sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rodrigão fala em inveja, e Giba afirma que time superou 'palhaçadas' na Itália

Jogadores lembram que italianos fizeram de tudo para que Brasil não fosse tri

Por João Gabriel Rodrigues Guarulhos, São Paulo
Na bagagem de volta da Itália, além do troféu, um exemplo de superação. Nesta terça-feira, na chegada da seleção brasileira ao país, os jogadores tricampeões mundiais lembraram das dificuldades enfrentadas durante a competição. Pressão, empecilhos e torcida contra que foram deixados para trás. A sensação, para eles, é de terem vencido uma batalha, o que engrandece a conquista. Na opinião de Giba, foram "palhaçadas" superadas à base da raça.
vôlei giba murilo bruninho troféu medalhasMurilo, Giba e Bruninho posam com medalhas e troféu do Mundial (Foto: Gaspar Nobrega / Vipcomm)
- Que me desculpem o termo, mas enfrentamos algumas palhaçadas que precisamos falar. Como o fato do levantador, o Maurizio Latelli, que treinou com a gente e o time de Verona ser multado por causa disso. Ou o nosso preparador ter que correr atrás de academia porque os italianos achavam que a que a gente treinava era muito boa. Ou brigar no restaurante para que a gente pudesse ter as mesmas opções que as outras seleções tiveram. Essas dificuldades nós passamos lá e passamos juntos. Isso deixa o gosto melhor. Em nenhum momento tivemos dúvida de que seríamos campeões mundiais.

Para Rodrigão, a pressão italiana era algo previsível, e os problemas enfrentados eram frutos de inveja. Afinal, o título brasileiro igualaria o número de conquistas da época de ouro da seleção da Itália.
- Antes de conquistarmos, era normal a pressão porque eles eram tri e nós estávamos buscando esse título. Sentíamos inveja e fizeram de tudo para perdermos o título. Nós temos a Olimpíadas, e conquistamos o tri, que era igualar a geração de ouro deles. Era questão de inveja mesmo. Mas se fosse no Brasil, ia ser o mesmo, seria normal, íamos torcer contra. É normal você torcer pelo país que você cresceu.
Eleito melhor jogador do Mundial, Murilo diz entender a pressão italiana. Afirma que, caso o campeonato fosse aqui, a torcida brasileira faria o mesmo com os adversários. Mas lembra que a equipe teve maturidade para vencer os desafios.
- Desde que nós chegamos a Verona, sabíamos que estavam todos contra. Todo campeonato está sendo assim, e não ia ser diferente no Mundial. Lógico que a gente tenta se unir mais a cada problema, seja uma matéria em um jornal italiano, ou um torcedor na arquibancada. Sempre tentamos levar isso para nos unir. Uma derrota sempre nos faz questionar. A derrota para a Cuba também nos fez juntar.
Presidente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ary Graça também elogiou o comportamento da seleção na Itália.
- Estou extremamente feliz por mais uma vez sermos campeões. Aquilo ali foi uma guerra, uma batalha. Esses garotos souberam combater e o fizeram de maneira brilhante. Só tenho elogios a esses jogadores.

 

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