terça-feira, 2 de novembro de 2010

Seleção Brasileira de Vole feminino segue invicta no Mundial do Japão

CAMPEONATO MUNDIAL DE VOLEI FEMININO 2010

Sem alegria, seleção joga mal, mas confirma a quarta vitória no Mundial

Vibração, que foi determinante contra Holanda, não aparece em quadra no triunfo por 3 sets a 0 sobre Porto Rico. Zé Roberto chama o jogo de 'horrível'

Por Mariana Kneipp Direto de Hamamatsu, Japão
Depois da vitória por 3 sets a 0 sobre a perigosa Holanda, uma série invicta de três jogos no Mundial e diante de uma equipe que não intimidava, a torcida esperava que o Brasil fizesse um jogo tranquilo contra Porto Rico. Não foi o que aconteceu. O triunfo em sets diretos veio novamente (25/20, 25/18 e 25/20), mas a alegria, que havia comovido o público em Hamamatsu, no domingo, não apareceu em quadra nesta terça-feira. Sem vibração, a seleção, que está classificada para a segunda fase, jogou mal, mas manteve a invencibilidade no campeonato.
Sheilla vence o bloqueio da portorriquenha Aurea Cruz observada por FabíolaSheilla vence o bloqueio da portorriquenha Aurea Cruz observada por Fabíola (Foto: Divulgação / FIVB)


Mais acionada no primeiro set, Natália foi a maior pontuadora do jogo, com 15 acertos. No lado de Porto Rico, Aurea Cruz somou 11, mas a equipe da América Central também ganhou 22 pontos em erros do Brasil.

O Brasil tem pouco tempo para se reencontrar. A alegria e o bom jogo têm que voltar em pouco mais de 24 horas. Na manhã desta quarta-feira, terá pela frente o maior desafio da primeira fase. A adversária será a Itália, a partir das 7h (de Brasília).

Natália domina ataque no primeiro set; Thaisa e Sheilla discutem
A escalação era a mesma que começou o jogo contra a Holanda, mas não parecia. Um time apático, que não vibrou em quadra, se apresentou para o duelo desta terça-feira. Cruz, a principal jogadora de Porto Rico, foi a primeira a sacar. Recepção brasileira, e ponto de Sheilla.
Sheilla Fabi Adenízia Mundial de vôlei Brasil x Porto RicoAdenízia (dir) em um dos poucos momentos de
vibração da equipe (Foto: Divulgação/FIVB)
Fabíola explorou muito pouco a oposta na parcial e tentou, com Fabiana pelo meio, também sem sucesso. A capitã não conseguiu ter o mesmo desempenho da última partida, e a seleção acabou perdendo cada vez mais a vibração em quadra. Ao ponto de chegar a ter uma pequena discussão. Thaisa subiu para bloquear e olhou para trás, esperando que Sheilla alcançasse a bola, o que não aconteceu. Com isso, a central disse “Vai, Sheilla!”, com um tom de decepção pela jogadora não ter se esforçado. No ponto seguinte, ela tentou se justificar com a companheira, antes de subirem juntas na rede para tentar parar Cruz e falharem novamente. A frustração era visível.

Porto Rico deu trabalho, não deixando a vantagem passar de dois pontos em quase todo o primeiro set. Mas o Brasil tinha Natália. A ponteira foi a única em quadra que conseguiu virar a maioria das bolas. Sem opção de Fabiana e Sheilla, que não estavam bem no jogo, Fabíola escolheu não distribuir as jogadas e apostou na bola de segurança, dando a maior responsabilidade do time para a mais jovem do grupo. Deu certo: 11 pontos de Natália, e vitória da seleção por 25 a 20.

Thaisa abre vantagem no saque

No segundo set, porém, Natália parou de pontuar. Marcou apenas um ponto. Sheilla, Jaqueline e Fabiana foram mais acionadas e voltaram ao jogo - de forma tímida. O destaque ficou por conta de Thaisa, que foi para o saque ao acertar uma bola no meio de rede e somou mais dois ao placar.

Porto Rico começou a errar mais. Cruz, apagada na partida, não dava tanto trabalho à defesa brasileira. Sorte para a equipe verde-amarela, porque recepção e bloqueio não funcionaram bem nesta terça. Zé Roberto tirou Fabíola e Sheilla de quadra, substituindo-as por Dani Lins e Joycinha. A vibração continou fraca, mas a vitória veio pela mão de Thaisa: 25 a 18.

Zé Roberto: 'O jogo está horrível'

Na volta para o set decisivo, a seleção fez 4 a 1 no placar e abriu caminho para mais uma vitória tranquila. Do outro lado, Cruz melhorou e ajudou Porto Rico a dificultar o quarto triunfo brasileiro no Mundial. Mas não foi suficiente. Continuava a errar muito e a dar pontos de graça para o Brasil.

Zé Roberto não gostava do que via em quadra e gritou: “O jogo está horrível, vamos para cima!”. Na sequência, Fabíola acertou um ace e iniciou a contagem para a diferença de seis pontos no marcador. Fernanda Garay e Adenízia entraram em quadra, mas foram pouco acionadas por Fabíola, que levou uma bronca do técnico quando o placar estava 20 a 16, por um erro de levantamento. No ataque de Garay, a seleção fechou a partida morna e garantiu a quarta vitória no Mundial do Japão.

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