Dono de gol mais bonito de 2015 ajudava na lanchonete da mãe e vendia panos
Agência Estado
Junto com o troféu que ganhou por ter feito o gol mais bonito de 2015, Wendell Lira trouxe da Suíça a convicção de que daqui para a frente vai
Em 2006, quando tinha 17 anos, ele chamou a atenção de olheiros do Milan. Mas o Goiás não quis vendê-lo, apostando que o menino ainda evoluiria muito e ficaria mais valorizado para ser vendido no futuro.
No mesmo ano, ele foi convocado para defender a Seleção Brasileira sub-19 na Copa Sendai, um
A explosão que o Goiás - e Wendell também - esperava não aconteceu. Duas contusões sérias no joelho e várias lesões musculares impediram Wendell Lira de confirmar na
Wendell começou a viver uma realidade enfrentada pela maior parte dos
Nos meses em que não havia campeonato para jogar, Wendell ajudava na lanchonete da mãe e vendia panos com um amigo. A diária de R$ 25 era o valor que lhe permitia comprar o leite e as fraldas da filha Marcela, que tem dois anos e dez meses. “Quando trabalhei com minha mãe tentei ser o melhor vendedor possível. Quando trabalhei dobrando pano, tentei ser o melhor dobrador de pano possível. E quando estou dentro de campo tento fazer o melhor possível também”, disse.
Com a camisa do Goianésia, ele fez o melhor possível para acertar a meia bicicleta que o consagraria internacionalmente. O gol eleito o mais bonito do mundo foi visto por apenas 342 pessoas numa noite chuvosa no Serra Dourada, mas dez meses mais tarde Wendell colheria os frutos, ao desbancar nada menos que Lionel Messi na cerimônia da Bola de Ouro. “Quando disseram o meu nome passou um filme na minha cabeça de tudo o que vivi. Eu não conseguia levantar.”
Ele foi recebido com festa pela torcida do Vila Nova-GO quando voltou ao Brasil, embora ainda não tenha sequer jogado pelo clube. Assinou contrato em novembro e vai estrear dia 31, contra o Goiás, na abertura do Campeonato Goiano.
A vitória de Wendell correu o mundo, mas ele não sabe se sua fama chegou aos ouvidos do seu pai, João Lira Neto, que vive numa região remota do Pará e não tem contato com a família há dois anos. Sua mãe, Maria Edileuza, vive com o segundo marido, Claudino Nepomuceno. E foi a ela, que nas entrevistas sempre repetiu que nunca deixou de acreditar que o filho faria sucesso no futebol, que ele dedicou o prêmio.
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