terça-feira, 25 de agosto de 2015

“Espírito” do Joinville prevalece em virada emocionante, diz PC Gusmão

Treinador acredita que a equipe demonstrou sua personalidade mesmo com o revés parcial diante do Fluminense. “Pode mais, mas sem passar por tanta emoção”, diz



Por
Joinville, SC



Aos 46 do segundo tempo na Arena Joinville, o coração da maioria dos mais de 12 mil torcedores parou de bater. Voltou quando foi decretado o 2 a 1 de virada sobre o Fluminense (veja os lances no vídeo). Além das arquibancadas, na área técnica ocorreu o mesmo. O técnico PC Gusmão "passou um cortado", mas gostou, obviamente. Porém, mais que um triunfo de virada, o treinador aponta que foi a alma do time que mais o satisfez. Evidente depois do placar parcial em prol dos visitantes nesta tarde de domingo.

- Apareceu no momento em que parecia haver um clima negativo, por ficarmos inferiorizados no placar, e mostramos o poder de reação. O time reagiu em 15 minutos. Mas não podemos esperar, tem que tomar ações, tem que ter imposição, saber jogar, tomar as rédeas do jogo, ficar com a bola no pé. Acho que prevaleceu o nosso espírito. Mesmo atrás no placar, o espírito foi outro após o gol. Mostra que pode mais e conseguir bons resultados, mas sem passar por tanta emoção – disse o treinador, aliviado, na entrevista coletiva minutos depois da vitória consumada em campo.

PC Gusmão Joinville (Foto: João Lucas Cardoso)
PC Gusmão, na coletiva após a vitória (Foto: João Lucas Cardoso)


O Joinville se reapresenta na tarde desta segunda-feira, às 15h. A equipe se prepara ao confronto das 21h15 para o Atlético-PR, na Arena da Baixada, pela Copa Sul-Americana. Na próxima rodada do Brasileirão enfrenta o Palmeiras, no domingo, fora de casa.


Confira os principais trechos da entrevista coletiva

Cara de lutar contra a degola- A gente conversou muito na concentração e preleção de como jogar na Série A, independente de local, a gente pode até sair atrás no placar, mas só não pode se entregar. Foi o que aconteceu, acho que é lógico que depois do gol teve o balde de água fria, até na torcida. Depois retomamos o jogo, começamos a trabalhar em velocidade, que é o nosso forte. Os dois gols foram em jogadas com os dois laterais. O Mario Sérgio fez e o Diego serviu, ele deu um sprint. Mostramos que a equipe tem que acreditar que estão preparados, para este tipo de jogo que foi e contra uma grande equipe. Tivemos paciência de tocar a bola e esperar. A gente não pode sair do que podemos fazer. Trabalhamos na limitação e cada um deu seu máximo. Foi uma vitória bacana, muito boa para todos nós, para a gente e torcida. O que fica mais marcante e é a participação de todo o grupo, do meu grupo de trabalho, os que estão no jogo, os do banco e o prazer de convivência, um torcendo pelo outro. Uma vitória nos faz acreditar que pode voar mais, mas com o pé no chão. O segundo gol mostrou o espírito solidário, o Diego fez a jogada, e poderia fazer o gol, mas tocou e serviu o (Ricardo) Bueno, que fez o primeiro gol.

Ricardo Bueno Joinville (Foto: Divulgação/JEC)Ricardo Bueno entrou e participou do gol da vitória (Foto: Divulgação/JEC)
Estreia de Ricardo Bueno


- O Fluminense estava marcando bem e não dava espaço. Falamos no intervalo e esperamos para ver se daria certo, mas optamos para mudar, aos cinco do segundo tempo. Trouxe o Naldo mais para trás, o Marcelinho (Paraíba) para articular e entrou o Bueno (na vaga de Kadu) para fazer a função de centroavante. Acho que passamos a ter uma chegada mais contundente com a referência que tanto falamos. Temos dois assim no grupo, no padrão que queremos. Tinha o Kempes como opção, mas optei pelo Bueno e ele foi feliz, ele ajudou a definir a partida.

Voltou à mentalidade do Brasileirão após tropeço na Sul-Americana- Não tenho nem um mês de trabalho, e o ambiente é muito bom, o que facilita. Mesmo depois de um resultado ruim, em que lutamos e não conseguimos, a gente sentou e conversou muito ainda na sexta com todo o grupo, no sábado já com os concentrados, à noite, e hoje (domingo) na preleção. Sentia que a resposta estava muito positiva, o que me dava um alento grande. O cinco de trás, o goleiro e linha de quatro, jogaram o tempo todo contra o Atlético-PR. Eu tinha medo de ocorrer algo, mas estava bem preparado. O trabalho tem sido muito capacitado.

Trocaram: Anselmo protege e Naldo aparece na frente
- Antes de conversar a gente vê os números e uns fatores me animaram. O Anselmo é um dos jogadores com mais roubadas de bola, e o Naldo mais ágil que Anselmo. Peguei eles também para articularem, com Naldo roubando e usando a velocidade. A gente passa alguns dados e eles estão demonstrando em campo. Acho que encaixaram, que deu liga e espero que continue assim. 

Outro gol sofrido na bola parada- Trabalhamos bem essa bola e havia preocupação com o Cícero. Entrou e temos que corrigir. Mas é melhor corrigir ganhando. Estamos ajeitando o posicionamento ainda. 

Marion vaiado- Botei ele para ser mais um agudo dos três enfiados. Ele não estava conseguindo se livrar da marcação, é um jogador leve. Começou a trabalhar a bola muito para trás. Mas a vaia não pode inibir, tem que usar para se motivar. Acho que foi fundamental porque colocou o Diego em condição de servir outro companheiro (terminou em gol contra). Tem que se levantar, se erra é tentando acertar. A gente está buscando, é um jogador que está mudando sua característica para servir ao elenco.

PC Gusmão Joinville (Foto: Divulgação/JEC)PC Gusmão, durante o jogo (Foto: Divulgação/JEC)


Mario Sérgio- Ele e o Arnaldo (também lateral-direito) são dois jogadores velocidade. O Mario tem facilidade de marcar, mais que Arnaldo, que gosta de atacar mais. Como jogamos com três atacantes, a primeira linha, a da defesa, tem que marcar mais. O Marcio conhece mais o clube, está mais adaptado também. Quando cheguei estava lesionado, e quando se recuperou entrou e fez bons jogos. Falo para ele que, se tiver espaço, pode sair. Mas a primeira e principal tarefa é marcar. Se os laterais saem alternadamente, melhor, mas tem marcar. Não sai se tiver um cara ali. O Mario faz bem as duas funções. 

Poupar jogadores no jogo da Sul-Americana- O Santos perdeu jogador, o Corinthians perdeu jogador, outros times perderam atletas para a sequência, como o Fluminense hoje, com o Fred. É desgastante e você quer ganhar sempre. Mas se usa sempre a mesma equipe para tudo, vão sentir. A gente tem maratona de jogo até o dia 20 de setembro, é humanamente impossível manter isso. O repouso é necessário e vão entrar os jogadores que estiverem mais inteiros.


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