Walkiria Oliveira é responsável pela instalação das eletrocalhas e diz que vive um momento muito especial por ajudar na reforma do estádio
Quando a construção do Maracanã teve início, no dia 2 de agosto de
1948, era quase impossível, devido aos diferentes costumes da época,
encontrar mulheres trabalhando na rua, muito menos em obra tão
gigantesca como a do estádio. Normalmente, elas ficavam em casa cuidando
da família, e a “Copa” tinha um significado bem diferente. Hoje, na
reforma do estádio, a situação é outra. Cerca de 170 operárias se
destacam e se deliciam com o sonho de fazer parte do grupo que entrará
para a história depois de deixar o complexo modernizado para o Mundial
de 2014.
Até dezembro de 2012, elas assumem a posição de eletricistas, pedreiras, carpinteiras, pintoras e soldadoras para transformar o Maracanã num estádio mais confortável e seguro. As roupas, o capacete e as ferramentas são as mesmas utilizadas pelos homens, mas as mulheres têm um diferencial: o capricho, o cuidado no acabamento e a limpeza são qualidades típicas da força de trabalho feminina.
Dentre todas elas, destaca-se Walkiria Oliveira, de 33 anos. Ela entrou na obra por meio do curso Mão na Massa, do Senai, que tem parceira com o Consórcio Maracanã. Agora, ela se orgulha de ter seu primeiro trabalho de carteira assinada.
- Achei que seria complicado, mas vi que é bem tranquilo. Algumas
meninas me alertaram por ser uma profissão masculina, só que aqui as
pessoas têm sido bem legais mesmo. Hoje em dia, é que nem "salão
unissex": em qualquer profissão, há mulheres participando. E eu encaro
tudo, não deixo de fazer, nem tenho medo de perguntar. As únicas
brincadeiras acontecem quando eu pego algo para fazer e alguém grita:
"Se afasta, porque ela vai botar fogo em tudo!" (risos). Estar aqui me
motiva, vivo um sonho todos os dias. É um trabalho que dá muito orgulho
para cada um. Poucas vezes se tem a chance de fazer parte de uma obra
tão importante. Estou feliz por Deus ter reservado isso para mim – disse
Walkiria, contratada em fevereiro deste ano.
Porém, antes de tentar a sorte na vida como eletricista, Walkiria tinha o sonho bem diferente: ser esportista. Criada na Mangueira, ela fez parte da equipe de atletismo da Vila Olímpica da mesma comunidade. Depois, começou a jogar futebol e, por ser “impedida” de se transferir para o Vasco, resolveu abandonar a carreira.
- Minha vida é ligada ao esporte, fiz atletismo, aqui mesmo no Célio de
Barros (Complexo de Atletismo do Maracanã), dos dez aos quinze anos.
Competia no revezamento quatro por cem e nos cem metros rasos pela
Mangueira e era boa (risos). Depois, joguei futebol pelo Campo Grande.
Mas abandonei quando eles me impediram de ir para o Vasco, que me
queria. Poderia passar a receber um salário, mas não fico frustrada.
Jamais imaginei voltar ao esporte, o que de certa forma está
acontecendo. Já tinha trazido minha filha (Thyphany) na estreia do
Adriano, pelo Flamengo, e fico feliz que ela diga para as amigas, com
orgulho, que a mãe dela trabalha na reforma do Maracanã. É um prêmio -
diz ela, referindo-se à vitória do time carioca por 2 a 1, com dois gols
do Imperador, sobre o Atlético-PR, no dia 31 de maio de 2009.
As mulheres dominaram mesmo o Maracanã no Pan-Americano de 2007. Pelo torneio de futebol, o Brasil ganhou a medalha de ouro ao vencer na final os Estados Unidos por 5 a 0, gols de Marta (2), Cristiane (2) e Daniela Alves. No mesmo ano, a craque Marta foi a primeira mulher a deixar sua marca na Calçada da Fama.
Confira algumas imagens atualizadas das obras do Maracanã:
Walkiria Oliveira é eletricista na obra de reforma do estádio do Maracanã - Walkiria (Foto: André Durão)
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Até dezembro de 2012, elas assumem a posição de eletricistas, pedreiras, carpinteiras, pintoras e soldadoras para transformar o Maracanã num estádio mais confortável e seguro. As roupas, o capacete e as ferramentas são as mesmas utilizadas pelos homens, mas as mulheres têm um diferencial: o capricho, o cuidado no acabamento e a limpeza são qualidades típicas da força de trabalho feminina.
Dentre todas elas, destaca-se Walkiria Oliveira, de 33 anos. Ela entrou na obra por meio do curso Mão na Massa, do Senai, que tem parceira com o Consórcio Maracanã. Agora, ela se orgulha de ter seu primeiro trabalho de carteira assinada.
Estar aqui me motiva, vivo um sonho todos os dias"
Walkiria Oliveira
Porém, antes de tentar a sorte na vida como eletricista, Walkiria tinha o sonho bem diferente: ser esportista. Criada na Mangueira, ela fez parte da equipe de atletismo da Vila Olímpica da mesma comunidade. Depois, começou a jogar futebol e, por ser “impedida” de se transferir para o Vasco, resolveu abandonar a carreira.
Walkiria trabalha no Maracanã (Foto: André Durão)
As mulheres dominaram mesmo o Maracanã no Pan-Americano de 2007. Pelo torneio de futebol, o Brasil ganhou a medalha de ouro ao vencer na final os Estados Unidos por 5 a 0, gols de Marta (2), Cristiane (2) e Daniela Alves. No mesmo ano, a craque Marta foi a primeira mulher a deixar sua marca na Calçada da Fama.
Confira algumas imagens atualizadas das obras do Maracanã:
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