quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Botafogo pressiona e vence, mas Palmeiras se classifica no sufoco

Alvinegro faz 3 a 1, impõe 15 minutos de sufoco no fim, mas é o Verdão que avança às oitavas da Copa Sul-Americana graças a gol fora de casa

A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM

O Botafogo lutou, pressionou e venceu, mas não levou a vaga às oitavas de final da Copa Sul-Americana. Com um golzinho que fez toda a diferença, o Palmeiras se classificou mesmo perdendo por 3 a 1 nesta quarta-feira, no Engenhão, pelo jogo de volta da primeira fase da competição internacional. Mesmo com todo o sufoco, o Verdão se classificou graças à vitória por 2 a 0 na partida de ida e o gol marcado fora de casa – critério de desempate no torneio. O time de Luiz Felipe Scolari aguarda o vencedor do confronto entre Guarani, do Paraguai, e Millonarios, da Colômbia, que farão o primeiro jogo no dia 30, e o segundo, em 19 de setembro.
Emoção não faltou na partida, que merecia público bem maior no Rio de Janeiro – apenas 2.434 pagantes compareceram ao Engenhão. O Botafogo abriu o placar com Seedorf (após receber passe de Lucas, impedido), sofreu o empate com Patrik, marcou dois gols no segundo tempo e fez 15 minutos insanos no fim. Pressão total, bolas choradas, finalização na trave. Sem sucesso.

Cheio de desfalques, o Verdão continua sua maratona entre Sul-Americana e Campeonato Brasileiro, buscando alternativas para se virar. Nesta quarta, a classificação heroica veio com 12 desfalques e apenas cinco jogadores no banco de reservas. O Botafogo, por outro lado, foca no Campeonato Brasileiro para buscar uma vaga na Libertadores.

As duas equipes terão clássicos no fim de semana, válidos pela última rodada do primeiro turno do Brasileirão. O Palmeiras recebe o Santos no sábado, às 18h30m (de Brasília), no Pacaembu. O Botafogo enfrenta o Flamengo no domingo, às 16h, no Engenhão.

Obina Palmeiras e Fabio Ferreira Botafogo (Foto: EFE)Obina, do Palmeiras, protege a bola de Fabio Ferreira, do Botafogo (Foto: EFE)
Seedorf dá esperanças; Barcos também

A torcida do Botafogo não parecia acreditar tanto na virada. O Engenhão vazio facilitou a vida do Palmeiras, que, sem pressão, fez o que dele se esperava: segurou o jogo de forma inteligente, o máximo que pôde. Com Brinner na zaga ao lado de Antônio Carlos e Fábio Ferreira, o técnico Oswaldo de Oliveira queria ter mais altura nas bolas aéreas e, na mesma tacada, liberar os laterais Lucas e Lima para o ataque. O problema é que Juninho e Patrik caíram nas costas dos alas, impedindo qualquer avanço.


Com oito desfalques por lesões e apenas quatro jogadores de linha no banco de reservas (mais o goleiro), Felipão quebrou a cabeça e teve de armar um time mais conservador e trancado na defesa. Pela direita, o zagueiro Román fez a função de lateral, ajudado por João Vitor. E com o Botafogo insistindo nas jogadas pelo meio, a marcação se encaixou rapidamente. Nem mesmo Seedorf escapou. Sempre vigiado, o holandês apareceu em duas faltas cometidas – uma em João Vitor, outra em Barcos.

Patrik e Andrezinho, Botafogo x Palmeiras (Foto: Agência EFE)Patrik, mesmo marcado por Andrezinho, faz o gol
do Palmeiras (Foto: Agência EFE)
O time alvinegro trocou, trocou e trocou mais passes, mas sem levar perigo ao goleiro Bruno. Do outro lado, o carrasco Barcos começou a gostar do jogo. Com quatro gols em dois jogos contra o Botafogo, o Pirata se sentiu em casa no Engenhão e se deu ao luxo de tentar mais um golaço. Com Jefferson adiantado, o atacante tentou uma bomba da intermediária e a bola passou muito perto da trave esquerda do goleiro. Ao lado de Obina, Barcos prendeu os três zagueiros na defesa e impediu uma pressão maior do rival.

Mesmo naquele ritmo meio travado, meio receoso, o Botafogo conseguiu abrir o placar em um apagão geral - da defesa palmeirense e do árbitro auxiliar Márcio Eustáquio Santiago. Aos 34 minutos, Lucas recebeu sozinho na entrada na área, em posição de impedimento, e rolou para Seedorf empurrar para o gol, sem goleiro: 1 a 0 Botafogo. A reclamação alviverde contrastou com a esperança alvinegra, renovada graças ao craque holandês.

No primeiro tempo, a posse de bola foi quase toda botafoguense: 62% a 38%. Mas a empolgação na busca pelo segundo gol custou caro ao time da casa. Em dois contra-ataques, um “quase golaço” e o empate palmeirense. De bicicleta, Obina exigiu defesaça de Jefferson. Na sequência, Barcos, de novo, decidiu. Autor dos últimos sete gols do Verdão, desta vez ele foi garçom. Aos 43, com um passe que tirou três marcadores da jogada, o Pirata deixou Patrik na boa para marcar: 1 a 1. E o botafoguense, antes empolgado, repetiu o script de outros jogos e pediu a saída de Oswaldo de Oliveira.

Reação insuficiente

Precisando de três gols e com 45 minutos pela frente, o Botafogo voltou ligado, sem deixar o Palmeiras respirar. Lodeiro deu mais movimentação ao meio-campo, confundindo a já cansada defesa do rival. Seedorf conseguiu encontrar mais espaços. Deixar o holandês livre para criar chega a ser loucura. Na primeira chance que teve, deu passe perfeito para Renato, que avançou sem ser incomodado e tocou na saída de Bruno: 2 a 1 Botafogo, aos 11 minutos.

Renato, Botafogo x Palmeiras (Foto: Agência EFE)Renato avança e faz o segundo gol do Botafogo no Engenhão (Foto: Agência EFE)

A pressão aumentou, e Oswaldo lançou o garoto Cidinho, habilidoso e veloz. Lodeiro foi para a lateral esquerda, e o Alvinegro só atacou. Teve bola pipocando na área sem ninguém chegar, bola na cabeça de Fábio Ferreira, e bola na trave acertada por Elkeson, que atuou como centroavante após a saída de Rafael Marques. Felipão tirou os cansados Obina e Román, colocou os renovados Betinho e Luiz Gustavo.


As modificações não surtiram efeito, os espaços só aumentaram, e o terceiro gol saiu com naturalidade. Parecia que o Botafogo tinha jogadores a mais em campo. Lodeiro, por exemplo, se multiplicou. Aos 27, fez lançamento preciso da esquerda para a direita, e enquanto Lucas se ajeitava para cruzar rasteiro, o uruguaio avançava como um raio pelo meio. Ele só foi visto na pequena área, tocando de leve na bola e tirando de Bruno: 3 a 1. Primeiro gol de Lodeiro com a camisa alvinegra.

Os botafoguenses se multiplicaram também nas arquibancadas. As músicas que ecoavam pelo Engenhão serviram de injeção de ânimo para o time, que pressionou de todo jeito, e até com consciência, tocando a bola e buscando mais espaços. A melhor chance, porém, foi no contra-ataque alviverde, em lindo passe de Betinho para Barcos, que chutou para fora. Lá atrás, o ferrolho de Felipão conseguiu segurar o rival. Travou Cidinho, impediu cabeçada de Elkeson, deu chutão e tudo. A vitória é do Botafogo, mas a vaga é alviverde, na raça e no sufoco.

Lodeiro, Botafogo x Palmeiras (Foto: Agência EFE)Lodeiro fez o terceiro do Botafogo, mas foi insuficiente (Foto: Agência EFE)
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