segunda-feira, 27 de setembro de 2010

BRASIL É O FAVORITO PARA GANHAR MUNDIAL MASCULINO DE VOLEI 2010 NA VISÃO DO EX-CRACK DA SELEÇÃO ITALIANA ZORZI

MUNDIAL MASCULINO DE VOLEI 2010

Em entrevista ao lance ex- jogador da seleção da Itália,
Zorzi demonstra simpatia e elegância.
Eis a integra da mesma:


Exclusivo: craque italiano analisa o Mundial de Vôlei

Andrea Zorzi é o Beckham do vôlei italiano (Foto: divulgação)
Andrea Zorzi é o Beckham do vôlei italiano 
Os italianos comparam Andrea Zorzi com o inglês David Beckham. Grande ícone da Azzurra na década de 90, o ex-atacante sempre foi carismático, arrastando pequenas multidões, mulheres em maior quantidade, por onde passava, principalmente no Japão. Foi também um dos primeiros jogadores de vôlei a fazer sucesso como garoto-propaganda. Guardadas as devidas proporções, Zorro, pode, sim, levar o rótulo de Spice Boy do Campeonato Mundial. Aos 45 anos, Zorzi dificilmente passa mais do que cinco minutos, em um lugar público, sem tirar uma foto, dar um autógrafo ou conceder uma entrevista. Sempre atencioso, ele atende a todos, ainda com a mesma postura que o transformou em ídolo. Em Verona, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao LANCENET!.
Mesmo aposentado há 12 anos, ele é um dos maiores especialistas do esporte atualmente. Zorzi é comentarista de rádio, TV e possui um blog no site da Federação Internacional. Respeitado por tudo o que mostrou em quadra, fala com autoridade do cenário internacional do vôlei moderno.
Que balanço você faz do Mundial até agora?
Estou surpreso positivamente pela organização. Antes de o Mundial começar, eu estava temeroso pelo que poderia acontecer. Uma competição em dez cidades diferentes, que não tinha um apoio maciço da mídia... Mas agora vejo que tudo está funcionando muito bem. É muito bom ver os ginásios lotados, a cobertura extensa nos jornais, rádios e TV´s, além de todos os países estarem satisfeitos com o que viram até aqui.
Você acompanhou a estreia da Itália, em Milão. Depois de muitos anos sem ganhar, a Azzurra carrega muita pressão e expectativa para ir bem em casa. Acredita no sucesso do time?
Todos sabemos que o grupo da Itália na primeira fase não é um mais fortes. Nos primeiros dez dias de competição, o time não enfrentará nenhuma outra grande seleção. E é isso que o Anastasi (Andrea, técnico) e os jogadores precisam ter claramente definidos: não adianta pensar lá na frente, mas sim jogo a jogo, um passo de cada vez. Não é preciso gastar tanta energia, pois a competição é longa e o que vale é a partir da terceira fase. Então, somente lá é que veremos se a Itália está realmente entre os grandes.
O Brasil vive uma situação inusitada, ao ter apenas um levantador pronto para jogar. Você viveu situação parecida na carreira?
Não me lembro de ter visto algo parecido em uma equipe de ponta do vôlei mundial. O mais perto disso que presenciei foi com a Itália, na época em que apenas um líbero poderia ser inscrito, e o Corsano teve problemas. Mas no caso do levantador é muito pior.
E o quanto isso pode atrapalhar o Brasil no Mundial?
É uma situação perigosa, porque o Bernardinho não poderá trocar o filho (Bruninho), já que ninguém tem habilidade para fazer bem a mesma função. Desta forma, mesmo que ele esteja jogando mal, não será substituído. Ficar sem o Marlon foi uma grande perda, pois é um jogador habilidoso e vinha em bom momento. Espero muito que ele se recupere e possa jogar no Mundial. Fiquei preocupado quando soube do problema de saúde do Marlon. Será um grande feito se o Brasil conseguir se superar somente com um levantador. Algo para fazer parte da História.
Você tem um favorito?
Apesar de tudo, o Brasil. Bernardinho tem uma equipe experiente, que sabe jogar competições importantes. O time não é o mesmo de três anos atrás e mesmo assim segue em alto nível, sempre inovando, apresentando jogadores novos, uma forma única de atuar.
E quem vem depois?
A Rússia. Fisicamente é um time impressionante. Não sei como até hoje não ganharam títulos nas principais competições. Os russos darão muito trabalho.
E onde entra a Itália?
Ela vem em um bloco grande, depois de Brasil e Rússia. Neste nível também estão outros seis, sete times, como Sérvia, Bulgária, Cuba, um time que é novo mas com muito potencial, Polônia, Estados Unidos. Talvez a Alemanha e também a França, que possuem equipes interessantes. É um Mundial com nível altíssimo, que deixa em aberto com que dez seleções possam ser campeãs. Por isso é mais difícil fazer prognósticos.
Existe um jogador fora de série, muito melhor do que os demais atualmente?
Não vejo ninguém. Vejo sim jogadores muito bons, que podem decidir todos os jogos e liderar suas seleções. Por exemplo o Kazyiski, na Bulgária, Miljkovic e Grbic, na Sérvia, Murilo, no Brasil. No vôlei atual, não vejo como alguém ir longe tendo apenas um grande jogador. Por isso o Brasil é um exemplo. Não ganhou tudo até hoje por ter apenas um grande nome. Era um time, todos se ajudavam. Ter vários bons jogadores é um dos segredos para vencer. Neste vôlei atual, com dez equipes brigando pelo título, não há espaço para apenas um fora de série, um astro maior. Veja a comparação com o futebol e o basquete. Temos alguns exemplos de que isso aconteceu. Maradona, que liderava a Argentina, Michael Jordan, na NBA... No vôlei não vejo exemplos assim. Quem não possui um time que colabora, se ajuda, não vai longe.
Você acompanha futebol? Gosta?
Não sou aquele de acompanhar diariamente, saber de tudo. Gosto um pouco, sei da importância, ainda mais aqui na Itália em que este esporte é uma religião. Tenho de admirar e saber a grandeza dele.
Quem é ele
Nome: Andrea Zorzi
Data e local de nascimento: 29/7/1965, em Noale, província de Veneza (ITA)
Apelido: Zorro
Altura: 2,01m
Clubes: Padua, Parma, Milan, Treviso e Macerata, tendo conquistado dois scudettos, duas Copas Itália, uma Liga dos Campeões da Europa e três Mundiais
Pela seleção: Estreou em 1986 e realizou 325 partida pela Azzurra. Os principais títulos foram os Mundiais de 90 e 94. Foi medalhista de prata na Olimpíada de Atlanta-96. Nas conquistas italianas na Liga Mundial de 90 e 91, foi eleito o melhor jogador. Ganhou ainda da Federação Internacional o prêmio melhor do ano em 91
Isto é Zorzi
- É o jogador com menos partidas disputadas a conseguir mais de seis mil pontos na Liga Italiana. Precisou de 213.
- Lidera o ranking histórico da competição na média de pontos por partida: 28
- Possui a melhor média de pontos em jogos de playoff na Liga italiana: 29
- Eleito para o time ideal do Século 20, em eleição da Federação Internacional
- Em 2007, Zorzi voltou a mostrar um pouco do seu talento nas quadras. Ele participou da primeira edição do Campeonato Europeu para jogadores acima de 40 anos. Além de ajudar a Azzurra a conquistar o título, batendo a Rússia, ele foi eleito o melhor jogador da competição. Repetiu o título em 2009.

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