Após três vice-campeonatos, sérvio consegue o título em Paris e completa o "Career Slam", entrando para seleta lista; no fim, repetiu gesto do brasileiro como homenagem
Novak Djokovic posa com o troféu campeão de Roland Garros, seu primeiro título no torneio francês (Foto: Reuters)
Antes mesmo do início do torneio, em uma ação com uma patrocinadora de Guga e Djokovic, o sérvio havia confessado que o gesto do coração em Roland Garros era uma das lembranças mais marcantes de sua vida. E, assim, pediu permissão ao brasileiro para que pudesse repetir o desenho caso conquistasse o torneio pela primeira vez. Sem titubear, Guga autorizou Djoko a repetir o seu gesto e esteve, neste domingo, nas tribunas da Philippe-Chatrier para acompanhar o jogo. O tricampeão no saibro francês se emocionou com a homenagem, e depois brincou com o sérvio.
- O meu desenho foi um pouco melhor, eu vou dizer a ele "você ainda precisa melhorar muito" - disse Guga em entrevista à Reuters, para depois complementar - Ele está ficando ainda mais próximo de Roger (Federer). Dentro de um ano ou dois, vamos vê-lo com uma chance real de chegar ao número de slams (Federer tem 17 e Djoko 12) e ele é capaz de ficar melhor a cada ano.
A emoção de Djokovic, deitado sobre a
quadra de saibro e o coração
desenhado (Foto: Reuters)
+ Veja como foi a chave de Roland Garros até a decisão
+ Entre as mulheres, Garbiñe Muguruza vence Serena Williams e conquista o título
O jogo
Os três minutos deram uma falsa impressão de que Novak Djokovic comandaria a partida diante de Andy Murray. Sem ceder um ponto sequer, ele quebrou o britânico dando show em drop shots. Porém, logo no game seguinte, a história começou a mudar. Murray devolveu na mesma moeda, usou de drop shots e de um lindo lob para quebrar de volta e passou a mandar no jogo. Com um número muito baixo de erros, ele via o sérvio se complicar e abriu vantagem em nova quebra no quarto game, fazendo 4/1 na sequência ao confirmar seu serviço. De cabeça baixa, Djokovic parecia sentir o momento e, nem mesmo o apoio dos torcedores franceses, mudaram o panorama do primeiro set. Vibrante, Murray não baixava o nível e incomodava o número 1 a cada ponto, até conseguir fechar o set em 6/3.
Andy Murray começou bem, mas diminuiu o ritmo e viu Djokovic atropelar nos outros sets (Foto: AP)
O sérvio já vibrava mais e manteve o alto nível, não deixou o rival respirar, conseguindo mais uma quebra e, dominando a rede de forma arrasadora, empatou a partida com um 6/1 na parcial.
O alto nível de Djokovic seguiu no início da terceira parcial. Incomodando bastante o saque de Murray, ele chegou ao duplo break point e conseguiu a quebra no terceiro game com um erro crasso do britânico na rede. O britânico pareceu se perder em quadra. Mudou o estilo de jogo e buscou arriscar mais. Os erros se somavam e abriam caminho para Djokovic, que conseguiu uma segunda quebra no quinto game em uma deixada espetacular, fazendo 4/1. O número 1 do mundo chamou o público e sentou no banco já vibrando bastante. Porém, não dava para comemorar antes da hora. Djokovic precisou de muito controle para salvar nada menos que quatro break points no game seguinte. Ele ainda contaria com uma marcação errada do juiz no último ponto, que viu bola fora de Murray, para fazer 6/2 no set.
Empurrado pela torcida, que não parava de gritar o seu nome, Djokovic iniciou mais uma vez dominando as ações no quarto set. Abriu logo três break points e, na segunda oportunidade, quebrou o saque de Murray. O britânico ainda tentava e vibrava quando conseguia seus pontos, mas já não encontrava forças para conseguir reagir e o sérvio aproveitava o momento. Com um sétimo game arrasador, Djokovic conseguiu quebrar de zero, finalizando com uma bela passada de forehand e abriu 5/2, sacando para o jogo na sequência. Porém, como uma final épica, era preciso dar um toque de drama. Murray arriscou o quanto pôde, salvou uma deixada de Djokovic de forma espetacular e, com um winner, devolveu uma das quebras. Em seguida, vibrou demais ao confirmar o serviço com um erro do número 1 do mundo, diminuindo para 5/4. Tenso, o sérvio perdeu dois match points como uma dupla falta e uma paralela para fora. Na terceira chance, porém, a bola na rede de Andy Murray, garantiu o título inédito de Novak Djokovic, que se jogou no saibro de Paris para comemorar. Sem saber para onde correr, pegou a raquete, desenhou o coração em quadra e repetiu o gesto de Gustavo Kuerten de 2001. O brasileiro, nas tribunas, sorriu emocionado e aplaudiu o campeão.
Leonardo DiCaprio acompanha a final entre
Novak Djokovic e Andy Murray em Roland
Garros (Foto: Getty Images)
Torcida por Novak Djokovic na final em
Roland Garros (Foto: Getty Images)
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário