época, a competição era maior, com 24 clubes, o que dava 46 jogos por equipe, em vez dos atuais 38.
Conca fez a diferença. Achei o campeonato bonito, e a torcida se comportou bem"
Brito
- O Flu foi campeão brasileiro porque foi o mais regular. Mas chegou a dar mole. Só que os outros também deram...
Grande xerife da zaga no futebol brasileiro nos anos 60 e 70, o ex-zagueiro Brito, que brilhou no Vasco, Flamengo e Botafogo, também se derreteu pelo craque argentino campeão pelo Tricolor carioca.
- Conca fez a diferença realmente e caiu no gosto da torcida. Isso mostra que a rixa entre Brasil e Argentina é só ali no campo, na hora em que a bola rola. Gostei de o Fluminense ter sido campeão, é bom aqui para o Rio. E achei o campeonato bonito, os torcedores se comportaram muito bem.
Reserva de Tostão na Seleção de Zagallo, Roberto Miranda, que junto com Jairzinho e Paulo Cézar foi bicampeão carioca e levou a Taça Brasil pelo Botafogo, teve opinião diferente dos ex-parceiros de ataque ao analisar o Brasileirão.
- Foi um bom campeonato, e gostei muito do Flu, especialmente do Ricardo Berna e do Conca, que acho com stilo bem parecido com o do Messi - disse o ex-atacante, que vê em Kléber, do Palmeiras, o mesmo jeito guerreiro com que brigava na área com os zagueiros. - Para atacante não tem bola perdida - disse o botafoguense, fã do uruguaio Loco Abreu.
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